Pilot

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Luna pincela uma última vez a tinta roxa no único espaço branco que restara na parede de sua sala em sua nova casa no mundo dos humanos, rapidamente ela recolhe todas as brochas, pincéis e latas de tinta, retira as fitas do rodapé e sobe para se limpar, logo após desce e senta-se para descansar, enquanto descansa deseja que Luke chegue com segurança a Gargawood, isso é, sem que nenhum humano o visse sendo engolido por um tufo de grama.

Ela vai para os fundos da casa, onde se encontra seu ateliê de perfumes, ela embala sua obra mais recente, uma fragrância de cravo e canela, que servirá de presente de
Cychwyn para seu irmão

- Será que Luke irá gostar? – Ela se pergunta

Assim que o sol se põe ela monta em sua BMW S1000RR e vai buscar uma pizza de tomate seco e rúcula para quando Luke voltar, ela dirige pela estrada escura rodeada de pinheiros e somente quando sente o impacto ela percebe que a havia uma garota na estrada, ela desce da moto e diz

- Raios! Por que eu não pedi essa pizza pelo ZapFood!

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Luke estava caminhando a pequena distância do portal até sua casa, como ele sabia que teria uns 20 min. De caminhada pela frente ele decidiu pensar logo em tudo que precisava antes que chegasse a casa e Luna rondasse ainda que involuntariamente sua mente em busca de vestígio da conversa com seus pais.

Bom, sem que Luna o soubesse foi convocado por uma carta formal para falar com seus próprios pais, teve exatos 22 minutos e 8 segundos para falar com eles, pois esta era a brecha que eles haviam encontrado em sua agenda para "Assuntos Familiares"?

Na verdade o assunto em questão era o que ele estava tentando evitar a tempos: O trono.

Para início de conversa, ele nem era o primogênito! Ao passo que Luna era a primogênita e o que ela mais queria em todos os mundos era ser rainha! Porém o trono Gargawoodiano só poderia ser dado a um herdeiro do trono masculino, e por mais que Luke achasse isso tão injusto! Por mais que ele também achasse seu reino ultrapassado em relação aos reinos que aceitavam a monarquia feminina ele não poderia mudar o destino, e após o ano de Cychwyn ele se tornaria o novo rei de Gargawood.

Isso ele já sabia, porém hoje ele teve sua mais nova surpresa, ele haveria de se casar no dia de sua coroação com Rebecca de Waindorff a princesa Leprechaun, ele já estava quase conformado com seu destino, até por que ser rei não era tão ruim assim, mas casamento?! Ele não poderia se casar, o problema não era a garota, ela era bonitinha apesar de muito esnobe, mas o problema era que apesar de ficar preso por fora sendo o rei, por dentro também ficaria preso, pois não teria direito de casar-se com quem amasse e sim ficaria preso a alguém de quem ele não gostava para o resto da vida! Isso sim era muita audácia dos monarcas gargawoodianos.

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Luna dá meia- volta e leva a humana loira para sua casa, chegando lá ela fecha as portas e as janelas, e a deita no sofá e logo começa a usar seus poderes mágicos para curar a jovem desacordada, logo seus olhos azuis são tomados por uma névoa verde e de suas mãos emana uma luz esverdeada também, rapidamente as feridas de Iris se fecham e sua pele fica tão macia quanto à de um recém nascido, então os olhos da garota humana se abrem violetas, grandes, e ligeiramente tristes, e depois deles a voz:

- Socorro! Socorro! Eu fui seqüestrada!

- Calma loirinha! – Diz Luna – Você não foi seqüestrada, eu meio que te atropelei e te trouxe pra casa

A saga de Gargawood: A princesa esmeraldaOnde histórias criam vida. Descubra agora