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A garota chorava silenciosamente, com um copo de café nas mãos. Olhava para ele melancolicamente, como se esperando que ele lhe desse uma resposta, porém ela sabia que aquilo era impossível.

— Vocês conseguem achar minha irmã? - Taylor não era irmã biológica de Leah. Eram irmãs adotivas, que não tinham seus pais biológicos. O destino fez com que elas acabassem se adotando. Viviam juntas desde os 15 anos.

— Nós tentaremos, Taylor. - Diz Rossi - Mas precisamos fazer umas perguntas sobre a última vez que você a viu. Procedimento de rotina.

— Podem perguntar o que quiserem. Se acelerar o processo, farei de tudo para ajudar.

— Queremos que você nos conte exatamente como foi a noite de vocês. Se aconteceu algo fora do normal, se Leah falou com alguém estranho, se algum doido incomodou vocês, essas coisas. - Diz Reid, anotando algumas coisas em um bloco de papel.

— Foi tudo normal. Chegamos no Kowarick's, nós duas e mais uma galera do trabalho da Leah. O som era bom, as bebidas também. Dançamos, bebemos. Alguns babacas tentaram chegar nela, mas ela usa uma aliança de compromisso falsa, pra despistar os caras, então eles respeitam. Sempre tem os idiotas que dizem que não são ciumentos, mas dessa vez não aconteceu isso. A festa durou até umas 4 da matina, a Leah entrou num táxi e eu fiquei esperando o meu namorado me buscar. Ficamos trocando mensagens até ela descer do táxi. Ela me avisou que ia desligar a rede móvel e pagar o taxista, que ia se conectar novamente com a W-Lan do hotel. Depois disso, nada. Pensei que ela tinha desmaiado na cama, afinal ela estava cansada, então deixei para lá. No outro dia ela ainda não tinha visto as mensagens, então resolvi ir no hotel. Ninguém tinha visto ela chegar à noite, porém isso é normal. O quarto dela estava trancado, mas isso não queria dizer que ela não estava dentro, afinal de contas as pessoas gostam de privacidade, correto? O carinha do hotel não deixou nem eu subir no quarto dela. Achei estranho, mas tudo bem, é o protocolo. Só me caiu a ficha de que algo poderia estar errado quando a Susan Donatti me perguntou da Leah. Ela não apareceu no trabalho também.

— Ela pode ter ido para a casa de alguém naquela noite. Você sabe de alguém que a receberia? - Rossi pergunta.

— Se ela tinha alguém, não me contou. Eu e ela somos brasileiras, e viemos para os Estados Unidos no ano passado. Temos uma à outra, e nossos pais adotivos, mas eles estão lá no Brasil. Ficamos morando no hotel por um tempo. Eu comecei a namorar o Jason, me mudei para a casa dele, e a Leah ficou sozinha no hotel. Ela encarou super de boa, afinal ela esteve sozinha a metade da vida dela praticamente. Mas... se ela nao tivesse que voltar para casa sozinha naquele táxi, talvez tudo isso não tivesse acontecido. - Taylor começa a chorar de novo. Pega um lenço da papel na caixa à sua frente e seca seus olhos. - Por favor. Achem-na viva. A mídia já informou. O caso das ruivas. Não deve ser acaso. Ela é ruiva também. Façam de tudo.

— Nós faremos, Taylor. Acharemos a sua irmã viva. - Diz Rossi.

— Sabe, a Leah não faz nada pra ninguém. Ela é uma pessoa boa, meio louca ás vezes, mas ela é boa. Faz as coisas dela direitinho, evita se meter em confusão. Ela é freelancer no Tokays, e todo mundo adora ela lá. É a melhor amiga que eu já tive na vida. Eu não consigo entender porque alguém quereria fazer algum mal para ela.

A RuivaOnde histórias criam vida. Descubra agora