Number 13

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Depois de uma semana presa dentro daquele hospital fazendo exames e mais exames, fui liberada para ir pra casa. Mamãe, pra me receber, fez um bolo de cenoura com bastante calda de chocolate pois sabia que eu adorava. Mas não consegui nem olhar.  Meu estômago ainda estava fraco se revirando só de lembrar e eu não conseguia parar de lembrar.

— Daniela? — Mamãe chamou abrindo a porta — Tem visita pra você.

— Oi! — Janity disse

— Oi!

— Como está?

— Melhor. E você?

— Melhor.

O silêncio tomou conta do quarto me fazendo observar o rosto inchado de Janity. Parecia que ela tinha virado a noite chorando.

— Sei bem que tudo isso foi minha culpa — Disse quebrando o silêncio enquanto mexia em algo na cômoda — e também sei que você não está bem.

— Jani...

— Mas preciso que você me ouça! — Interrompeu — Eu sou apaixonada por você! Aquela noite que sua mãe nos interrompeu, eu fui correndo pra casa porque eu não sabia como regiria depois. Toda vez que dizia "somos amigas'' doía em mim porque eu já não te via como tal. Então eu decidi me afastar pra não me machucar. Quando você apareceu lá em casa, eu quis te beijar, quis contar tudo o que estava acontecendo. Mas eu não soube usar as palavras e mais uma vez fugimos uma da outra. Quando te beijei, foi melhor que imaginei! Mas eu fui covarde. Te prejudiquei e aconteceu tudo isso.

— Janity, eu não sei o que dizer. Eu...

— Eu entendo que talvez você não queira nada comigo. — Interrompeu — Mas, dessa vez, eu não serei covarde. Eu estou aqui pronta pra você quando quiser. Daniela, eu te amo!

— Janity, eu preciso de um tempo! Você fugiu várias vezes. Não tenho certeza se não vai mais acontecer. Eu também gosto um absurdo de você e já aceitei isso! Mas não quero me machucar. Então eu peço tempo.

Janity assentiu e ficamos deitadas conversando sobre nada. Ela me tomou em um abraço que nos fez cair no sono.

Sentimentos AdormecidosOnde histórias criam vida. Descubra agora