Meu armário ficava no meio de muitos outros, era rosa e cheio das mais diversas coisas: livros didáticos, cadernos, canetas e, por mais inusitado que isso fosse... artigos de maquiagem. Não parei muito ali, mas consegui ver um perfume, batons, blush e bases, a maior parte guardada em potes de vidro. Nele também havia um bilhete, dizendo o número do meu quarto e como chegar lá.
Fiquei repetindo o número de meu armário enquanto me dirigia para o dormitório, com medo de esquecê-lo.
Os dormitórios ficavam no prédio azul bebê, na ala leste. Para chegar lá é preciso atravessar uma passarela que liga o Castelo Circular, onde fica a biblioteca, recepção, salão de dança, diretoria e os quartos dos professores, ao prédio azul bebê, onde estão os dormitórios. Tudo isso estava escrito no bilhete, mas o problema em si foi encontrar a passarela, foi difícil distingui-la pois se parecia muito com um corredor, só que com janelas nos dois lados, permitindo que eu visse o jardim da frente, que estava escuro, e os jardim dos fundos, que estava iluminado com muitas luzes douradas. Depois disso, eu precisava saber em que andar, do prédio azul bebê, eu estava. Como eu estava no segundo andar do C.C. ( Castelo Circular), pressupus que também estava no segundo andar dos dormitórios.
"Por que será que eles indicam os prédios por cores, sendo que por dentro todos eles são brancos ou marfim? Eles podiam colocar placas na frente dos prédios, PRÉDIO 1 - ALA LESTE, que tal? Não, melhor ainda, podiam colocar aqueles mapas nos corredores indicando: VOCÊ ESTÁ AQUI, me seria muito útil agora."
Segundo o bilhete, meu quarto seria no segundo corredor à esquerda.
Quarto 123, 123, 123...
Quando enfim cheguei no corredor correto quase quis voltar atrás. Havia no mínimo trinta portas e o corredor ainda fazia uma curva.
Quarto 115, 117, 119, 121...
E ali, no meio de tantos outros, igual a todos os outros, estava meu quarto. Meu lar pelos próximos seis meses, ainda era difícil de acreditar. Coloquei a mão na maçaneta, nervosa sobre o que iria encontrar.
"Respira...1...2..."
A porta foi a berta. Consegui apenas registrar uma menina oriental de cabelos negros antes de cair destrambelhada no chão, no mesmo momento em que sentia alguém passar atrás de mim. "Esse dia não pode piorar."
___ Me desculpe! - disse a jovem que tinha aberto a porta, ela me ofereceu sua mão, me ajudando a levantar. "Dois tombos, só hoje..."
___ Sem problema. - falei e voltei-me para trás. A jovem que eu derrubei já estava de pé e me olhava com um olhar nada agradável. Ela tinha mais ou menos a minha idade, também era loira, como eu, mas seus olhos eram castanhos.
___ Você.... - ela estava tão furiosa que nem ao menos conseguia falar, esfregou a saia, arrumando algo já perfeito e esbravejou - Wikelya! - algo verde e brilhante voejou ao redor dela e quem levou o susto foi eu - Um pacote de mimo de princesa à jato.
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Gardênia
Historical FictionA III Guerra Mundial chegou sorrateira, sem anúncios prévios. Ela se deu por uma causa inesperada e seu desenrolar foi ainda mais surpreendente. Não houveram bombas nem confrontos em campos de batalha, na verdade, foi graças a ela que o mundo finalm...