Eu deixei o clipe da música "November rain" passando enquanto escrevo. Eu gosto bastante dessa música, tem aquele clima de fossa gostoso e agradável. Só tem uma coisa que nunca entendi nele, naquela hora que começa a chover na festa de casamento. Entendo que era uma chuva bem forte, tudo bem, mas por que diabos aquele cara pulou em cima do bolo? Não faz sentido nenhum! Foi procurar abrigo em cima do bendito bolo? Por quê? Por quê!? Acho que é uma daquelas grandes dúvidas da vida, tão misteriosa quanto o que há depois da morte.
Não sei porque escrevi isso. Não sei exatamente porque estou escrevendo. Acho que é um lance terapêutico, sei lá.
Foi num desses dias ensossos e cinzas por quais sempre passamos. Você deve saber do que estou falando. Isso é, se com meu otimismo alguém esteja lendo isso, bom, fé em Deus e nas crianças da favela. Onde eu estava?
Ah sim!
Eu queria escrever algo, mas sabe, algo de dentro, algo profundo, algo intimista, mas porra, eu não sou a Clarice Lispector. Acho que me falta um pouco aaaaaaassim de talento e um tiquinho aaassim de bagagem. Sei lá.
Só estava me sentindo triste, com uma melancolia gritando feito uma louca nos meus ouvidos e se há uma coisa que eu goste de fazer nessa vida é escrever, mesmo sendo o verme procrastinador que sou. E se há uma coisa que todas as pessoas gostam de fazer nessa vida, é falar de si próprias. Então resolvi escrever sobre a minha vida, com histórias verídicas, cem por cento honestas, como todos os pingos nos "is", do jeito que me aconteceram. Todas são verdades, palavra de escoteiro, mesmo eu não sendo um.
Sabe aquelas promessas de ano novo que todo mundo faz?
" Esse ano vou parar de fumar! "
" Esse ano vou me divertir mais! "
" Esse ano vou emagrecer! "
" Esse ano vou parar de trair meu marido! "
Ou qualquer outra droga, você sabe, provavelmente também fez a sua e vai fazer no fim desse ano novamente. Para começar, deixe-me falar então, sobre quando eu tentei fazer a minha também.
Se você ainda estiver lendo, poxa, eu te amo.
Ah sim, meu nome é Evandro, signo de peixes. Prazer.
O que é essa magia de festas de fim de ano? Não sei se é só comigo, mas sempre chega um momento no qual você se pega pensando nas coisas, em tudo. Na sua vida, nos acontecimentos, nos seus sonhos, nos seus medos, nos beijos não dados, nas vontades não saciadas e no que há por vir. Você olha todo mundo ao redor e sente uma frustração ácida percorrer suas memórias. Eu disse "Você ", mas estava falando de mim, eu não te conheço.
Nessa última festa, a do ano novo que passou, eu senti vontade de encher a cara, mas acho que não nasci para isso. Já ouvi pessoas dizerem sobre cerveja, algo do tipo " É ruim no começo, mas depois você se acostuma ", ora meu caro, aqui do alto da minha montanha de arrogância eu digo: Dá para se acostumar com um extintor de incêndio enfiado no ânus, não quer dizer que seja algo bom. Gostar, eu aceito, mas me dizer que "acostuma"? No português alto e claro, é foda. Isso é outra coisa que eu acho um saco, aquele tipo de gente que quer te dizer como é curtir a vida. Primeiro que eu acho o termo " curtir a vida" um tremendo pé de troll nos testículos. Papinho de comercial de cerveja, faltou as gostosas e os bares limpinhos com pessoas alegres e responsáveis. Bom, acho que esse sou eu apenas sendo amargo, mas você se acostuma.
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Talvezes- Histórias desinteressantes de um anônimo ordinariamente comum.
FantasíaEntre crises existenciais e cacos remendados do coração partido, eu existo. Assim como você, provavelmente, tenho sonhos, anseios e medos. Todos esses detalhes estão aqui. A minha vida não é nada demais, nada de diferente; a rotina rotineira feita d...