Capítulo 12

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Cadu Narrando:

E mais uma vez eu acordei pensando na Quémi.

Puta merda! Eu não posso ficar mais tempo aqui!

Voltei meus pensamentos para a manhã seguinte em que havia chegado a casa do Heitor.

[Flash Back On]
- Eai? - Heitor perguntou quando me viu aproximando da cozinha
- Cara é sério. Senta e me explica por que diachos tanto mistério! - exigi e ele me olhou confuso
- Quer café? - ele apontou para o bule que estava no fogão e eu neguei.
Fiquei parado encarando ele.
- Não tem nada de mais. - ele disse e eu permaneci parado com os braços cruzados e sério. Heitor vendo que não havia me convencido voltou a dizer - Não vendo drogas nem nada do tipo. Relaxa.
- Então pra que veio pra cá? - questionei e resolvi complementar - tudo bem que é uma cidade pequena, você pode ter enjoado de muito tumulto, sei lá. - perdi as palavras para prosseguir o pensamento então encerrei - Só me dá um motivo!
- CARALHO TU NÃO ENTENDE CADU!
- SÓ QUERO MEU AMIGO DE VOLTA! VOCÊ NÃO É ASSIM PORRA!
- NÃO É DESSE JEITO! - ele olhou para o lado respirou fundo tentando se controlar e eu respirei fundo também. Desde o início da nossa amizade nunca havíamos brigado. Tudo bem, aquelas briguinhas bobas certeza. Disputando quem ficaria com o que. Mas brigar exaltando o tom de voz, nunca. Sempre fomos de um respeitar o outro e era isso que mantinha a confiança e a amizade consequentemente. - Cadu tu não entende - ele respirou fundo mais uma vez e passou a mão no cabelo, como se estivesse escolhendo as palavras. E provavelmente estava. Já que estava me escondendo algo, o que era nítido em suas atitudes. - Posso colocar pessoas em perigo. Não é coisa simples.
- Pessoas? Que pessoas Heitor?? - perguntei exaltado e ele ficou mudo.
- Eu não posso.
- Só me diz quem. - insisti
- Alguém.
E foi isso, ele saiu dali para a porta da frente e me deixou sozinho.
[Flash Back Off]

E pelos próximos dias ele ficou ocupado.

Nossa conversa não retornou para aquele assunto mais. Eu não quis insistir, esperei por uma atitude dele, que demonstrou não existir uma.

Olhei para o meu lado e quase caí da cama. 19h. Que sono foi esse?! Hibernei por aqui mesmo?

Me levantei e vi que o Heitor estava deitado em frente a TV.

- Chegou faz pouco tempo? - perguntei

- Na verdade tem um tempinho já

- Caralho apaguei lá

- Pois é, percebi - ele disse e sorriu.

Quase não acreditei no que vi. Andava difícil ver ele sorrindo nessa semana. Difícil não, ele simplesmente não sorria mais.

- Heitor.. - comecei e ele me interrompeu

- Nem começa Cadu.

- Cara volta comigo. Eu te ajudo. A gente pode dar um jeito nisso.

- Cadu, já te sequestraram. Como você vai conseguir proteger alguém?

- Eu não te contei isso - falei lembrando que não havia mencionado aquele dia com ninguém além da Camila.

Ele fez uma cara indecifrável e deu de ombros

- Deve ter esquecido. Caso contrário, como eu saberia?

- É, tem razão. - afirmei e complementei - Mas eu saí de lá. E não voltaram a me procurar nem nada. Aliás, foi na praça, não na minha casa.

- Mesmo assim. Não gosto daquela cidade.

- Heitor você vai fugir da realidade o resto da vida?! Eu quero meu amigo que sai comigo a noite, que zoa junto comigo! Porra! Eu quero meu carro Heitor! O resto que se foda! Nós damos um jeito vai.

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