1. A primeira coisa a mudar.

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Era uma manhã chuvosa de outubro, um daqueles dias cinzas que ninguém sente a menor vontade de levantar da cama, pra Milene isso não era diferente ela queria voltar para seus sonhos eles eram bons e ela se sentia melhor lá do que no seu mundinho tão pequeno, mas como era dia de semana ela se arrastou para fora das cobertas tomando um banho apressado e se vestindo pra escola, só faltavam 60 dias para sua formatura, 60 dias para sua vida realmente começar.

Atrás da porta de seu quarto ela pendurará um pequeno mapa mundi ela pegou um alfinete fechou seus olhos e fixou o metal no papel, abrindo-os mais uma vez viu que tinha marcado a Indonésia que agora era mais um lugar que queria conhecer.

Os livros sempre alertaram-na que ter dezoito anos não seria nada fácil, enquanto todos os seus amigos já tinham certeza de tudo o que queria na vida, Milene só sabia que um dia iria pra todos os lugares marcados no seu mapa.

Era estranho pensar que em pouco tempo não teria que ir pra escola todas as manhãs, é claro que ela faria faculdade e estaria numa sala de aula também, mas esse pensamento a assustava, se sentia perdida. Em seu lugar no fundo da sala ela fingia assistir ao filme que o professor de literatura estava passando enquanto em sua agenda escrevia de varias formas diferentes o nome do seu novo destino preferido e todas as cidades da Indonésia que poderia gostar de conhecer, também olhava distraidamente para o garoto sentado alguns lugares a sua frente, ela não caia de amores por Pietro Talbot, também não negava que ele era um colírio para os olhos, alto e forte, o tipo jogador de futbool, cabelos loiros e pele branca, e o mais impressionante seus lindos e expressivos olhos azuis tão fortes marcantes, eles nunca se falaram realmente, Pietro é o tipo de pessoa calada que prefere ficar na dele então ela nunca teve a chance de tentar conhecê-lo melhor.

O risinho sufocado de sua melhor amiga, sentada ao seu lado, fez Milene despertar de seus pensamentos.

-Você sabe que Talbot não fica na Indonésia né?

Olhando para a agenda ela percebe que realmente escreveu o nome dele, mas era aceitável ela estava distraída.

-E você por um acaso sabe todas as cidades da Indonésia?

-É tem razão eu não sei, será que o Talbot sabe? a gente podia perguntar pra ele.-Ela murmurou.

-Você é cruel!- Milene ranhou de volta.

Pricilla riu, a garota era dona de uma beleza rara os cabelos castanhos cacheados a pele levemente bronzeada e puros olhos cor de avelã mostrando uma curiosa miscigenação étnica de seu pai neto de Jamaicanos e sua mãe filha de chineses, ela era alta e confiante. Já Milene se considerava uma garota normal demais com volumosos cabelos castanho escuro e olhos castanho esverdeados, seu um metro e sessenta e sete a faziam passar despercebida em qualquer multidão e com certeza despercebida por Pietro Talbot.

Logo a aula de literatura acabou e um professor desconhecido entrou na sala ele vestia uma camisa social azul escura e calça social preta, estava na casa dos quarenta anos e com certeza não tinha cara de professor de ensino médio. Ele vai até sua mesa, arruma suas coisas e coloca os óculos indo para o quadro.

-Eu sou professor Rafael Lorenzo.- Diz escrevendo seu nome no quadro, ao vê-lo ali na frente da sala de aula Milene teve a estranha sensação de reconhecimento. - Eu vou ser seu professor substituto na matéria de Filosofia, como teremos pouquissimas aula e eu não tenho nenhum conhecimento sobre vocês e a professora anterior não me passou nada eu vou fazer algo que como professor eu não gosto de fazer. Vou passar um trabalho valendo 60% da nota.

Muitos alunos gritaram sua indignação e o Professor ouviu com calma até que todos se calaram.

-Gente, desculpa, mas não tem como eu passar conteúdo, revisão, prova e trabalhos em tão pouco tempo sem conhecer a turma nem o ritmo de vocês, então esse é o geito.- Ele respirou profundamente e demoradamente.- Agora fiquem todos de pé e bem rápido. - Assim fizeram os alunos. -Peguem todas as carteiras e coloquem na beirada da sala muito rápido.- Eles riram ao se atropelarem para arrastar as carteiras.

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