Vancouver New Life 🌦 ~Cole Sprouse

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Abri os olhos em total desespero. Parecia que havia um elefante em cima do meu peito. Agora consciente, contava nos dedos os segundos para controlar a respiração. Depois de controlada, quando pude pensar, me dei conta. Havia acabado o oxigênio do meu cilindro. Cole não estava na cama, mas pude ouvir o barulho do chuveiro ligado. Me levantei e troquei de roupa. Fiquei pensando se deveria ou não bater na porta, e então decidi que sim, e quando eu levantei a mão pra bater na porta, Cole a abriu, saindo de dentro usando uma calça jeans e nada mais. Seu peito ainda estava molhado e aquilo dava um ar tão sexy que eu queria morrer ali mesmo.
"Ah... Eu... Tô indo embora." falei gaguejando.
"Por que? Toma um banho, vamos tomar café..." ele começou a falar.
"Acabou meu oxigênio. Preciso mesmo ir pra casa. Também não tomei meus remédios da noite, e o da manhã..." suspirei. "Claro. Eu entendo. Eu vou com você." ele disse. "Cole, relaxa. Não precisa pagar de cavalheiro o tempo
todo. Eu moro aqui na frente, eu consigo. É elevador, atravessar a rua, e elevador de novo." disse rindo. "Tudo bem, tudo bem. Me desculpa por me importar demais com você." ele disse em tom de drama. "Eu desculpo sim. Vou indo. A gente se fala." fui em sua direção e dei um beijo no rosto e fui embora.

O sol da manhã não era suficiente pra aquecer do frio que fazia em Vancouver. Os poucos minutos que fiquei na rua cortaram o meu rosto com o vento frio e me deram uma bela tosse. Assim que cheguei na porta do meu apartamento, abri devagar, pra não fazer alarde, mas infelizmente estava todo mundo ali na cozinha, tomando café pra ir na aula.
"Onde a bonita passou a noite?" Nathalie perguntou tomando um gole de sua caneca. "Na casa de um amigo." falei. "Ah, um amigo... Acho que a gente sabe bem qual é." ela disse rindo e os meninos riram também. "Você não tomou seus remédios." Caleb disse. "Como sabe disso?" perguntei indo pegar água para tomá-los. "Estão do mesmo jeito que você deixou ontem à tarde." ele falou me olhando. "Desculpe. Vocês viram a tempestade que deu ontem à noite? Eu não pude voltar, mesmo sendo perto. E ainda por cima acabou meu oxigênio.". Quando falei isso todo mundo ficou tenso. "Gente, eu consigo viver sem ele, só é um pouco mais difícil." falei rindo e fui pro meu quarto pegar outro e trocar de roupa também.

O dia passou de vagar. Tive aula, consulta, trabalhos pra fazer e muita dor no peito. Eu estava no quarto, sentada na cama com meus cadernos na minha frente, em que eu deveria estar terminando os exercícios, mas estava pensando em como eu era ridícula escondendo toda aquela situação dos meus pais. Logo eu não teria mais dinheiro e precisaria da ajuda deles, mas se eu contasse, eles me fariam voltar pra Alemanha. Eu comecei a chorar. Quietinha ali, encostada na parede. Pensei no Cole, nos meus amigos de apartamento. Eu amava morar aqui. Eu tinha liberdade aqui, apesar de tudo. Eu não sabia o que fazer, só sabia que eu precisava parar de pensar nisso. Peguei o celular e mandei uma mensagem pro Cole.
Eileen: Oi. Ta fazendo o que?
Cole: E aí? Tô indo tirar algumas fotos.
Eileen: Vai fotografar ou ser fotografado?
Cole: Vou fotografar. Quer ir? Você pode ser a modelo.
Eileen: Quero. Mas não quero ser a modelo haha.
Cole: Daqui 20 minutos você desce, ok?
Eileen: Ok.

Guardei meus livros e cadernos e fui por uma roupa. Nevava pouco lá fora. Coloquei uma calça jeans, uma bota térmica e uma blusa bem grossa de lã.

Peguei um cilindro extra e coloquei na mochila, junto com mais uma blusa e os meus remédios, e desci.
Esperei Cole na frente do prédio, quando vi de longe o Jeep verde musgo se aproximando de vagar. Ele parou na minha frente e baixou o vidro.
"E aí gata, quer dar uma volta?" ele disse com a q u e l e sorriso no rosto.
"Eu quero sim." disse entrando no carro.
Coloquei o cinto e me virei pra ele, e antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, um impulso percorreu meu corpo me fazendo dar um selinho nele, como os namorados fazem. Me arrependi por um segundo, e no outro segundo não, e no outro sim e então fiquei muito nervosa. Medo de estragar tudo.
Cole então deu partida no carro, e após um tempo colocou a mão na minha perna, e eu entrelacei meus dedos nos seus.
O local onde estávamos indo parecia nunca chegar. E estávamos absolutamente no meio do nada, e o pior: ele iria encontrar alguém no meio do nada. Eu não sei como. Depois do que pareceu quase duas horas, chegamos em um tipo de vila. Era a coisa mais linda, a neve contornava todas as casinhas e todas elas tinham jardins floridos. Realmente, as fotos ficariam incríveis lá. Cole estacionou ao lado de outro carro, que estava o pessoal pra ajudar ele nas fotos e a modelo. Era morena, com a pele bronzeada, cabelos cacheados e olhos verdes. Era maravilhosa, cheguei a ter vergonha de descer do carro, mas tive que descer e cumprimentar. Eu fiquei de longe observando enquanto Cole fazia as fotos. Fiquei no carro mexendo no celular, ouvindo música e após algumas horas de trabalho estávamos voltando pra casa. O celular de Cole começou a tocar no console do carro. "Você pode atender pra mim, por favor?" ele pediu. "Claro.". Peguei o celular e olhei pra tela. "KJA" aparecia com uma foto de um cara dormindo no fundo.
"Alô?" atendi. "Hey, Cole?" ele disse. "Sim! Quer dizer, não, mas é o celular dele." respondi. "Foi roubado?" ele perguntou. "Não, ele tá aqui comigo, só pediu pra eu atender porque tá dirigindo." expliquei. "E você é...?" "Eileen. Eu sou amiga dele." "Ah, sei..." "Bom, ele não pode falar, então, quer que eu fale algo pra ele?" Cole ria da conversa enquanto dirigia. "Quero sim. Diz que acabamos de chegar em Vancouver e vamos sair pra jantar hoje." "Pode deixar." "Ok então, Eileen. Valeu." e desligou.
"E aí?" Cole perguntou. "Ele disse que eles acabaram de chegar em Vancouver e vocês vão sair pra jantar hoje." falei colocando o celular no console de novo.
"Bom, então nós vamos jantar com eles hoje." ele disse sorrindo. "Vamos?" perguntei um pouco com medo da resposta. "Sim." "Ok." Seguimos o caminho em silêncio, apenas ouvindo a música que tocava. Eu estava quieta e séria, mas por dentro eu estava explodindo de ansiedade.