Babando por ela

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Fernando

Estávamos todos da família, sentados, na sala de espera do hospital, todos me olhavam como se eu fosse o culpado por estarmos ali. Apenas a Adriana me olhava com compaixão e tentava passar com o olhar a calma e o sentimento de que nada daquilo era culpa minha. Já não estava aguentando os olhares acusadores, até que o médico chegou e anunciou que meu avô teve um principio de infarto, mas que estava bem. E todo e qualquer aborrecimento deveria ser evitado, e mais uma vez todos os olhares se voltaram contra mim. Virei-me para ir embora sem nem ao menos dizer tchau para ninguém. Estou me sentindo péssimo, não quero fazer mal ao meu avô, mas me recuso a aceitar esse combinado que eles estão me propondo, porque além de mudar a minha vida pessoal, eles querem que eu mude minha vida profissional.

Fui para casa frustrado e com raiva, já era mais de meia noite e decidi ligar para os caras e avisar que não iria a Angels hoje. Deitei-me na minha cama e fiquei pensando que merda foi essa noite. Mandei uma mensagem para a minha irmã perguntando como estava o vovô e ela me respondeu de imediato, falando que ele estava bem, que nem parecia ter acontecido nada com ele. Que bom!

Deitei na minha cama e após receber a notícia que meu avô estava bem, me peguei pensando na Clara nos meus braços e de repente era isso que eu mais queria agora. Pensei o quanto ela parecia frágil e forte ao mesmo tempo. Aquele rosto delicado me fazia pensar que eu sempre deveria estar ao lado dela para protegê-la. Lembrei-me da visão que tive do corpo dela nu, deitado de lado e encostando-se ao meu. Como ela era linda. Ela tentou esconder o corpo de mim diversas vezes, por vergonha, falta de costume, não sei. Só sei que ela não tinha noção de que não deveria ter vergonha daquele corpo tão lindo e perfeito. Só de pensar já fiquei louco e decidi que iria a Angels sim. Precisava vê-la.

Arrumei-me e saí, quando dei por mim já estava sentado em um banco alto, em frente ao balcão dela, a encarando enquanto ela fazia uma bebida e conversava sorrindo com um cliente. Ela ainda não tinha me visto e isso me dava alguns minutos de liberdade para admira-la, sem que ela se fechasse como sempre fazia e ficasse toda tímida. Fui tirado do transe que a Clara me causava, quando uma mão passou no meu queixo.

— Ei mano, segura a baba porque está molhando todo o balcão. — Rodrigo me falou.

— Ah cuida da sua vida cara.

— Cuidado, você vai ficar caidinho pela Clara e vê se não vai transar com ela ou vamos ter que responder um processo por assédio depois.

Fiquei em silêncio e só sorri olhando para ela.

— Não! Não vai me dizer que vocês dois já...

— Já, mas prefiro que você mantenha a matraca fechada. Ela é muito tímida e não vai querer que ninguém saiba. — O interrompi.

Ele deu uma gargalhada.

— Não acredito cara, faz tão pouco tempo que ela está aqui e você já está assim, babando por ela?

— E quem pode me culpar? Olha pra ela. Ela é uma deusa.

No instante em que falei e a olhamos, ela jogou a coqueteleira para cima e a pegou depois de dar dois giros no ar.

— Tem razão ela é uma deusa.

Dei um tapa na cabeça do Rodrigo.

— Tira o olho. — Falei sério — E pensar que a minha família quer que eu case por convenções e tradições e eu posso perder tudo isso. — Continuei falando sem tirar o olho dela.

— Casar? Como assim?

— Ah! Longa história cara, mas resumindo, tenho que casar com alguém da colônia japonesa e me tornar o presidente da empresa da família. E no caso o alguém da colônia japonesa é a Fabiana minha ex.

DEGUSTAÇÃO Meu anjo meu heroiOnde histórias criam vida. Descubra agora