Capítulo 2

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O povo, logo soube da atitude desumana da rainha e, como era de se esperar, chocaram-se. Maior que o medo, agora, era a revolta que os assolava. De alguma forma, teriam que a parar. E em todo o reino, agora ela era conhecida como Rainha Sangrenta.

- Majestade?! Majestade - Entra Joseph no quarto de sua rainha, sem bater e as pressas.

- Como ousa interromper meu banho? - pergunta ela em tom de ira.

- Majestade, uma moça... - Ele começa explicar, dando uma pausa para recuperar o fôlego perdido - Uma moça foi pega dentro do palácio.

- E como ela conseguiu entrar?! - Indaga Cordelia surpresa, afinal, ninguém jamais conseguira cruzar os portões vigiados diariamente.

- Não sabemos majestade!

- Como não sabem? - Fala ela com voz suave, porém intimidadora fitando o pobre criado.

- E... - Ele reluta em dizer.

- E o que? - Pergunta ela, agora com ar um pouco mais intimidador.

- E ela matou dois de nossos soldados.

- O que? ESTOU CERCADA DE INCOMPETENTES - Grita ela irada.

Levantando-se da banheira, ela ordena para que Joseph à vista, e a leve até onde está a tal invasora. Adentrando os longos e estreitos corredores, que levam até a cela na qual a jovem se encontra, ela ouve coisas que enchem seu peito do mais puro prazer. Gritos de dor. De muita dor. Ela para em frente à cela. Ao perceberem a presença de sua majestade, os soldados que surravam a pobre moça, param imediatamente e, reverenciam-na.

- Abram!

Ela entra na cela, e a observa com mãos e pés acorrentados. Coberta de sangue.

- Quem é você?

Sem expressar nenhum tipo de reação, a jovem permanece calada e de cabeça baixa diante da pergunta da rainha.

- EU PERGUNTEI QUEM É VOCÊ - Grita ela atônita.

Ela se abaixa para melhor poder observar a jovem que lhe desafiava. Ela se aproxima um pouco mais e, ergue a cabeça da mesma segurando-a fortemente. Ao fazer isso, recebe um escarro de sangue em seu rosto. Os soldados ali presentes, logo avançam em direção a jovem, mas Cordelia faz com uma das mãos, um gesto para que parem.

Ela fica perplexa diante de tamanha ousadia.

- Você sabe que pode acabar na fogueira por causa disso, não sabe?! - Diz ela olhando a jovem nos olhos.

- Me fará um favor, majestade - Diz a moça, com um sorriso cínico nos feridos lábios.

A rainha fica abismada, com a audácia daquela mulher. Limpando o rosto, ela se levanta e dá gargalhadas em meio aquela situação cômica. Jamais alguém havia a desafiado daquela maneira. E de alguma forma, ela achava aquilo engraçado.

- Então queres a morte?! - Pergunta ela depois de ter cessado o riso, mas com um sorriso ainda presente em sua face - Pois não lhe darei tal prazer! Viverás aqui, como minha criada. Sua valentia me agrada.

Ela continua a observando por alguns instantes, e em seguida caminha em direção à porta. Mas antes de cruzar a mesma, ela dirige-se a jovem novamente:

- Como se chama?

Calada a moça permanece.

- Eu perguntei como se chama? - Repete ela a pergunta quase que gritando.

- Alina, majestade. Seu nome é Alina. - Diz Joseph com tom de impaciência.

Cordelia dá um sorriso de canto de boca, e finalmente se retira. O criado a segue.

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