Cap.16 - Room part.2

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Eitaaa
Agora vai

Na mídia seria o Theo e a Lauren hehe

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"Lauren?" - a chamei sem olha-la. Sentia um clima tenso começar a se instalar ali. - "O que quer dizer com isso?"

Ela respirou fundo algumas vezes como se tomasse coragem para falar. Observava cada canto do quarto e em momento algum me olhou. Seu lábio inferior estava preso entre os dentes e suas mãos estavam inquietas sob as pernas.

"Tudo estava bem" - franzi o cenho e a encarei. Seu olhar confuso não parava em nenhum ponto fixo. - "Merda...estava tudo bem até você voltar." - engoli em seco e desviei o olhar para a janela, o céu escurecendo demonstrava que viria chuva por ai.

"Você nem se despediu..." - sua voz era fraca e baixa.

"Lauren, eu"

"Não!" - num solavanco ela se levantou da cama e ergueu a mão para o alto me fazendo calar imediatamente. - "Não fala nada, eu preciso colocar pra fora. Eu preciso" - concordei com a cabeça ficando em silêncio. Deixaria que ela dissesse tudo o que queria dizer, e no fim, talvez, pudéssemos conversar com mais calma e esclarecer tudo.

"Isso não se faz com ninguem, Theodore. NÃO SE FAZ!" - me assustei com seu grito repentino e senti a visão embaçar.

Odiava quando alguem gritava comigo, a vontade de chorar é inevitável.

"Eu era sua melhor amiga, poxa. Nos conhecíamos desde pequenos e parecia que você nem sequer considerou a hipótese de me dizer adeus." - as bochechas vermelhas e o olhar perdido em seu rosto me faziam querer sumir. - "Eu era sua namorada..." - falou baixinho enquanto olhava para o chão. - "Eu entendo que éramos crianças e mau sabíamos o significado dessa palavra, mas eu ainda era sua namorada. Era real pra mim."

A cada segundo que passava o nó na garganta aumentava, o acumulo de lágrimas em meus olhos ameaçava transbordar e eu não queria, não queria chorar na frente dela. Me sentia culpada e machucado, mesmo sabendo que aquilo tudo era minha culpa, nada me impedia de estar fodidamente machucado por dentro.

"Eu chorei por semanas, eu chamei por você em meio ao choro e você não estava lá pra me dizer que sol nasceria mais tarde, que tudo ficaria bem quando o dia clareasse

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"Eu chorei por semanas, eu chamei por você em meio ao choro e você não estava lá pra me dizer que sol nasceria mais tarde, que tudo ficaria bem quando o dia clareasse." - aos poucos minhas lagrimas pulavam para fora do olho e escorriam livremente pelo rosto, assim como as dela. - "Quantos joelhos ralados eu tive que cuidar sozinha? Quantas vezes eu chorei no chão do parque sem ter ninguém para me levantar?" - ela ajoelhou no tapete e falava baixo com a voz embargada.

 - "Quantos joelhos ralados eu tive que cuidar sozinha? Quantas vezes eu chorei no chão do parque sem ter ninguém para me levantar?" - ela ajoelhou no tapete e falava baixo com a voz embargada

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"Eu esperei por você, mas você não chegou. Nunca chegou. Então eu amarrei os cadarços e segui em frente, mas todo vez em que me abaixava para e olhava aqueles tênis surrados você vinha na cabeça. Aquele sorriso fofo que sempre me dava quando dizia o quanto esquecida eu era por nunca me lembrar de amarrar os cadarços. A porcaria dos cadarços!" - então o choro foi cessando - "Mas ai hoje eu me atrasei pra escola, o que aprendi a nunca fazer desde que meu melhor amigo não entrava mais pela porta do meu quarto 30 minutos mais cedo só para me acordar. Eu esqueci de amarrar os cadarços e tropecei no corredor. Tropecei em você." - ela me encarou e segurou o olhar por longos segundos, que mais pareciam minutos. O pequeno sorriso brotou no canto de seus lábios, e eu me apaixonei. De novo. - "Você estava lá. E foi como se eu nunca tivesse parado  de esperar, como se eu nunca tivesse amarrado os cadarços por anos, como se eu não tivesse ignorado aquela casa que me era tao familiar. Afinal, aquele dia em que você voltaria chegou, e eu não pude pensar em mais a não ser você."

Ela se levantou e sentou a minha frente, segurou meu rosto e me encarou. Estavamos tão próximos um do outro.

"Foi como se eu nunca tivesse perdido aquela paixão que viveu dentro de mim." - acariciou meu rosto e grudou nossas testas - "Eu me apaixonei por você naquele momento, novamente."

Então ela me beijou, seus lábios juntaram aos meus e automaticamente meus olhos se fecharam. Puxei seu corpo para o meu colo e ela sorriso em meus lábios. Nos beijamos como se nunca tivessemos parado de fazer aquilo, como se nunca tivéssemos nos distanciado um do outro. Lá fora uma chuva forte caia, enquanto meu mundo girava sem parar numa velocidade constante, a cada novo beijo, uma nova constelação de estrelas surgia.

Dane-se o mundo lá fora, era só eu, ela e o colchão agora.

Metamorphosis (Hiatus)Where stories live. Discover now