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  Saio de casa com meu livro em mãos e começo a pensar sobre coisas aleatórias, como portas. Minha mente consegue ir em lugares estranhos rapidamente.

  Chego em uma pequena praça circular com vários banquinhos, árvores pequenas e um cheiro de chuva misturado com perfume masculino (talvez por esse motivo esse era meu segundo lugar preferido no mundo). Me sento em baixo de uma árvore de tamanho médio e começo a ler o livro.

  Era realmente muito interessante.

  Revezo entre ler o livro e viajar pelos meus pensamentos, sinto um pingo de chuva no meu nariz e fecho meu livro, está virando tão protegido que não quero que nada aconteca com ele.

  Decido ir comprar algo para comer em uma doceria próxima a praça, mas o vulto pessoa correndo na minha frente me distrai. Ele cheirava bem, quase como a praça.
Ele me chama muito a atenção, não é tão comum as pessoas me chamarem a atenção assim, o último foi Josh que por acaso, ainda não tirei ele da cabeça.

  Sigo ele.

  Como não tenho o corpo atlético igual ao desse sujeito custou muito para alcançar ele, eu me parecia com um cachorro com a cara para fora da janela de um carro no momento que ele para de correr. A primeira coisa que me chama atenção nele são os cabelos vermelhos.

  Era Josh?

  Será que falo com ele?
  Ele vai sacar que eu estava seguindo ele, afinal, por que eu segui ele??

  Atravesso a rua contrária da onde Josh se encontra e, fingindo que nada tinha acontecido, o chamo:
  - Hey, Josh!?

  - Oi Tyler!- ele responde num pulo, claramente assustado, espero não ter feito merda.

  - Então... Te vi correndo por ai, ta tudo bem?

  - Hmm, tudo ótimo sim.. Por que? E você?- ele está nervoso.

  - Estou, nada só curiosidade mesmo.

  - Ah sim, para onde estava indo?- Josh me pergunta, percebo que ele está estralando os  dedos, ele está definitivamente bastante nervoso. Percebo depois de um tempo a pergunta e gelo, aqui por perto não ha nenhuma doceria, merda.

  - E-eu... Estava só andando por ai, sabe? E você?- gaguejo.

  - Ah sim... Pra onde eu estou indo? É um pouco difícil de explicar.- diz Joshua, procurando palavras, ele é tão lindo.- Quer ir comigo?

  - Por que não?

  Começamos a caminhar e a chuva começa a cair. Me assusto quando Josh pega minha mão e começa a correr comigo pelas ruas de Ohio até adentrarmos em uma pequena floresta, não mais que 2 quarteiroes da onde nos encontranos.

  As mãos dele. Grandes e macias. Eu poderia senti-las a minha vida toda. Eu me senti   confortável de mãos dadas com ele. Se eu ja tinha sentimento com as mãos dele, imagina o abraço? Sinto um calor percorrendo pelo meu corpo inteiro. Eu tinha conhecido esse garoto HOJE, como pode ter tanto efeito em cima de mim? Tenho medo disso.

  Vamos até o lugar que ele havia comentado conversando sobre a escola, provas e essas coisas chatas.

  Chegando lá me deparo com uma casa, não uma casa, parecia mais com um monte de madeira empilhada e desajeitadamente pregadas. Me pergunto se foi josh que fez isso.
 
  - Bem vindo ao meu esconderijo!
 
  - Você que construiu isso, sozinho?

  - Eu mesmo.- Diz ele, orgulhoso mas nem tanto.

  - Bom trabalho!!!! Orgulho de você!

  Entramos naquela "toca" e começamos a conversar, conheci um pouco mais sobre a família dele, seus pais e irmãos, escolas antigas, namoradas...

  Josh é hétero.

 

  - Queria poder voltar no tempo, para os bons tempos.- Josh diz, deitado ao contrário do meu lado.

  - Quando nossa mãe cantava para a gente dormir.- Digo, já passava mais de duas horas que estavamos conversando.

  - Mas agora estamos estressados com a vida!- Josh conclui, se levantando - Isso daria uma ótima música.

  Já estavamos conversando por um bom tempo, perdemos a noção dele, eu apenas sentia que tinha uma conexão absurda com ele, eu me sento bem e todos os meus problemas somem. Ele é o que? Deus?
 
  - UOU, já esta tarde. Preciso ir para casa, minha mãe deve estar acordada e preocupada.- Me levanto, limpando minha bunda de terra.

  - Quer que eu te acompanho?- Ele diz, saindo da "toca" em um pulo.

  - Seria ótimo!

  Saímos da floresta em direção à minha casa, conversando o caminho inteiro sobre antigas redes sociais:
  - Agora é serio, fazendo uma confissão aqui, ao vivo - ele tenta arrumar o cabelo mas só o bagunça mais- Eu me cadastrava e usava vários sites de relacionamentos........, Gays.......

  Começamos a rir, juntos, nossa risada junta soava tão bem que se fosse lançada como música, ficaria por meses em #1 na billboard.

  - NÃO RIA! ATIRE A PRIMEIRA PEDRA QUEM NUNCA FEZ ISSO, OKAY? EU ESTAVA CARENTE! AO EXTREMO!- pego uma pedra e atiro nele.

  - JOSHUA WILLIAM DUN, VOCÊ ARRANJOU ALGUÉM NESSE SITE, PELO MENOS??

  - Mudando de assunto.........

  - Chegamos na minha casa.- aponto para a minha casa, como se ela fosse um castelo.

  - É aqui? Uau, eu moro na rua debaixo! Poderiamos ir para a escola juntos, algum dia desses.

  - É, poderiamos sim!- Logo após, um silêncio constrangedor.

  Não quero virar de costas para ele e entrar em casa, então puxo ele para um abraço que é correspondido.

  Sinto os braços, um pouco fortes envolvendo meu corpinho magro em um abraço caloroso e confortável. Sinto as mãos grandes dele nas minhas costas e eu quero mais, definitivamente não só nas minhas costas.

  - Tchau então!- desfazendo o abraço, me dá um largo sorriso que retribuo.

  Entrando em casa, vejo minha mãe com grandes olheiras assistindo um programa de pessoas sobrevivendo no mato.

  - Tudo bem, Tyler? Onde estava?

  - Tudo perfeito, Kelly, perfeito! Só vi um amigo da escola.

  Ela acorda da viagem e me olha com cara de espanto. Era de se esperar.

  Vou correndo para o meu quarto, me deito e fico pensando em como aquele garotom que eu mal conheço, pode ser tão especial para mim.



OI MENINS entao esse foi o capitulo de hoje ta espero que gostem se gostarem meninas deixem o voto por favor e comentem ok beijos beijos meninas

Slowtown { joshler }Onde histórias criam vida. Descubra agora