Capítulo 9

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Para todos que correram riscos. Não tenham medo, tenham fé de que no final o bem sempre vence ou quase sempre.






























"Eu quis ligar pra alguém. Contar o que tinha acontecido, e que doía. Mas não havia ninguém ali. Ninguém com que eu pudesse contar. Ninguém disposto a abrir mão do sono para ouvir minhas queixas. Ninguém que se importasse. Então eu virei pro lado e a dor veio. Rápida. Forte. Devastadora. Senti minha alma se rasgando ao lembrar daquelas palavras. E dói. Ainda dói."

- Os 13 porquês



























Valerie Martinez Clark



















Duas semanas se passaram e a minha vida não podia estar melhor. Penélope foi embora, e Dom e eu estamos melhores do que nunca. Ele é e sempre será o meu porto seguro. Sabe aquela pessoa que entra na sua vida e trás o sol, lhe tirando da escuridão? É assim que me sinto.

Agora estou na editora do Rio de Janeiro com a minha querida sogra, ouvindo discursos e mais discursos que eu não deveria ter aceitado a nossa volta.

"Você deveria se valorizar mais."

"Ele é meu filho, eu o amo, mas não serve para você."

"Você merece mais."

Isso tudo não passa de blá blá blá. Quando ela ia abrir a boca para falar mal do próprio filho, eu intervir.

- Acho melhor você se retirar, preciso trabalhar, e você também deveria, invés de falar mal do seu próprio filho. - Digo com calma.

- Não diga que não avisei. - Diz sarcástica. Assim que ela sai da minha sala, tento me concentrar no meu trabalho, no meu livro e no planejamento para a divulgação, preciso apresentar amanhã na reunião com o chefe da editora.

Assim que me levantei para ir almoçar, meu celular vibrou no bolso de trás da calça jeans. Por um momento pensei ser o Dom já que marcamos de almoçar juntos, mas me surpreendi por ser um número desconhecido.





Mensagens

988768990

"Sinto muito, apesar de gostar de você não posso poupar a sua vida. Você está na minha mira. Cuidado Cinderela."





(...)





Ainda com o celular na mão, eu olhei para o espelho a minha frente e certamente eu estava mais branca que um papel. Subitamente caí na cadeira e deixei meu celular cair. Meu único pensamento é em quem me quer morta.

Meu celular começou a tocar, e logo vi que alguém estava me ligando. O som ecoou pela sala inteira, dando um susto me levantei rapidamente com o coração quase saindo pela boca.

- Meu Deus! - Digo para mim mesma com a mão no coração. - Pego o celular do chão e atendo a ligação.

- Oi Dom.

- Meu amor, cadê você? - Disse preocupado.

- Já estou indo, tive um imprevisto. - Digo tentando controlar minha respiração.

- Estou a sua espera. - Disse ansiosa. - Encerro a ligação logo em seguida.

Coloquei o celular no bolso e me dirigi ao elevador.

O restaurante que vamos almoçar é do outro lado da rua, o que facilitou um pouco as coisas, já que eu não estou bem o suficiente para dirigir.

Assim que atravessei a saída do prédio, cumprimentei o porteiro, que levava um sorriso no rosto sempre.

Meu pensamento ainda está naquela mensagem e em quem pode ser. Talvez seja alguém querendo brincar comigo, mas na maior das hipóteses preciso levar em conta que alguém precisa de mim morta. Assim que o sinal se fechou eu coloquei o pé para fora da calçada, todos os carros e ônibus estavam parados, e apenas eu estava atravessando a rua naquele momento. Eu já podia ver o Dom do outro lado da janela, e saber que ele estava por perto me trouxe alegria. A rua é um tanto comprida, quando eu estava a poucos centímetros da calçada, veio uma moto em alta velocidade com o sinal ainda fechado. Ele está com capacete, então não pude ver o seu rosto, apenas seus olhos negros já que passou do bem do meu lado, como se quisesse realmente me machucar já que a rua é enorme.   A única coisa que consegui fazer foi pular para a calçada, quando ele passou por mim, parou e viu que consegui escapar, naquele momento o mundo parou e eu só pude ouvir suas palavras.

- Cuidado Cinderela. - Disse com convicção. - Nesse momento senti meu coração sair pela boca, saber que eu estou sendo perseguida me fez tremer como uma vara verde, só queria que tudo fosse uma mentira.

- Valerie! - Gritou uma voz masculina.

- Eu estou bem calma. - Digo chorando e o abraçando.

- Ele me quer morta, eu não quero morrer, eu não quero! - Grito desesperada me derramando em lágrimas.

- Nada vai te acontecer, fica tranquila, vamos para casa. Hoje você não irá trabalhar mais. - Disse me pegando no colo, passo meu braço pelo o seu pescoço e me aconchego em seu peito. Me senti protegida por um breve momento.

- Vamos para o meu apartamento, irá ficar mais segura comigo.

- Me mandaram uma mensagem, dizendo que vão me matar. Aquele cara da moto, foi ele. - Digo chorando.

- Nada vai te acontecer, vamos na delegacia prestar queixa. Todos os dias de manhã vamos treinar, irei te ensinar alguns golpes, não irei estar com você todo o tempo e sobre a mensagem eu também recebi, por isso estou calmo, para poder te passar tranquilidade. Vamos ficar bem.

- Obrigada, precisamos falar pros meus pais. - Digo com medo de algo acontecer com7 eles.

- Não, por enquanto ficará entre nós. Vou dar um conselho ao Antoni, para que ele coloque seguranças em volta da casa. - Disse decidido.

- É muito informação para mim, preciso de um tempo.

- Você terá, não se preocupe. - Disse parando o carro em frente ao prédio do seu apartamento.









Desconhecido












- Conseguiu? - Digo com raiva.

- Sim, o plano deu certo - Disse certo disso.

- Todos receberam a mensagem, a essa altura devem estar cheios de medo. - Gargalho.

- Assim que eu gosto, meu amor. - Disse em um tom malicioso.

- Já estou com saudades.

- Venha cá, querida. - Disse me chamando para sentar em seu colo.

- Vamos ganhar essa, tenho certeza. - Digo com convicção.



Continua (...)









Então já sabem quem pode ser nossos desconhecidos? Hahaha

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⏰ Última atualização: Apr 03, 2017 ⏰

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