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Em um campo aberto, sobre um morro, Sofia e Lídia estavam deitadas. Sofia foi a primeira a se levantar e começou a observar o local. Lídia, reclamando das pinicadas do capim, juntou-se a sua irmã mais velha para mirar o ambiente, e, boquiaberta, tomou um susto, perguntando-se com agitação onde foram parar.
Sofia, por outro lado, tinha os olhos brilhantes e um sorriso bobo na face. Ela desconfiava saber onde as duas se encontravam, e não podia mentir: a ideia lhe agradava. Mesmo pensando na loucura, não pôde evitar de demonstrar contentamento pela situação.
─ Sofia! Sofia! Sofia! ─ gritava histericamente Lídia. ─ Cadê o sebo? Cadê os livros? Meu Deus, onde estamos? Onde estamos?
─ Lídia, acalme-se, por favor ─ pediu a outra. ─ Parece insano, mas acho que o livro nos trouxe para a sua história.
─ Como é? Não pode estar falando sério!
─ Então qual a sua teoria, Einstein?
─ Acho que estou dormindo e vou acordar a qualquer momento. É só um sonho.
─ Lídia, não é um sonho. Em sonhos a gente não tem noção que está sonhando.
─ Às vezes acontece.
─ Lídia, estamos dentro de uma história.
Lídia começou a andar de um lado para o outro, estudando todo o cenário a sua volta, tentando entender e absorver a ideia. Ainda teimava tratar apenas de um sonho, talvez estimulado pelo livro que sua professora a obrigou a ler. Sofia, a fim de convencê-la de que não era um sonho, deu-lhe um puxão no cabelo, fazendo a irmã dar um grito de dor. Irritada, Lídia vingou-se da irmã na mesma moeda.
─ Nossa, Lídia, como você é infantil ─ repreendeu Sofia, massageando o local dolorido.
─ Você começou!
Relembrando os últimos acontecimentos, Lídia lembrou-se da teimosia da irmã em querer ficar com o livro, quando ela havia dito para deixá-lo no sebo. Recordando-se disso, começou a vociferar com a mais velha, acusando-a de ser a culpada por estarem ali.
─ Eu disse que aquele livro era esquisito, mas você, cabeçuda, não me escutou!
─ Pelo amor de Deus, Lídia, como eu poderia imaginar que algo assim pudesse acontecer?
─ O que custava ter me escutado, hein? Mas nããão! A idiota da minha irmã queria mais um livro mofado pra sua coleção de nerd!
─ Cala a boca, Lídia!
─ Cala a boca você, sua tosca!
A discussão das irmãs foi do nível de xingamentos tolos e desceu para o nível de uma começar a jogar terra e grama na outra. Lídia, um pouco mais temperamental, queria jogar Sofia na grama para poder estapeá-la rolando no chão, porém Sofia, esperta, desviava das tentativas da caçula, até, por fim, conseguir segurá-la e pedir para se acalmar.
─ Respira, Lídia ─ pediu, soltando com cautela a outra. ─ Não adianta nada a gente ficar brigando. Temos que encontrar um jeito de sair daqui.
─ E como a gente vai fazer isso?
Sofia começou a raciocinar e, de súbito, lembrou-se do poema da última página do livro.
─ O poema dizia algo sobre a gente viajar na história, lembra?
─ Lembro, e daí?
─ E daí que o resto do poema era algo sobre voltar para casa depois que o livro fosse encontrado.
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A Vida em um Romance
Historical FictionSofia e Lídia são irmãs, e, um dia, quando visitam um sebo, acabam encontrando um livro mágico que as transportam para dentro de um romance de época britânico. Enquanto elas não encontram uma maneira de voltar para casa, vivenciam os costumes ingles...