IV - Jack e eu jogamos pique-esconde Pokémon

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O caos se espalhava pelo corredor da escola.

Caos.

Essa palavra descreveria muito bem aquele corredor num dia normal, mas daquela vez era diferente, até porque não era sempre que o diretor resolvia crescer mais uns três metros e usar garras e presas enormes para aterrorizar os alunos gritando:

— ONDE ELE ESTÁ? ONDE ESTÁ O LIVRO?

— Jack… o que é isso?

— Isso é o diretor Kyle, de verdade — disse Jack. — Um gigante.

— Como em Jack, o Caçador de Gigantes?

— Mais ou menos — respondeu Jack —, só que esse tipo de gigante é bem mais violento.

— Não gostava desse filme mesmo.

— Nem eu.

— O que vamos fazer? — Perguntei.

— Temos que tirar os alunos daqui primeiro — respondeu Jack, aos berros. A gritaria era tanta que eu mal podia ouvi-lo.

— Por que as portas não se abriram?

— Deve ser algum encantamento — disse Jack. — Temos que chegar até as portas e lançar um contrafeitiço.

— E como fazemos isso? — Perguntei.

— Primeiro temos que passar por essa multidão e pelo diretor, Logan — Jack resmungou —, um problema de cada vez.

— Por que eu sinto que estamos num filme de Harry Potter? Você tem uma varinha?

— Tenho uma caneta — disse Jack —, e muita força de vontade. Agora vamos. Avante, Grifinória!

Jack e eu avançamos em meio à multidão de alunos aterrorizados na direção de um gigante com dentes e garras enormes.

Até estava sendo um dia normal.

Estávamos na metade do corredor quando Jack e eu conseguimos nos juntar de novo. O livro estava aberto nas mãos dele.

— Eu tive uma ideia — disse Jack.

— Na verdade, fui eu.

— Quem disse isso? — Perguntei, estranhando aquela voz repentina.

— É o livro — disse Jack. — Ele fala. Enfim, ele teve uma ideia, mas vamos ter que nos separar.

— Jack…

— Você vai ficar com a parte fácil, então nem reclama — resmungou Jack, entregando-me uma caneta dourada que reconheci. Ele estava sempre com ela, mas nunca o vi escrevendo com ela. — Essa caneta é rara e perigosa, a tinta usada nela é o sangue daquele deus poderoso, que escreveu esse livro.

— Aigam é o nome dele — corrigiu o livro. — Nunca se refira ao meu amo como aquele deus.

— Ah, tanto faz. Aigam nunca reclamou — retrucou Jack. — Continuando, se você desenha ou escreve algo esse algo vira realidade. De onde eu venho, existem símbolos, chamados Kai no plural e Ki no singular, são como palavras de comando. Se caso você chegar nas portas e ver que estão enfeitiçadas, desenhe esse símbolo nas trancas e elas vão se abrir.

Jack me mostrou uma página aleatória do livro. Não tinha nada nela, mas segundos depois algo começou a se formar. Algo parecido com um Pacman com um acento circunflexo por cima.

— Esse é o Ki de desbloqueio — explicou Jack — e, por favor, não diga que parece um Pacman. Uma vez eu disse isso e eu me dei muito mal.

— Como vou saber se as portas estão enfeitiçadas? — Perguntei.

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⏰ Última atualização: Dec 19, 2017 ⏰

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