Prélúdio

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Acorda, banho, veste a roupa, café da manhã — Meu Deus, preciso me apressar! passa maquiagem de leve, escova os dentes, coloca o sapato, Escola de ninjustsus médicos, aulas teóricas, pausa, toma um café, revisa a matéria para prova, volta, aulas de práticas médicas, hora do almoço, escova os dentes de pressa, atende o telefone, —Sim senhora, já estou a caminho! ,sobe escadas, desce escadas, assina, leva, trás, atende o telefone, anota o recado. Esse era mais um dia normal na rotina de Haruno Sakura. Pela manhã estudava na escola de Medicina Ninja, à tarde passava caminhando de uma lado para o outro realizando algumas muitas tarefas para sua chefe e também mestra Tsunade-sama, a Godaime da aldeia da folha. Processos, distribuição de missões e uma infinidade de outros serviços burocráticos que Sakura costumava a fazer diariamente. Sentia-se cansada, mas não se importava, preferia que seus dias fossem assim, cansativos pois o cansaço fazia com que pensasse menos nele.

Hoje , não diferente de muitos outros dias que tivera, encontrava-se transtornada, pois não conseguia desviar seus pensamentos dele um minuto se quer, encontrava-se sem paz. Já era fim de tarde, e o dia havia sido estressante e exaustivo. Como de costume, em dias como este, Tsunade-sama e Shizune a convidaram para beber no fim do expediente afim de que ambas aliviassem as tensões e o estresse do dia, o que nem sempre era uma boa ideia, pois Tsunade tendia ao exagero. Sakura não tinha saco para isso, não hoje. Declinou o convite feito pelas duas, e seguiu o caminho de casa. Precisava ficar só.

Utilizou a saída dos fundos, rumo as ruas transversais já cobertas pelas sombras dos prédios ao entardecer. O sol já caia no horizonte, tingindo tudo de um vermelho intenso, intenso da cor dos olhos dele! Por Deus, deveria ter aceitado o convite e ter ido beber, beber para não pensar em Sasuke! Uchiha Sasuke, esse nome que não sai da sua cabeça um momento se querer, por mais que se quisesse! Que maldição era amar esse homem! Por quantas vezes desejou ser amada e abraçada! Quantas vezes desejou um beijo, um simples beijo no rosto! Mas nem isso ela tinha. Ele não a abraçou nem a beijou, partiu para longe e tudo que deixou foi a ínfima a esperança de que um dia ele pudesse voltar. Na sua partida mais uma vez ele não permitiu que ela o acompanhasse. —Mas por que? Ela pensava—Porque não Por que não posso ir? A resposta vinha de imediato em sua mente: Por que você o atrapalha! O engraçado é que Karin não atrapalhava. Ela podia ir, sem ser considerada uma pedra de tropeço ou sem ser considerado irritante.Ele não parecia se incomodar nenhum um pouco com a companhia dela. Eles partiram juntos. Se sentiu tão idiota por acreditar que ele a amava.

Nessa caminhada solitária pelas ruas estreitas de Konoha, Sakura buscava impacientemente uma maneira de desviar seus pensamentos, já estava farta deles! Levantou seus olhos e observou a vila ao seu redor, era engraçado, tudo parecia tão em paz, em tão sereno, tão doce e tão contrastante com seu interior, que turbilhava de emoções conflitantes.

A brisa do final de tarde soprou fresca por seus cabelos, quase como se a acalentasse, atrás de si apenas o gorjear de alguns passarinhos e o barulho das pedrinhas do chão de terra que grudavam nas suas botas. Não sentiu mais vontade de voltar para a casa, o bom tempo lhe serviu de consolo, resolveu caminhar mais um pouco, então virou a próxima esquina a esquerda e caminhou por toda a rua pegando o caminho mais longo até a sua casa. Saiu próximo ao centro da vila. As luzes amareladas das lojas e quiosques marcavam o fim da tarde e o início da noite. O centro estava cheio de gente, as crianças corriam alegremente com balões cheios de ar, famílias inteiras ocupavam o lugar. Não se lembrava de haver um festival. Tudo estava muito bonito, com muitas lanternas e bandeirinhas coloridas enfeitando as ruas inteiramente tomadas pelas barraquinhas. Parou em um quiosque, pediu uma batida de vodka com morango, sua favorita. E ela que até uns instantes não queria, resolver beber um pouco, talvez influenciada pelo ritmo da festa! A vila inteira parecida fervilhar de alegria, era muita gente, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo! As moças da vila desfilavam com seus yakutas super estampados, estavam adornadas com flores e muitos outros adereços. Seguia o fluxo da multidão, seus olhos nunca tinham visto a aldeia tão bonita! Sem perceber seus pés a levaram a um lugar que lhe era familiar, conhecia aquela parte da aldeia. Afastou-se um pouco das pessoas e caminhou mas para o canto, onde as luzes já não eram tão brilhantes e o movimento era menos intenso. Ergueu os olhos e avistou o brasão. Ali era a antiga propriedade do clã Uchiha. Ela engoliu o restante do drink indignada.

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