poemas latem

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A bola de neve que rola em minha direção
Parece tão pesada
Ela vem para causar destruição
E ao me atingir
A realidade parece se expandir

Tromba de elefante e um grito do gafanhoto
Eu não  sei o que há dentro mim
Mas acabei de soltar um arroto
Cabeça  de tigre e
meias de natal
Estamos indo em direção a cidade infernal
Sexo violento e um gemido ardente
Acho que esqueci de escovar os meus dentes

Meninas brincam rolando nas ruas
E quando crescerem seram meras putas
Pais choram quando seus filhos caem nas drogas
Com suas cervejas baratas,
chupando mulheres porcas

Pena de gato e fogo de dragão
Estou pegando de volta o meu coração
A porta se abre e estamos no chão
Santa miopía
me vendeu para a perdição
Posso ver um sapo tocando violão
Estou hipnotizada  pelo som da sua canção

A razão imbaça e
as cortinas se abrem
Há cordas em meus braços e
mal sinto minhas pernas
Agora estou ouvindo o barulho das renas

Corro para os braços do poeta
Em busca de respostas ou
Algumas moedas

Eu preferia ser comida pelos lobos
Eu queria ter esquecido o caminho
Quando troquei meu sorriso esperançoso
Para ter vergonha do meu rosto

Quarto bagunçado e
Sutiã no chão
Você  devia ter trancado a porra do portão
Poemas latem e
formam uma maldição
Eu quero que  você  se foda com
Sua falsa solidão
Amores falsos me causao má digestão
Estou vomitando esse bolo recheado de
Ilusão

E percebi que a bola de neve,
é a bola da derrota
Ela com sua distração
Me trouxe de volta.

ESCRITORA: SANDRA AMABILE.

Enterrada No MarOnde histórias criam vida. Descubra agora