O caminho de tijolos amarelos

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Desde que me lembro por gente, eu lembro da história do Mágico de OZ. É desse tipo de obra que permeia toda a cultura pop, assim como Alice no país das maravilhas, Peter Pan, além é claro, dos clássicos da Disney.

Quando eu era criança, meus pais tinham um rádio - daqueles completos, três em um, com rádio, toca K7 e toca discos. Ele ficava num suporte de ferro, suspenso, e embaixo do aparelho ficava a coleção de discos. Deixei os LPs finos de tanto rodá-los no rádio.

Foi ali que conheci paixões, paixões não, dizem que essas são efêmeras, amores. Encontrei-me com amores que me seguem diariamente, alguns ficaram no caminho, mas vira e mexe voltam ao meu convívio. 

Ali conheci um cara que nasceu há 10 mil anos atrás e que preferia ser uma metamorfose ambulante ou até a mosca da sopa. Que me ensinou que eu poderia fazer tudo o que quisesse pois tudo era da lei.

Descobri que eu sempre poderia recorrer a velha amiga escuridão quando precisasse desabafar algum sonho ruim que tivesse. Ouvi tanto o cantor implorando pela volta de Cecilia que também chorei por ter o coração quebrado por ela. E certamente se eu pudesse escolher eu preferiria ser um martelo a um prego, ou uma andorinha a uma lesma.

Aprendi muito sobre o sertanejo jovem que saiu do norte e no sul dormiu na rua. Descobri que é impossível escrever algo sem ferir ninguém, então se você não gostar das minhas palavras, saiba que hora ou outra isso é inevitável, visto que elas são navalhas e não é possível cantar ou escrever como convém sem querer ferir ninguém.

Esse merece dois parágrafos, na verdade merece um livro inteiro. Cada vez que ouço, eu enlouqueço com cada palavra dita, afinal não é todo mundo que pode dizer que não se importa com teorias ou fantasias, mas só se interessa em amar e mudar as coisas. Ainda aprendi com esse senhor bigodudo e atualmente sumido no mundo que se você quer fazer a revolução, é melhor ser um socialista milionário, afinal, de carrão se chaga mais rápido em qualquer lugar.

Essa crônica é um exemplo de que sou uma pessoa sem foco. Queria, e queria muito falar sobre a minha redescoberta do mundo de OZ e acabei me perdendo em devaneios tolos de um saudosista que não consegue ouvir musica alguma que não tenha pelo menos 30 anos.

Sendo assim, nossa viagem pelo caminho de tijolos amarelos vai ter que esperar pelo menos mais uma crônica. Agora eu preciso muito revisitar meus amores, não numa pilha de velhos LPs, mas na minha também fantástica playlist do Spotfy.

Dona Marisa, Seu Pan, Culpa de vocês. 


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