16. Isso só pode ser um pesadelo!

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Por Camila

Miami, 29 de Fevereiro de 2016

Mais um dia ensolarado brilhava na cidade de Miami, as chuvas pareciam ter cessado, ou pelo menos uma trégua já era comemorada pela maioria, a semana estava começando de forma bem agitava e não lamentável. A noite anterior foi encerrada com lembranças bem instigantes que me fizeram quase perder a hora na manhã atual.

Aquele ser parecia não pertencer a esse mundo, o que ela estava fazendo comigo era algo novo e totalmente singular a tudo que eu já havia sentido até o presente momento. Nenhum homem e muito menos mulher havia conseguido despertar tais sentimentos e sensações que só ela havia conseguido até agora. Nós havíamos somente nos beijado, mas o fato é que eu me sentia seguramente vulnerável com a sua presença, se é que isso é possível, pois são coisas distintas, mas era assim que eu me sentia ao lado de Lauren. Ela talvez ainda não soubesse, mas já me tinha para ela, porém eu não conseguia me entregar por completo, algo dentro de mim barrava, lembranças indesejadas e impiedosas dominavam o meu ser todas as vezes que eu cogitava a ideia de permitir sua iminência.

Ainda eram 7h00 da manhã e eu já estava quase pronta, faltava apenas colocar o vestido dourado de mangas curtas que já me aguardava sobre a cama e esperar o café ficar pronto. Enquanto isso, a maquiagem já tinha sido terminada e o cabelo escovado, eu decidi deixá-lo solto esta manhã. O som do toque do celular anunciando uma nova chamada ecoava dentro do quarto agora, me despertando de meus devaneios a olhar para meu reflexo no espelho do armário do banheiro. Aquele nome piscando no visor foi o combustível para um sorriso projetar em minha face de forma espontânea e involuntária.

— Oi! – Atendi assim que tomei o aparelho em mãos.

Bom dia, Srta Camila Cabello! A voz roucamente sexy enfatizando meu nome se fez do outro lado da linha. — Já acordou?

— Bom dia, Lauren! – Sorri. — Já acordei sim, onde você está?

Atrás da sua porta. Posso entrar? – Sua voz soou calma e firme, demonstrando que ela não estava brincando.

— Sério?! – A surpresa me tomou, eu ainda não estava a esperando. — Mas...

Caminhei até a porta e praguejei mais uma vez por não haver "olho mágico" na mesma, isso sempre era algo que me irritava, mas por alguma razão eu nunca resolvia. Abri lentamente escondendo meu corpo quase despido para trás e olhei pela pequena fresta que se fez, não a encontrei.

— Lauren? – A chamei novamente na ligação e fechei a porta outra vez. Ela respondeu com um sinal sonoro anasalado. — Você é engraçadinha, não é? Eu já desço, ok? Vou apenas me vestir. Você está bem adiantada.

Ok, me desculpe. Mas eu não estou brincando. Naquela hora eu realmente não estava, mas agora eu estou aqui. Abre pra mim?

Sua voz saiu bastante serena para quem estava me zoando. Meu cenho franziu e antes mesmo que eu pudesse a repreender por querer brincar comigo outra vez... Batidas leves na porta.

Ou se preferir eu fico lá embaixo mesmo, é que costumo acordar cedo demais. – Ela me chamou a atenção na ligação outra vez.

— Oh Céus, você realmente não está brincando! Mas como você subiu? – Voltei as pressas até o quarto. — Só um momento, eu já vou.

Procurei desesperadamente meu robe de seda, mas após revirar várias gavetas no guarda-roupa, me veio a lembrança de que estava na lavanderia desde quinta-feira, juntamente com outras roupas que eu esqueci de ir buscar.

"Só mais um momento!", gritei do cômodo onde eu estava e rapidamente peguei o vestido e joguei por cima da cabeça, o descendo rispidamente pelo corpo, até perceber que o mesmo estava nos conformes. Corri até a porta e a abri, Lauren permanecia lá. Seus olhos percorreram cada detalhe que preenchia meu corpo, até chegar em meus pés e subir lentamente até meus olhos outra vez, sua expressão era de admiração e um sorriso largo se fez em sua face.

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