Capítulo 2

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Dedicado á LopesLeitora98


















Para a minha querida avó que sempre me diz o quanto sou especial.


























"Quando é madrugada eu me vacino
contra amores e dores.

E isso inclui você."
- Valerie
























Dominic Johnson Davis

















Voltar a minha antiga vida não está sendo fácil, já que agora trabalho na empresa do meu pai, sim, esse era o objetivo dele em relação a faculdade da Itália. Claro que a minha carreira de médico, eu nunca irei abandonar, só irei dar um tempo até eu me reestabelecer.

Tyler trabalha em um dos hospitais mais conceituados do Estado, tivemos que fechar nosso consultório por problemas financeiros, mas vamos reabri-lá de novo. Claro que com os gastos do casamento não tem como ser agora.

Nesse momento estou em meu escritório, no prédio do meu pai, ele está me preparando para assumir a empresa de vez.

- Dom, preciso que vá na casa dos Martinez, falar com Antoni, aqui está o que você irá apresentar a ele. - Disse meu pai atrapalhando meus pensamentos.
- Okay, eu irei. - Digo com desânimo.

Ir na casa que um dia Valerie morou, realmente é uma péssima idéia agora, mas é o melhor que tenho pra hoje. Aonde quer que ela esteja, espero que esteja feliz!

Eu pensava nela, e muito, mas do que qualquer um possa imaginar, ela foi a minha melhor amiga a vida inteira, e passou a ser o amor da minha vida, passou a ser a pessoa que eu sentia vontade de ver de manhã quando eu acordava e de noite quando eu ia dormir, mesmo sabendo que eu não teria ela ali. Não mais.

Assim que entrei no carro, eu liguei o rádio, e começou a tocar sua música favorita, em cada letra, eu pude lembrar de como éramos felizes. Espero que você não tenha se esquecido!

Sempre que eu perguntava para a minha mãe sobre a Valerie, ela dizia que a mesma estava ótima e que tinha seguido em frente, na verdade, eu não acreditei muito, pois eu queria ver com meus próprios olhos. Assim que cheguei eu respirei fundo e caminhei em direção a casa. Toquei a campanhia três vezes e nada, acho que não tem ninguém em casa, não foi dessa vez!

Assim que me virei para ir embora, pude ouvir uma voz. Aquela voz. A voz dela. Minha Valerie.

- Dom... - Disse nervosa.
- Você... Voltou? - Eu estava tão nervoso quanto ela, não esperava vê-lá tão cedo, no fundo eu sabia que ela havia voltado, eu só não queria acreditar. Eu não podia!
- Vai ficar parado aí fora, meu filho? - Disse Maria, avó de Valerie, pra falar a verdade, ela é um doce.
- Eu... Okay. - Eu realmente não sabia o que fazer, o que falar, não sabia como agir e tudo por causa dela.
- Vamos nos sentar, venha Valerie. - Disse puxando a neta para sentar.
- Eu vim falar com Antoni, ele está? - Consegui encontrar firmeza em minhas palavras, eu não poderia gaguejar o tempo inteiro. Mas, ela está tão linda, tão diferente com seus cabelos loiros e lisos até seu quadril, eu poderia olhar para ela como escultura por horas, por dias, eu não me importaria, saber que ela está de volta, e está bem na minha frente, é como se eu voltasse a viver novamente, é como se a chama do nosso amor reacendece de novo.
- Ele está, vou chama-ló. - Disse Maria se levantando.
- Valerie... - Digo tentando encontrar sentido nas palavras, eu precisava lhe dizer tantas coisas. - Ela me olhou assustada como se não quisesse me ver tão cedo. Eu te entendo, meu bem! - Com lágrimas nos olhos, ela correu para a cozinha, antes de eu poder falar qualquer coisa, Antoni chegou.
- Oi Dom.
- Oi Antoni. - O comprimento com um abraço.
- Você mudou bastante, fico feliz que tenha voltado.
- Obrigado.
- Vamos ao meu escritório, por favor.

Assim que entramos em seu escritório, Antoni fez um sinal para eu me sentar, assim que me acomodei, Maria, a avó de Valerie, chegou com duas xícaras de café em uma pequena bandeja, mas por conta do tapete enrugado, ela acabou tropeçando e derrubando tudo de uma vez.

- Sou uma desastrada. - Disse ela resmungando.
- Por favor, não se culpe, eu irei jogar fora os cacos e trazer novos cafés para todos nós. - Digo tentando ser gentil.
- Obrigada meu rapaz.

Assim que entrei na cozinha ela estava lá, lavando louças e com suas mãos coberta de sabão.

- Desculpe, sua avó derrubou o café, só vim pegar outro. - Digo tentando ser o mais educado possível.
- Okay. - Disse ela com a cabeça baixa.

A cafeteira estava do lado oposto em que ela estava. Então, peguei a mesma e coloquei na pia ao seu lado, o que não a agradou muito. Enquanto eu enchia as xícaras de café, me distrai com seus cabelos, cheiro de morango. Como sempre! Acabei derrubando o café quase todo.

- Desastrado como sempre. - Disse ela com raiva.
- É, as coisas nunca mudam.
- Às vezes mudam até demais. - Disse em um sussuro, mas pude ouvi-lá claramente. - No mesmo instante que peguei uma das xícaras para por na bandeja, ela pegou junto a mim, nossas mãos se tocaram, e foi como um choque de saudade. Nossos olhares se encontraram, e eu fiz o que queria fazer a tempos. Peguei em sua cintura e a trouxe mais para perto de mim, nossos lábios estavam a poucos centímetros de distância.

- Senti sua falta. - Digo beijando seu pescoço enquanto ela estava de olhos fechados.
- Cínico! Babaca, saí daqui. - Disse ela me trazendo de volta a realidade e correndo em direção às escadas.

Rapidamente saí da cozinha, ainda em choque com as xícaras nas mãos.

- Que demora. - Disse Maria.
- Desculpe. - Digo entregando uma xícara a ela, pois minhas mãos tremiam.
- Ela também sentiu sua falta rapaz. - Disse ela me fazendo engasgar com o café.
- Não queria que tivesse sido assim. - Digo com desânimo.
- Acredite, nem ela. - Disse Maria me deixando sozinho com meus pensamentos.

Abismo de sentimentos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora