Chapter Six - NO

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 (Y/N) :

 Ando nervosa pelas estreitas ruas até chegar ao bar. Reconheço rapidamente o grande carro estacionado no parque. É ridículo como um automóvel tão caro e sofisticado se destaca dos velhos e partidos que se encontram á volta. Entro e rodo olhando em todas as direções, quando visualizo o loiro e penteado cabelo dele. Sinto um arrepio. Encaminho-me devagar até a última mesa onde está sentado. Traz um casaco de cabedal e umas calças jeans apertadas, como sempre. Está praticamente deitado na pequena cadeira azul, claramente aborrecido. Ao chegar, ele olha logo para mim com os seus olhos grandes e azuis.

 - (Y/N), já pensava que não vinhas! Senta-te - Como é que o Luke fala com tanta naturalidade, como se nada se tivesse passado?

 - Eu sei que aconteceu muita coisa, mas eu só queria ter uma conversa calma contigo. - diz ele, puxando uma cadeira para eu me sentar.

 O meu coração acelera a cada minuto. Enquanto ele fala, olho repentinamente para o piercing no seu lábio e memórias assombram a minha cabeça. Os escaldantes beijos, aquele piercing a ondular na minha boca...

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 3 meses atrás  :

 - (Y/N), queria te dizer uma coisa... - sussurra o Luke. Estamos deitados na cama lado a lado. A minha cabeça está no peito dele. E sinto-me em casa, no melhor lugar do mundo. Não me importava de ficar assim para sempre. - Será que te mudarias para cá comigo?

  Pestanejo para ver se estou mesmo acordada. E automaticamente esboço rapidamente um grande sorriso.

 - Claro que sim, Luke - digo, beijando-o.

 - A tua mãe é que não deve achar grande piada a isso - diz ele, enquanto passa a mão entre os meus cabelos, fazendo-me estremecer.

Claro que não. A minha mãe nunca gostou do Luke. Alias, a minha mãe nunca gostou de nenhum dos meus namorados. Mas a ideia de viver com ele é um sonho tornado realidade...

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 - Sobre o que é que queres falar comigo ? - pergunto, ignorando todas as memórias. Não sei onde fui arranjar forças para falar. É estranho estarmos a conversar, ignorando tudo o resto. A última vez que estivemos frente a frente, o Luke estava bêbedo e a dizer as palavras mais horríveis na minha cara. Fechou depois a porta do grande e luxuoso apartamento, que nada tem a ver com o que eu possuo agora, deixando-me a chorar do lado de fora, durante horas encostada á parede. Porém, ele voltou-me a ligar inúmeras vezes, maior parte delas ou estava bêbedo ou em problemas sérios. Solto um suspiro ao relembrar-me de todas as vezes que isto aconteceu. Só se lembrava de mim quando precisava de alguém. Quando o Luke começou a mudar para pior, todos os seus amigos o deixaram, portanto ele só me tinha a mim.

 - Bem... eu sei que fiz muita porcaria... - ele esboça um sorriso. O que é que se está a passar? - Mas eu queria pedir-te para voltares a namorar comigo - diz. E soltando uma gargalhada bebe meio do copo que tem á frente.

 Eu deveria ter adivinhado que ele não mudaria tão rápido. Sinto as lágrimas a escorrer pelos meus olhos e agora percebo que o Luke está claramente bêbedo. Como fui tão estupida, ao ponto de vir ter com alguém assim? Deveria ter percebido. O Luke está agora a olhar fixamente para mim, enquanto tento conter todas as lágrimas de caírem. Não aguento nem mais um segundo neste espaço, que parece encolher. Saio rapidamente de lá a correr, batendo em algumas das mesas da entrada.

 - (Y/N) ! - chama ele. As lágrimas correm agora intensamente.  - ele ainda tenta agarrar-me o braço e vir atrás de mim, mas suponho que estou tão perturbada que corro mais do que o habitual.

 Ao sair daquele espaço o mais rápido que posso, visualizo o Jug, encostado a um poste, com ar preocupado a olhar em volta. Eu deveria saber que ele não me deixaria vir sozinha. Apesar de lhe ter dito para não aparecer, agora preciso mesmo dele. Corro para os seus braços, deitando a minha cabeça no seu ombro. Sinto os seus escuros cabelos, tão diferentes dos do Luke, a bater na minha cara.

 - (Y/N), está tudo bem? O que se passou? O que é que ele fez? - permaneço calada, pois agora não me apetece voltar a falar neste assunto. O Jug é ótimo, apesar de já me ter magoado.  E preocupa-se comigo. Agora só tenho de esquecer o Luke de uma vez...

 Porém, o Luke aparece á porta do bar, olhando fixamente para mim e depois para o Jug.

 - Eu deveria saber que estavas com alguém.  - diz ele, muito alto, dirigindo-se a nós. - Não perdeste tempo!

 Apesar de tudo, eu sinto pena do Luke. Sei que ele não realidade não é assim. É o rapaz mais fixe e querido que  conheci. No entanto, fez más escolhas e foi por maus caminhos. Ele não estaria a dizer tudo isto, se não fosse o álcool a falar por ele. Quando dou por mim, o Luke tinha se aproximado, dando um muro no Jug, que agora permanece no chão.

 - Jug! - grito, de forma a fazer o Luke parar. Mas rapidamente aparece ajuda. Uns homens do bar aproximam-se e enquanto uns levam o Luke, eu e outro ajudamos o Jug a levantar. 

 - Eu disse que não devias ter vindo - diz o Jug, quando saímos daquela confusão.

 A verdade é que eu queria que o Luke estivesse mudado, mas isso não aconteceu. E agora o Jug ainda se magoou. Acho que eu só trago problemas a toda a gente...

 Acho que eu só trago problemas a toda a gente

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