Capítulo 3

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Após muito tempo escondidos em meio a selva, a mulher ao meu lado resolveu quebrar o silêncio.

- Acha que eles já foram? - Ela arriscou um palpite. Para o qual, pela primeira vez, eu não tinha uma resposta exata.

- Eu não sei. - falei simplesmente. Aquilo não era normal para mim. Estava acostumado a ter respostas.

- Bom e o Sr. da ideia brilhante sabe para onde vamos agora que caímos nessa mata fechada aqui? - Podia estar usando um tom irônico, mas ela estava assustada.

- Cadu. - Foi o que respondi, pois mais uma vez não sabia o que responder. Ela me olhou de uma forma indecifrável - É o meu nome. - Falei apenas justificando.

- Ah, desculpa. O meu é Camila Leweske. - ela me olhou abrindo um meio sorriso de canto. - A propósito, desculpa ter te metido nisso tudo. Se eu não tivesse te olhado aquela hora na praça, eles nem veriam que estava me observando e você não estaria aqui agora.

- Olha, tudo bem. Não podemos mudar o que aconteceu e já conseguimos sair de lá. Agora é melhor focarmos nosso pensamento em como sair daqui, antes que caia a noite de preferência.

- É, obrigado por isso também. Você sabe, me tirar de lá...e... - não a conhecia, mas poderia jurar que estava prestes a chorar.

- Qual é, você estava quase desmaiando, não podia deixar alguém para trás naquelas condições. Nem mesmo de qualquer outra forma, seria muito egoísmo de minha parte. Assim como eu também tinha que sair de lá, é justo. - Fiquei olhando para ela e ela assentiu - Vamos Camila? - Estendi minha mão para ela que sorriu e a aceitou.

Voltamos a andar mata adentro. Pude notar ela passando o polegar rapidamente no canto dos olhos, prestes a lacrimejar, se já não estavam.

- Ei - parei chamando sua atenção - vai ficar tudo bem. Vamos dar um jeito de sair daqui. Prometo. - E então à puxei para um abraço, onde pude sentir seu corpo estremecer ao toque e ela iniciando a soluçar. - Calma. 

- Você ao menos sabe para onde estamos indo? - ouvi ela pedir baixinho.

- Para casa. - dessa vez eu falei olhando em seus olhos, com firmeza.

- Mas não sabemos o caminho. - seus olhos suplicavam por ajuda. Ela queria uma solução para aquilo. Agora.

- Vamos encontrar um então. - ela não ficou muito convencida, mas acabou cedendo.

Optamos por seguir a direção norte, tentando atravessar a mata fechada a todo custo.

- Ao menos faça o favor de falar enquanto caminha. Eu não consigo ficar quieta quando estou nervosa.

- É mesmo? Bem, me diga o que fazia na praça?

- Achei que havíamos encerrado esse assunto. O que você costuma fazer em uma praça? Estava fazendo minha caminhada rotineira. Bom, menos rotineira do que deveria ser. Digamos que projeto fitness não funciona muito comigo. - ela deu de ombros e mais uma vez voltou a falar. Ela realmente não se controlava, além de que parecia muito assustada com tudo. Não que eu não estivesse - Acho que podemos manter uma conversa afinal de contas!

- Ta legal, sua vez de fazer uma pergunta. - Não havia para onde ir, então tínhamos apenas um ao outro ali. 

- Acha que vamos caminhar muito? - era tudo o que ela queria saber. Quando sairíamos dali.

Olhei para o céu, localizando o sol, que encontrava-se muito abaixo de onde o avistei pela última vez.

- Pelo visto já está mais tarde do que eu imaginava. - Ela seguiu meu olhar 

I'm With YouOnde histórias criam vida. Descubra agora