Oito; O Dragão e o Kastudon,parte dois.

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Leonardo se deliciava com seu katsudon; Era como se ele não comesse á anos. Ele não comia como um esfomeado,porém; Ele mantinha os bons modos,mesmo que insistisse em falar de boca cheia. Nathaniel comia calmamente,apesar de estar muito gostoso. Hora ou outra comentava sobre,como sobre o molho era bom,e em como a costelinha estava muito crocante.

"Cara,tenho que tentar fazer isso em casa,quando eu voltar pro Brasil" -Leonardo disse,meio abafado,por estar com costelinha e arroz na boca.- "Minha mãe ama carne de porco,ela vai adorar isso!"

"Leo,coma e depois fale." -Nathaniel disse,após engolir o que estava comendo.

"Para de ser chato" -Leonardo rebateu,rindo baixinho em seguida.

Nathaniel pegou um dos norimakis -com dificuldade- com os hashis,e o enfiou na boca,antes que o derrubasse no chão. Comer de hashi era uma tarefa difícil,que provavelmente só os grandes ninjas da folha dominavam com maestria.

Enquanto eles comiam,Leonardo insistia em puxar assunto,mesmo que Nathaniel estivesse ocupado comendo. Até que o assunto voltara a tatuagem que o francês faria.

"Você fez outras tatuagens antes,certo?" -Leonardo disse,após engolir.- "Sua mãe aceita na boa?"

"Sim,ela aceita" -Nathaniel disse,terminando seu katsudon. - "Ela diz que é bom marcar nosso corpo com arte,desde que soubemos o que iremos fazer,pra que ninguém se arrependa" -o francês pegou um nigiri,com cuidado,dando uma pequena mordida no mesmo. "Ela também tem as dela,que por sinal,são bem hardcores."

"Sua mãe também faz?! Que incrível!" -Leonardo disse,animado. - "Cara,sua mãe deve ser muito bacana!"

"Ela é,tirando o fato dela fumar demais." -Nathaniel riu baixinho,se lembrando dos dias em que a mãe passava fumando um narguilé,daqueles que tem até sabores. Ele não aprovava a atitude da mãe,por ela já ter seus 48 anos,mas ela não iria parar de fumar tão fácil. Foi por isso que o pai dele se divorciou da mãe dele. "Mas e sua mãe? Ela é como?"

"Conservadora,até demais" -Leonardo terminou seu katsudon,e deu um pequeno gole no refrigerante. - "Até hoje não aceita o fato de eu ser bisexual,mas ela ainda cuida bem de mim"

Nathaniel deu um pequeno suspiro,e disse um "um dia ela te aceita",acompanhado de um leve sorriso. Ele dividiu o resto da comida que tinha na mesa com o moreno,que comeu sua parte num piscar de olhos. Era incrível ver o moreno comer,de tão rápido que era. Eles se levantaram,pegaram a comanda de suas mesas e foram pagar; Racharam a conta,e foram embora com a garrafinha de chá e a lata de refrigerante em mãos.

"Leo,eu vou pro hotel direto,amanhã tenho que ir cedo pra fazer a tatuagem" -Nathaniel avisou,olhando para o moreno. - "Vai ficar na rua ou vai vir comigo?"

"Vou ficar por aqui mesmo,quero comprar uns doces" -Leonardo disse,apontando para uma lojinha de doces,que ficava ali perto. - "O metrô que vai pro seu hotel deve ser à umas quatro ou cinco ruas daqui,pelo que me lembro. Aqui não é muito longe do monumento que a gente foi,então acho que o metrô não deve ficar muito longe"

"Obrigado,algodão doce" -Nathaniel disse,dando um aperto de mão e um abraço no moreno,como despedida. - "Se cuida,cabeçudo"

Leonardo riu e acenou para o francês,que já pegara o celular e digitara o nome do hotel no GPS; Ele confiava no que Leonardo disse,sim. O único problema é que Leonardo não prestava atenção em onde ia,e o francês não queria ficar perdido no Japão.

Nathaniel seguiu a rota do GPS,passando por ruas e becos,todos iluminados em excesso,por painéis de led,restaurantes,cafés,lojas e tudo que se era imaginável. Era uma pena que no dia seguinte,ele teria que sair do Japão; Apesar de que ainda não havia comprado as passagens,e nem decidido pra onde ir.

O metrô ficava á seis ruas do restaurante; Leonardo quase acertou,foi bem por pouco. Nathaniel guardou o celular,passou pelas catracas e entrou no metrô,que estava bem vazio,apesar do horário. O francês pegou o celular,plugou os fones de ouvido,e ligou em uma música aleatória,que dessa vez era de uma banda pop; Ele se sentou em um dos lugares vazios -que eram muitos,afinal- e ficou se olhando no reflexo da tela do celular. Arrumou os cabelos,enquanto considerava tomar outro banho,por achar que estava fedendo suor; Era como Leonardo uma vez disse,nas mensagens de texto que eles trocaram na noite passada: "não seja que nem o pessoal do mangue,Nathan. O pessoal do mangue é aqueles que fedem suvaco de bode"

Nathaniel riu por lembrar do que o amigo tinha dito,e pensou de novo em tomar outro banho quando chegasse,pra não virar alguém do mangue,e pra não ter que tomar banho de manhãzinha.

Da França para O MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora