II - E é aqui que eu me arrependo de sair com a garota mais bonita da escola

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Se assustou com o nome desse  capítulo, Diário?

Ah, mas eu estou apenas começando (risos malignos).

Digamos que Jesse não era bem o tipo de garota que eu imaginava que ela fosse. E agora vou te contar porque nunca se deve seguir a garota mais bonita da sua escola até a sala do diretor (caso um dia algo desse tipo lhe aconteça).

Eu segui Jesse até o corredor, que estava praticamente vazio, e
a escola estava mais silenciosa do que o normal para um intervalo,
mas eu nem questionei isso. Eu gostava do silêncio e da garota que caminhava ao meu lado também.

Comecei logo a notar que a mão de Jesse encostava na minha
o tempo todo e eu estava começando a achar que era de propósito, por isso eu fiquei tentado a perguntar, mas me controlei. O que eu diria?
Por que sua mão encosta na minha o tempo todo? Era muito provável que ela achasse que eu fosse um louco com a frescura do “não-me-toque”. Ao invés disso, eu perguntei:

— Acha que vai ser a rainha do baile de verão esse ano?

— Ah, não tenho muita certeza — Jesse respondeu —, é difícil prever já que a Gwen, minha concorrente, está apelando feio, se é que me entende. Tenho algumas pessoas, digamos, fiéis a mim, mas creio que não sejam suficientes para vencê-la. Ela está aqui há bem mais tempo que eu.

Aquilo me fez lembrar que Jesse entrou na escola há poucos
meses.

— Pois saiba que por mim você já teria ganhado.

Ela sorriu levemente.

— Ah, é bom saber. Vai vir ao baile?

— Bailes não são muito a minha praia, por isso vou votar pelo
site da escola — eu disse —, e eu vou viajar ainda hoje, então…

— E para aonde vai?

— Uma ilha — respondi —, não me pergunte o nome porque
Jack não me contou. É propriedade do pai dele, ao que eu sei. Vamos apenas nós dois.

— Estão planejando há muito tempo? — Perguntou, olhando
para mim com uma expressão um tanto estranha, quase como se estivesse obcecada. Sim, Diário, obcecada.

— Eu não sei muita coisa sobre a ilha — encolhi os ombros —, Jack só me disse que eu preciso ir até lá, então foi ele que planejou tudo. A gente mal se conhecia quando ele me disse que precisava me levar até lá.

— Eu sempre achei o Jack meio estranho mesmo — Jesse deu
uma risadinha. — Principalmente depois que eu descobri que foi ele que explodiu um tubo de ensaio só de encostar nele. Aliás, você sabe como ele fez isso?

— Ah, quem me dera eu soubesse — eu também ri. — Eu sei que ele estava meio nervoso quando pegou no tubo de ensaio. Jack
nunca me conta como ele faz essas coisas.

— Essas coisas? — Perguntou Jesse, de novo com aquela ex-
pressão estranha. — Ele já fez coisas assim antes?

— Uma vez, na minha casa, um copo que estava perto dele
explodiu do nada — contei. — Foi bem estranho. Eu achei que era por causa da água, que poderia estar muito gelada, mas eu chequei logo depois e ela não estava a ponto de estourar um copo.

— Que estranho — ela fechou a cara repentinamente enquanto a abria a porta da diretoria. — Ele está aí.

— Ah… obrigado, Jesse — eu disse, enquanto eu entrava, mas ela entrou logo depois.

— Aí está ele, Kyle — disse Jesse, trancando a porta e jogando a chave pela janela. — É um deles. Agora a minha parte do acordo.

— Espere aí, O’Queen — disse o diretor, levantando-se. De repente ele parecia ser maior do que de costume. — Sabe que as coisas não funcionam assim. Preciso ter certeza se ele é mesmo um deles. Vocês sirenas não são confiáveis. Vai saber se o garoto não é só um mundano?

Império - A Lenda do HerdeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora