X - Lugares Secretos

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-Você está encarando.

-Não estou não! – grunhi, ignorando o quão infantil minha voz parecia ao contrariar a afirmação absolutamente correta de Apolo. Virei-me para ele, percebendo que em vez do uniforme ele vestia smoking preto, como a maioria dos outros garotos da idade dele pelo salão.

-Estou de folga – ele explicou, adivinhando a curiosidade por trás dos meus olhos.

Revirei os olhos – Bom saber que o castelo não mudou você – falei, sem olhar para ele – Ainda é o mesmo sabe tudo que acha que pode ler a mente das pessoas...

-E você ainda é a mesma garotinha na defensiva – ele contra atacou. Não discuti com isso, ele não poderia estar mais certo – Mas não pensei que se apaixonaria tão rápido pelo príncipe.

-Eu não...

-Você ainda está encarando – ele falou, e eu suspirei derrotada. É claro que eu estava, e provavelmente estava parecendo uma criança fazendo birra, ou, pior, parecendo tão invejosa quanto Isabel enquanto Fox girava e ria com Annie no meio do salão.

Diferente da minha dança, ninguém prestava atenção neles. Era comum. Bem, ninguém além de mim.

-Eles dançam bem, não pode me culpar por admirar – dei os ombros, me virando para ele. Eu não precisava me tornar aquele tipo de pessoa – E eu não estou 'apaixonada' pelo príncipe.

-Isis ficaria tão desapontada – ele falou, com um sorriso nostálgico.

Ficamos ali, parados, em um silêncio constrangedor por minutos que pareciam horas. Quem nos visse em Corippo, há dois anos, e hoje, nunca saberia que éramos a mesma pessoa. Aquele Apolo era um pensador livre, desengonçado com cabelos de garota. Aquela Bethany era um monstrinho encolhido atrás de uma princesinha ruiva.

-Você...

-Por favor, Bethany, pelos velhos tempos, não pergunte se eu estou bem – ele pediu. Foi à vez dele de não olhar para mim, fitava o nada com uma expressão amargurada. Percebi que nas últimas semanas suas conversas deveriam sempre começar com essa pergunta, e com a mentira de estar.

Eu entendia. Alicia constantemente me fazia a mesma pergunta, e por mais que eu respondesse que sim, no final da noite quando eu me deitava tudo que eu conseguia imaginar era Isis queimando no fogo, desesperada.

-Eu só ia perguntar se me acompanharia em uma dança – menti, tentando parecer o mais animada possível para espantar os pensamentos ruins – Isso é claro, se não houver nenhuma namorada que você ainda não tenha me contado...

-Não, nenhuma namorada – ele falou, com um sorrisinho de canto que e fez perceber que havia algo mais complicado do que apenas aquilo. Ele mais uma vez fez aquilo de ler o que eu pensava pelo meu rosto, e mudou o ritmo daquela conversa – Tudo bem vamos dançar!

A Rainha Da Beleza - A Rainha da Beleza Livro I [NÃO REVISADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora