C A P Í T U L O 14

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Nos afastamos mais de três quilômetro da costa, desligamos o motor do iate e ficamos na parte superior deitados em cadeiras reclináveis de praia, bebericando e degustando patas de caranguejo enormes que trouxemos do Joe's.

Meu avô e eu estamos apenas em calções de banho com o torso nu enquanto Ellen veste um lindo biquíni preto com franjinhas na parte do busto. Tento evitar, mas é impossível não olhar para o seu corpo perfeito estirado tomando sol. Ela vai ficar com as marquinhas do biquíni e eu adoro marquinhas de biquíni. Vou adorar lamber cada pedaço de pele bronzeada dela. Sinto meu pau acordar com o pensamento. Espera aí amigão, não invente de subir agora, o vovô não pode ver sua barraca armada.

Deve ser ridículo meu pensamento querer conversar com o meu pau. Sorrio olhando com o canto do olho para o meu velho, mas o coroa está mais interessado no iate que passa ao lado com algumas mulheres seminuas dançando.

- Você vai acabar ficando com torcicolo. - digo sorrindo quando ele quase quebra o pescoço pra olhar as garotas indo embora.

- Ora não tire a diversão do seu velho aqui. - ele fala se endireitando na cadeira e tirando os óculos de aviador - E olha só quem fala, o cara que não consegue parar de olhar para os peitos dessa pobre garota inocente deitada ali.

- Garota inocente? Eu não diria isso sem conhecê-la. - ele ri e depois fica sério.

- Escuta Nicholas, precisamos conversar filho.

Eu sabia. Meu avô aparecer aqui sem me ligar antes não poderia ser apenas pra uma visita cordial de família.

- Está certo. Pode mandar.

- Não agora. - ele aponta pra Ellen com o queixo.

E como se fosse premeditado ou como se telepaticamente a Ellen tivesse lido o pensamento do meu avô, ela se levanta e começa a se afastar para a proa. Após jogar no chão seus óculos de sol, na verdade meus óculos de sol que emprestei a ela, Ellen desce pelos degraus que da lateral e dá um mergulho estilo peixinho no mar. Instintivamente eu me levanto indo até a grade de proteção do deque e me inclino, preocupado pra ver se está tudo bem. Minha preocupação se desfaz quando ela volta à superfície jogando um longo jato de água pela boca e nadando um pouco antes de virar de costas e simplesmente boiar com os olhos fechados.

Meu avô vem até mim e se apoia na grade ao meu lado. Essa é a hora. Lá vem bomba.

- Desembucha, velho.

- Queria te dar mais um tempinho pra observar a sua amiga, - ele faz aspas no ar - mas se você insiste...

- Você está louco pra saber sobre ela, não é? - olho pra ele com um sorriso debochado.

- Saber por que você está agindo como um grande idiota me dizendo que são amigos enquanto transa com ela?

- Exatamente. - começo a rir baixinho, mas meu sorriso aumenta e meu velho me olha curioso.

- O que foi?

- Idiota.

- Como é que é moleque?

- Você me chamou de idiota. É assim que a Ellen vive me chamando e eu até gosto disso.

- Isso é bem estranho filho.

- Eu sei, mas aprendi a gostar de tudo que tem a ver com ela.

Os olhos do meu avô voam para o meu rosto procurando pela verdade claramente estampada na minha cara. Está tão clara quanto a água embaixo de nós.

- Então você está mesmo ferrado, Nick?

- Depende do que você está falando.

- Eu vi você passar pelos piores momentos da sua vida e vi a forma como você escolheu viver a sua vida depois desses momentos, e essa forma nunca incluiu uma mulher na sua própria cama. Nenhuma das mulheres que você encontrou nos últimos cinco anos mereceram um dia comigo ou um passeio de iate então... O que essa menina tem de especial pra você?

Reviver (SR #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora