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Dois dias se passaram sem que eu visse o Cole. Ele não me mandou mensagem, e eu sei que ele tem uma vida ocupada, então também não mandei nada. No fundo eu estava um pouco triste por isso, porque tudo que eu queria era ficar perto dele. Ele me fazia bem.
Deitei com a cabeça em cima de um braço, enquanto o professor explicava regras gramaticais na aula. Suspirei fundo e fechei os olhos, imaginando como tudo seria à partir de agora. Faltavam 16 minutos pro fim da aula quando senti o celular vibrar no bolso da minha blusa. Ainda de cabeça abaixada, peguei o celular e olhei pra ver se era importante. E era muito.
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Cole: O que você vai fazer hoje à tarde?
Eileen: Dormir, eu acho.
Cole: Quer vir comigo pra um ensaio fotográfico?
Eileen: Jura? Que horas?
Cole: Agora. Ta no seu prédio? Posso passar te pegar?
Eileen: Tô na aula. Acaba daqui 10 minutos.
Cole: Vou indo aí então. Me manda a localização.
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Mandei a localização e esperei ansiosa para aqueles 10 minutos passarem. Pareceu uma eternidade. Caleb me olhava intrigado porque eu não parava de balançar a perna e tamborilar os dedos na mesa. Quando o sinal tocou, peguei minha bolsa e saí apressada da sala. O pessoal já veio atrás todo curioso.
"Eileen, o que foi?" Caleb chegou ao meu lado, no corredor. "Nada, é que eu só tenho um compromisso agora." respondi. "Agora? Você chegou no Canadá faz uma semana e já tem tantos compromissos assim?" ele falava intrigado. "Sim. É que eu fiz um amigo logo no primeiro dia. Engraçado, né?" falei rindo pra dentro. "É sim... Você podia apresentar ele pra gente, o que acha? Vamos sair todos juntos." ele disse animado. "Sim..." falei, saindo do portão do colégio e erguendo os pés procurando pelo carro do Cole no meio da imensidão de carros naquela avenida. "Eu vou conversar com ele." terminei.
Achei o carro dele e dei tchau pro Caleb, e sai andando pelos carros. Vi de longe que todos os quatro estavam juntos observando onde eu estava indo. E vi a cara de surpresa de Nathalie quando me viu entrando no carro do Cole.

Entrei no carro e coloquei a bolsa no meu pé. Me senti tímida e envergonhada. "Oi" falei olhando pra ele. Ele se virou pra mim e me deu um abraço seguido de um beijo no rosto. "Oi. Tava com saudade de você." ele disse me soltando do abraço, mantendo seu rosto perto do meu, de forma que pude sentir o ar quente da sua respiração. Ele levantou sua mão e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, e sorriu. "Eu estive ocupado com meu trabalho. Espero que não esteja brava." ele disse por fim. "Eu não estou. Entendo que é ocupado." disse sorrindo de volta. Ele então se virou pra frente e deu partida no carro. Após alguns minutos dirigindo, senti meu estômago roncar, e lembrei que nesse momento era pra eu estar almoçando no meu apartamento. "Hum... Cole?" chamei ele. "O que foi?" ele olhou rápido pra mim e voltou à olhar a rua. "Eu tô morrendo de fome. Será que a gente poderia passar em algum drive-trhu?" perguntei sem graça. Não queria atrapalhar os horários dele. "Ah, claro! Nossa, esqueci que você provavelmente não tinha comido nada. Pode ser um McDonalds? Eu também não conheço aqui tão bem, mas sei onde fica um." ele disse todo preocupado. "Pode sim.".

Fiquei um pouco preocupada quando vi o Mcdonald's de longe, porque a fila estava enorme, mas mesmo assim ele parou lá. O carro ficou em silêncio, e pude apenas ouvir uma música qualquer tocando no rádio. Encostei a cabeça no vidro pra observar a neve que voltava a cair lá fora, e senti uma sensação de tranquilidade naquele dia cinza e escuro. A fila andava bem de vagar e eu me senti ansiosa ali. O silêncio estava me matando um pouco. Queria puxar assunto mas não sabia o que falar. Continuei olhando pra fora, pensando em mil assuntos e em quão desinteressantes eles pareciam pra conversar com alguém como Cole. Naquele mesmo instante, senti a mão dele repousar na minha perna e apertar de leve. Senti meu corpo arrepiar todo, e eu sei que ele percebeu, pois apertou de novo e começou a acariciar. Excitei um pouco, e dei um suspiro, colocando minha mão em cima da dele, entrelaçando nossos dedos. Eu que ainda olhava pela janela, olhei pra ele, que me observava. Ele sorriu pra mim. Olhei pros olhos deles. Verdes. E percebi que eles chegavam perto de mim, muito perto. Cole estava à menos de dois centímetros do meu rosto.O ar quente da sua respiração se misturava com a minha, e eu senti borboletas no meu estômago. De repente alguém bateu no vidro e eu tomei o maior susto da minha vida. Cole soltou a mão da minha e virou rápido para trás, onde uma atendente estava nos esperando pra anotar nosso pedido. Ele abaixou o vidro e meu corpo foi tomado por uma onda de frio.
Cole fez seu pedido e eu o meu, e voltamos à esperar naquela fila enorme. Eu estava muito nervosa. Cole e eu quase nos beijamos e eu não sabia como olhar na cara dele. Peguei então o celular e comecei a olhar minhas redes sociais. Nossos pedidos chegaram e eu já fui comendo no carro mesmo. A tensão tomou conta de nós de forma tão grande que a gente nem se olhava. Comi em silêncio o meu lanche até chegarmos em um prédio, que presumi ser o estúdio. Sai do carro e segui Cole até o elevador. Nós não trocamos uma palavra e isso estava matando. Eu não sabia se ele havia se arrependido de quase me beijar, ou se ele queria que eu o tivesse beijado, ou se aquilo nem era pra ser um beijo.
Chegamos no estúdio e haviam apenas três pessoas, arrumando um fundo branco, onde provavelmente Cole ficaria. Ele me apresentou pra todos e eu fiquei em pé, observando enquanto ele trocava de roupa, na frente de todo mundo. Preciso me lembrar de agradecer aos Deuses por isso depois, porque ele ficou de cueca aqui mesmo, na minha frente. Me chegou a faltar o ar. Seu corpo era tão lindo, e por alguns segundos fiquei imaginando ele na minha cama. Cheguei a perder a visão de tão focada em meus pensamentos que estava, e quando retomei o foco, estava mirando o corpo de Cole, e olhei envergonhada pro seu rosto, que me olhava de volta, rindo de uma maneira sensual. Desviei o olhar pro chão e fiquei mexendo em meus dedos enquanto ele colocava a roupa que iria fotografar.
Depois de um tempo acabei sentando numa cadeira porque não aguentava mais ficar de pé, e a cada segundo que passava, eu achava ele mais e mais lindo. Uma certa hora acabei me distraindo jogando joguinho no celular, quando me assustei com a cara do Cole em frente à minha. "Quer tirar foto?" ele perguntou. "Como assim?" guardei o celular no bolso. "Comigo. Vem cá." ele chamou indo pro meio do fundo branco. "Não. Tá louco, tenho nem roupa pra isso." falei sem sair do lugar. "Eu acho que você tá linda. E além do mais, tem várias roupas aí."
Levantei de vagar e andei até ele. "O que eu faço?" perguntei. "Uma pose bem bonita." ele falou me olhando. "Eu não sei o que fazer. Eu tô bem desconfortável agora." falei rindo meio nervosa e ele começou a rir. "Vem cá." ele disse e eu fiquei olhando pra ele, pensando "Vem cá onde?" quando senti ele me pegando pelas pernas e me segurando no colo. Fiquei desesperada, e o barulho dos flashes me deixou morrendo de vergonha. Ele começou a puxar minhas pernas, e um segundo depois eu estava com as pernas no ombro dele, e a cabeça nos seus pés. De ponta cabeça. Eu comecei a ter um ataque de riso com aquilo. Quando ele me soltou, pediu pra que eu pulasse nas suas costas, e eu o fiz. Estava me sentindo um pouco mais tranquila. Ele me empurrou pra trás, pra descer e então começou a encenar uma dança, de um lado pro outro do fundo branco. Segurando minha mão, ele me empurrou pra longe e me puxou de volta, me dando um selinho. Meu rosto queimou e eu tinha certeza que fiquei completamente vermelha. Ri envergonhada e o fotógrafo então pediu pra que tirássemos um retrato, pra acabar com a seção. Então ficamos lado à lado, com os rostos próximos, e fiquei séria, tentando ser bem modelo. Cole então passou seu braço por trás de mim e me apertou, acabei soltando um sorriso pra ele, que sorriu de volta. O fotógrafo então se levantou e foi direto pra um notebook ligado à uma TV enorme no fundo da sala, e nós fomos atrás, para ver as fotos. As fotos do Cole ficaram incríveis, com certeza se eu visse aquelas fotos na internet, mesmo sem saber que era ele, eu pensaria "queria ter uns filhos com esse cara.". Quando chegou nas nossas fotos, senti o meu coração ficar quentinho, e me senti feliz de que aquele momento pudesse ser registrado. Fiquei feliz de saber que, mesmo que tudo não passe de uma fase, uma amizade, eu tenho aquilo guardado. As fotos mais lindas com certeza foram a do nosso selinho, e a última, em que estamos sorrindo um pro outro. Parecemos completamente apaixonados. Ri olhando aquilo, e vi que ele me olhava enquanto eu observava as fotos.
Enquanto descíamos o elevador para ir embora, vi no meu celular que já eram quase 7pm. E fiquei triste de como o tempo passa rápido. Durante o caminho conversamos sobre as fotos, e como elas faziam parecer que éramos um casal. Eu bocejei cinco milhões de vezes e quase cochilei. "Quer ir pra sua casa?" ele perguntou. "Estávamos indo pra outro lugar?" perguntei rindo. "Eu não sei. Na verdade eu estava dirigindo em vão por algum tempo, a gente tá do lado da avenida do seu prédio." dei uma risada com aquilo. "Você é incrível." falei ainda rindo. Ele riu em resposta e dirigiu até o prédio. Quando ele estacionou eu suspirei, e ele sentou virado pra mim. Virei pra ele também. "Hoje foi incrível! Obrigado por me levar. Eu acho que tô começando a gostar desse negócio de fotografia. Pensei até em proc-" de repente estávamos nos beijando. Eu não vi como aconteceu. Não vi ele chegar. Por um segundo fiquei parada, e então coloquei meus braços atrás do seu pescoço e massageei seu cabelo. Deus queira que o vidro desse carro seja preto por fora.
O beijo de Cole era apaixonado, e ao mesmo tempo era forte. Era desesperado. Sua língua era tão macia. Eu nunca havia me sentido daquele jeito. Ele colocou a mão gelada nas minhas costas por debaixo do meu moletom e eu soltei um gemido baixinho por causa do choque térmico que isso me causou, arrepiando todo o meu corpo. Ele estava praticamente em cima de mim, e apertava o corpo contra o meu cada vez mais. Eu não sei como esse carro não andou, porque ele estava em cima do freio de mão, câmbio e tudo mais. Nos separamos por falta de fôlego, e Cole continuou com o rosto bem próximo do meu. Uma mão nas minhas costas, outra ao meu lado no banco, se segurando. Nós estávamos olhando um nos olhos do outro. Eu era capaz de me ver no reflexo. "Eu quis fazer isso desde o dia que te vi no aeroporto." ele disse me olhando.

Vancouver New Life 🌦 ~Cole SprouseOnde histórias criam vida. Descubra agora