Capítulo 3

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Na manhã seguinte, Gwen acordou com uma forte dor de cabeça. Ela estava acordada, mas não queria levantar da cama e encarar a realidade de sua vida, que estava começando a virar uma grande bagunça, e se ela não fizesse nada a respeito, tudo acabaria fugindo de seu controle. Abriu os olhos, olhou para o quarto, que estava sendo iluminado apenas pela pouca claridade que entrava pela janela, atravessando as cortinas.

Ela se espreguiçou e virou para o lado, esticando o braço até o limite e batendo a mão por todo criado-mudo, a fim de pegar seu celular para ver as horas. Quando finalmente o alcançou, desbloqueou a tela de início, fechando os olhos que ardiam pelo excesso de brilho. Quando os abriu novamente, percebeu que havia novas mensagens: eram mensagens de texto de Aurora.

[1:43] Aurora: Por favor, me desculpe.

[1:44] Aurora: Ao menos deixe eu me explicar

[3:52] Aurora: Fale comigo, por favor.

[3:52] Aurora: Eu disse aquilo da boca pra fora

[4:26] Aurora: Vou parar de enviar mensagens. Não consigo parar de pensar em como você deixou minha casa. Por favor, me ligue assim que puder, estou preocupada.

[4:30] Aurora: Tchau. Eu amo você. É a minha melhor amiga, nunca se esqueça.

Ao acabar de ler as mensagens, Gwen bloqueou a tela do celular enquanto revirava os olhos e bufava. Não estava irritada pelas mensagens recebidas; estava irritada com si mesma, que teve uma atitude meio infantil na noite passada.

Ela pegou o celular novamente, encarando as mensagens e se perguntado se a amiga estava bêbada no momento em que as enviou. Refletiu se deveria ou não ligar para Aurora, e ela decidiu não ligar por enquanto.

Saiu da cama e se dirigiu para a cozinha, enquanto estava esquentando a água para fazer chá, seu telefone tocou.

- Gwen?

- Sim. Quem é?

- É o detetive Jeffrey. Gostaria de me encontrar com você. Quando estará disponível?

- Na verdade, podemos nos encontrar daqui a meia hora.

- Tudo bem, me encontre na cafeteria que fica dois quarteirões antes da delegacia.

E antes que ela pudesse responder, ele havia encerrado a ligação.

- Ótimo - ela disse em voz alta

Gwen foi até seu quarto, tirou o pijama e vestiu uma blusa preta com um jeans claro, arrumou o cabelo passando os dedos entre os fios e calçou uma sapatilha enquanto entrava no carro.

Chegando na cafeteria, Gwen olhou para todas as mesas ao redor a procura do detetive, e quando olhou para algumas mesas mais afastadas, reparou que havia um homem sentado com óculos de sol no rosto e olhando para baixo, mexendo em algo, em seu celular ou no cardápio.

A garota se aproximou lentamente, olhando com cuidado para ver se era mesmo o detetive.

- Oi.

O homem levantou a cabeça e tirou os óculos escuros, olhando em seus olhos enquanto esboçava um sorriso simpático.

- Oi.

Gwen se sentou à sua frente imediatamente e começou a falar.

- Então, aconteceu alguma coisa?

- Bom, eu não sou muito de enrolar, então acho que vou direto ao ponto.. - ele disse enquanto retirava uma folha sulfite de uma pasta - Essas câmeras de segurança flagraram uma briga em um bairro pouco conhecido.

- Ok... - ela não sabia como reagir a isso, pois não sabia o que isso tinha a ver com ela.

- Não está prestando atenção nas fotos, garota? - ele disse enquanto encarava Gwen e tinha o dedo indicativo batendo em uma das fotos.

- Sebastian.

Ele olhou para a garota, que estava boquiaberta e com os olhos arregalados. Ela realmente estava surpresa.

- Não. Não pode ser ele. Ele nunca faria isso com alguém, nunca apontaria uma arma para uma pessoa.

- Bem, talvez você não o conheça como acha que conhece.

- E você conhece? Ah, você conhece ele muito bem - Gwen disse rindo enquanto limpava as lágrimas.

O detetive apenas olhou pra baixo, e quando ia começar a falar, a garota o interrompeu.

- Me passa o endereço. Eu quero saber onde fica esse lugar.

- Sinto muito, querida, não posso passar esse tipo de informação para você, o meu trabalho é investigar, o seu é esperar.

O olhar de Gwen foi de triste para raivoso, seu coração pulsava forte de raiva e ela sentia o sangue quente correndo pelas veias.

- Você não tem nenhum direito de ficar brava, deveria saber desde o começo que não há nada que você possa fazer, a não ser ajudar dando informações - ele pausou e tomou um pouco de seu café - Então, me diga, honestamente, ele alguma vez já demonstrou ser agressivo?

O coração dela esvaziou e suas mãos esfriaram, ela olhava para o detetive com um jeito de quem estava escondendo algo importante.

- Ei, ainda está aqui? - ele disse tranquilamente, e então reparou na expressão em seu rosto.

- Olha, eu tenho que ir, vou acabar me atrasando - ela disse enquanto levantava da cadeira e pegava algumas notas de dinheiro no bolso, depositando-as na mesa

- Que merda você... - ele começou a falar, e foi interrompido novamente.

- Olha, você não precisa me procurar novamente, a menos que tenha algo muito sério para conversar - ela disse, engolindo o choro enquanto a voz falhava.

Ela virou de costas e saiu sem hesitar, e ele apenas continuou sentado na mesa, tentando entender o que havia acabado de acontecer ali e tentando decifrar por qual motivo a garota reagiu daquele jeito, e ele sabia que, obviamente, a resposta não era tão agradável.

Ela virou de costas e saiu sem hesitar, e ele apenas continuou sentado na mesa, tentando entender o que havia acabado de acontecer ali e tentando decifrar por qual motivo a garota reagiu daquele jeito, e ele sabia que, obviamente, a resposta não e...

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