Capítulo 9. Si Pudiera

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Se eu pudesse roubar um ontem com você repetir o passado

Se pudesse salvar o que fui contigo

Ooooooo

Eu sei que eu sou idiota por pensar

Ooooooo

Que voltará-

Paty Cantú

— O que vai fazer Dulce? — Paty me seguiu pelo meu quarto enquanto eu jogava minhas roupas de qualquer jeito dentro da mala. Apanhei várias peças penduradas em cabides e as coloquei na cama. Me sentia tão agitada que não podia me controlar.

— Já disse, eu vou voltar para o México. Eu não posso ficar aqui Paty, não agora. Eu preciso resolver isto. Se eu não puder... Bom, eu volto. — Parei um momento sentindo meu corpo ainda dolorido. Eu tinha recebido alta do hospital a apenas um dia e ainda não estava ao cem por cento, talvez eu fosse irresponsável, mas não encontraria paz alguma estando ali deste jeito.

— Você é louca. Saiu ontem do hospital. Sabe que seu estado não é dos melhores. — Ele me acusou e o cansaço bateu mais pesado. Sentei na cama respirando fundo e apertando minhas mãos no colo.

— Paty... Você não entende.

— Você é que não entende Dulce Maria. Você não está bem, não pode enfrentar horas e horas de viajem, escutou?

— Eu apenas vou fazer. Tudo vai ficar bem, eu sinto isto. Por favor, Pat, não se preocupe por mim. — Seguro seu rosto preocupado em minhas mãos e o abraço. Eu sentiria falta dele, de Harry e de Mary. Partir é difícil, mas eu sei que minha vida segue estando no México, e não há nada que eu possa fazer sobre isto a não ser enfrenta-la.

             No aeroporto me despedi dos meus mais que maravilhosos amigos recém feitos e me preparei para o que seria uma longa viagem cheia de pensamentos e emoções confusas.

— Vê se volta algum dia para nós, certo? — Paty me abraçou.

— Resolva o que tem que resolver com o seu Brad Pitty seja lá a que consenso chegue vocês dois. — Harry sorriu e abraçou o namorado enquanto Mary limpava uma lágrima que escorria debaixo dos seus óculos. A puxei um momento a abraçando e enfim parti deixando algumas lembranças boas e felizes para trás.

            De fato, eu não estava das melhores e não havia como resolver isto agora e eu sentia a culpa querer me incendiar de dentro para fora por estar fazendo isto a mim mesma. Tentei dormir o máximo que consegui embora se fizesse bastante difícil e me forcei a comer a terrível comida de avião. Minha pressão parecia estar caindo e eu sei que estava pálida como um fantasma. Me levantei para ir ao banheiro, mas senti minhas pernas fracas e segurei na poltrona.

— A senhorita está bem? — A aeromoça tocou minhas costas e eu apenas balancei a cabeça afirmativamente respirando fundo e me sentando novamente. — Eu vou trazer um copo de água pra você. Aguarde um momento.

— Muito obrigada.

             Assim que cheguei a Cidade do México depois de horas de viagem intermináveis pedi um táxi. Eu podia sentir a diferença da atmosfera Mexicana em relação a Estadunidense e me sentia novamente em casa. Já era noite e a lua estava alta no céu, eu via pela janela enquanto apertava minhas mãos com ansiedade. Quando cheguei ao meu destino arrastei minhas malas para fora do automóvel e parei em frente ao portão grande. Toquei o interfone. Ele precisava estar. Mais uma vez eu me peguei sentada na calçada o aguardando. Embora eu ligasse em seu telefone, não havia qualquer retorno. Já estava pegando no sono quando senti uma mão em meu ombro. Balancei a cabeça levando um susto e abrindo os olhos.

Poderíamos cair  + além (2.º Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora