Sete; O Dragão e o Katsudon

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Os dois amigos de viagem continuaram a andar,quietos; Leonardo com o celular em mãos,com o GPS ligado,procurando um restaurante. E Nathaniel,com as mãos nos bolsos,só seguindo o moreno.

"Nathan,você tá bem?" -o moreno perguntou,olhando para o francês,preocupado.- "Você tá quieto desde quando a gente saiu do estúdio.."
"Eu tô pensando,Leonard..só isso." -Nathaniel suspirou,tirando as mãos dos bolsos,e colocando uma delas no ombro do outro rapaz.- "Vai demorar pra chegar lá,algodão doce?"

"É virando a esquina,fica tranquilo" -Leonardo mostrou a rota do GPS,dando um leve sorriso.- "Quer desabafar? Nos conhecemos á poucos dias,mas você pode se abrir pra mim,Nathan"

"Eu só tô com medo de me arrepender da tatuagem,é besteira" -Nathaniel riu forçado,apertando o ombro do amigo.- "Vira,cabeçudo..ou a gente vai pro lugar errado"

Leonardo riu baixo,por conta do novo apelido; Mas continuava preocupado com o francês. Nathaniel,por sua vez,tentou mostrar que era só uma coisinha boba que estava incomodando -que na verdade,era mesmo uma coisinha boba- para não preocupar mais o moreno.

Os dois voltaram a ficar quietos,e entraram no restaurante,que não estava muito cheio. Eles escolheram uma mesa -após uma leve discussão,causada pelo francês e suas frescuras-,que ficava ao fundo do restaurante. O restaurante não era tão tradicional,como eles imaginavam; Mas não tinha problema,afinal,eles só queriam comer algo gostoso.

Um garçom se aproximou deles,dando-lhes os cardápios,e perguntando o que iriam pedir. Os dois amigos examinaram e examinaram o cardápio,até chegar na conclusão: dois katsudons,um pratinho de norimakis e dois nigiris,um para cada. Para beber,um chá para o francês,e um refrigerante de cola -o tão famoso,fabuloso,e delicioso refrigerante da latinha vermelha- para o brasileiro.

"Arigato,moço" -Leonardo disse,sorrindo feito criança,para o garçom,que ficou meio sem graça.

O garçom foi com os pedidos e cardápios para a cozinha,enquanto os dois rapazes puxavam assunto entre si.

"Nathan,o que você comia lá em Lyon? Era alguma coisa parecida do que você tá comendo aqui?" -o brasileiro perguntou,curioso.

"Ah,Leo" -o francês riu,se ajeitando na cadeira,apoiando seus braços na mesa.- "a minha mãe é uma ótima cozinheira,ela faz aos domingos  um gratin dauphinois,que basicamente são batatas gratinadas,e a minha favorita,salade lyonnaise,que é maravilhosa! E de sobremesa,um belo tarte tatin ou crème brulée,com as receitas da minha falecida avó"

O brasileiro estava boquiaberto; Nem sabia o que aqueles nomes significavam,mas sabia de uma coisa: deviam ser coisas deliciosas! Afinal,se Nathaniel adorava,é porque eram muito gostosas.

"E você,Leo? O que você comia lá no Brasil?" -o francês olhava fixamente para o moreno,que estava com um brilho nos olhos,de quem adorou ouvir tudo aquilo.

"Bem,a minha mãe não é uma boa cozinheira,então meu pai que cozinha. Normalmente aos domingos,meu pai faz um churrasco,que é o que todos da minha casa adoram,um feijão bem temperado com folha de louro e bacon,um arroz de forno ou branco mesmo" -Leo riu,sabendo que eram coisas simples,comparado ao que o amigo comia.- "e de sobremesa,a minha irmãzinha me ajuda a fazer um pudim de maria mole"

"Então é verdade? Vocês amam churrasco mesmo?" -Nathaniel riu,aproveitando para tirar um pequeno sarro do amigo.- "Pensei que teria feijoada no meio"

"Feijoada só tem quando eu vou na casa da minha tia,porque na minha casa mesmo ninguém faz" -Leonardo riu.- "E sim,nós gostamos de churrasco,principalmente se for de costela"

Os rapazes riram mais,e começaram a conversar mais ainda sobre os seus países. Era uma conversa gostosa,tão gostosa quanto a refeição que eles tanto esperavam.

O garçom voltou com seus pedidos,e colocou tudo na mesa com todo o cuidado possível,recebendo um "obrigado" vindo dos dois rapazes. Leonardo já pegou o celular para tirar foto daquele manjar dos deuses que estava em sua frente,e aproveitou para tirar fotos do lugar e da cara neutra do francês.

"Itadakimasu!" -Leonardo disse,depois de tirar as fotos e de pegar seus hashis,pegando um pedaço da costelinha de porco,e já a colocou na boca,se deliciando.

O francês riu do amigo e começou a comer,não podendo conter o "isso é delicioso!" de escapar da sua boca,ainda cheia de costelinha de porco.

Da França para O MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora