Ela é Cristã

capítulo 1

        " E que importância tem os medos? Se seram irrelevantes com o tempo "

Acordei  com alguém me cutucando, era minha filha de 5 anos,  ver ela sorrindo e feliz me fez lembrar da noite infeliz que a encontrei...

FLASHBACK

Eu tinha 17 anos e voltava  de uma festa arassada, meu namorado tinha sofrido um acidente e tinha falecido, eu sabia que Deus tinha levado ele, mas aquilo me deixou tão mal, justo na minha festa de formatura, eu sai andando pela rua escura chorando muito, me sentei na calçada e foi aí que eu ouvi o choro baixinho. Olhei pra trás, era uma menininha que aparentava ter três  anos de idade, esqueci totalmente das minhas dores corri até a garota assustada e encolhida num canto, fui até ela tirando  meu casaco da bolsa
- Não me machuque - disse entre soluços, sua voz tinha falhado
- Não vou - disse a enrolando com meu capote e a pegando no colo  - Cadê sua mãe?
- Eu não sei - Eu encostei a garota suja no meu peito e fui andando pra um hospital, que por coincidência era o mesmo que o meu namorado estivera antes de falecer
- Oi,  pode me ajudar? - falei com a recepcionista, eu estava receosa pelo estado da garota, eu notei que ela queria que eu a soltasse, mas não teve forças,  também notei o medo
nela e quis protegê -lá.
Fiquei muito tempo sentada na sala de espera, respirando aquele ar gelado e com cheiro de remédio, olhando as pessoas me ligando mas sem forças pra atender e dizer qualquer coisa, primeiro foi minha mãe, depois meu pai e o meu irmão e a minha melhor amiga e várias outras pessoas.... Eu Ignorei todos e continuei pedindo desculpas a Deus por ter ficado brava com ele, porque ele sabe o que faz e eu não sei de nada. O pediatra entrou e disse
- Acompanhante da paciente Charlotte? - ele disse e me olhou quando eu levantava, fui tão rápido até o dr que quase esbarramos, ele parecia muito novo pra ser pediatra, devia ter 21 anos
- como ela está?
- A paciente está muito fraca e com cáries nos dentes da frente, dentre outras coisas, nada grave. Felizmente. - ele sorrio vendo a minha expressão se aliviar
- posso ve - lá?
- me siga - ele deu as costas rumo a sala onde estava com a menina.
Assim que a vi, fiquei tão feliz a vendo comer e limpinha seus cabelos eram loiros e ela era simplesmente linda com olhos claros.
-Não quero ser inconveniente mas... - Eu o olhei, e meu olhar pousou sobre o seu é depois voltou a garota
- fale - disse
- Oque aconteceu com sua filha? - eu ri
- ela não é  minha filha, eu achei ela abandonada na rua e toda suja, inventei um nome na hora - a expressão dele mudou como se ele tivesse, sei lá, foi diferente.
- Oi minha querida  - fui até ela - está se sentindo bem?  - assentiu desconfiada - como é  o seu nome?
- Não sei....  - algo me tocou e eu senti o desejo de levar ela pra casa, a garota já sofreu demais pra deixa- lá num orfanato, sou emancipada então eu posso cuidar dela.
- Oque acha de ficar comigo ? - questionei me ajoelhando diante dela
O pediatra nos olhou sorrindo.
- você vai me machucar?
- Eu vou cuidar de você, oque acha de Charlotte?
- Charlotte? - assenti -  gosto. - Disse sem sorrir uma única vez
Me levantei e me dirigir ao pediatra
- já posso levar ela?
- só amanhã pela manhã,  vou fazer alguns exames e se tudo correr bem, terá alta...  - Ele veio até mim e me distanciou da Charlie
- você tem quantos anos? - Eu sei que mentira é  pecado mas eu realmente quero a menina comigo
- tenho 19, e sou emancipada...
            FLASHBACK OFF

**não esqueçam da estrelinha **