IV - As Musas

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-Então, Bethany, bem vinda ao Petit Palace – falou Alicia, andando de costas pelo largo corredor cheio de portas – Construído há mais de duzentos anos para o General Lamarque Paris, após o fim da Quarta Guerra Mundial, sob as ruínas daquele que um...

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-Então, Bethany, bem vinda ao Petit Palace – falou Alicia, andando de costas pelo largo corredor cheio de portas – Construído há mais de duzentos anos para o General Lamarque Paris, após o fim da Quarta Guerra Mundial, sob as ruínas daquele que um dia foi chamado Palácio de Luxemburgo. Com mais de oitocentos quartos, doze salões de festas, e dezenove cozinhas, o palácio é o primeiro grande marco da que hoje chamamos Grande Paris.

Pisquei, com tanta informação. Estávamos apenas no primeiro corredor, mas cada parte dele era linda. As paredes de mármore marfim, o chão de madeira brilhante, os quadros gigantescos e os vasos de flores que batiam em minha cintura, com as mais lindas e exóticas misturas de flores e plantas. Era tudo perfeito e fascinante.

-E um dos únicos a resistir a terrível Quinta Guerra Mundial – ela continuou, e embora parecesse realmente animada, algo me fazia acreditar que ela já repassará aquele texto mais vezes do que gostaria – Agora que acabamos com a parte formal, vamos ao palácio. Estamos no que o resto do palácio chama de A Casa das Musas. Atualmente somos apenas nove garotas, contando com você, mas temos espaço para acomodar até vinte e quatro garotas.

Olhei para o longo corredor, que terminava se abrindo em uma formação de T, para onde aparentemente estávamos indo.

-Esta é a sala de estar. É onde as garotas passam a maior parte do dia, quando não estão em nenhuma aula, e seguindo pela direita, a sala de jantar – Alicia apontou para um lado do corredor – E pela esquerda, o acesso ao resto do palácio. Assim que sairmos verá uma escadaria, ela leva para o salão de bailes, não estranhe a música.

Assenti, enquanto ela abria a porta para que saíssemos. Realmente dava para ouvir a música, e ela não se comparava a nada que eu já tivesse ouvido antes. Era de uma perfeição suave, eu quase podia senti-la acariciando minha alma e abraçando calorosamente meu coração. Vi Alicia rindo.

-O que foi? – perguntei um pouco receosa. Talvez ela estivesse me achando maluca.

-Nada, eu também gostei da música a primeira vez que ouvi – ela sorriu – Onde eu estava?

-Na escadaria – falei, olhando para a escada ao meu lado – Que leva para o baile, certo?

-Isso mesmo – ela balançou a cabeça – Você só vai começar a ir às festas depois que esse ferimento na sua cabeça e todos seus hematomas estejam curados, mas é bom saber... Descemos as nove em ponto, todas as noites. Subimos as três. Meia e meia.

-Meia e meia?

-Meia hora depois que a festa começa, meia hora antes de terminar – falou ela, enquanto andávamos pelo corredor.

-E como são... As festas? – ousei perguntar enquanto os quadros no corredor pareciam nos seguir com os olhos – O que exatamente nós temos que fazer?

-O trabalho de uma Musa, é ser bela. Mas não tão bela quanto à rainha – ela falou em um tom um pouco melancólico – Nosso trabalho é enfatizar quão linda ela é naturalmente, sendo lindas artificialmente.

A Rainha Da Beleza - A Rainha da Beleza Livro I [NÃO REVISADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora