Capítulo - CXXVI

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            Assim que Alfonso a colocou no chão, ele respirou fundo antes de abrir uma das ultimas portas do extenso corredor, há anos ele não entrava ali, nem imaginava como estariam sua coisas, isso se seus pertences ainda estivessem lá.

Os olhos de Anahí se arregalaram ao ver o imenso quarto com uma parede de vidro que lhe permitia ver a grande área verde da mansão, além de lhe dar acesso a uma enorme varanda. Aquele quarto aparentava ser quase do tamanho do apartamento onde ela morava com Enzo.

– Ual. – isso fora tudo o que ela conseguiu dizer ao entrar no quarto, observando cada detalhe do mesmo.

– Meu antigo quarto. – contou, entrando logo depois de Anahí e encostando a porta.

Mesmo que Alfonso não lhe dissesse, ela saberia que aquele quarto pertencera a ele, tudo ali tinha a sua cara, a bela decoração rústica, os poucos moveis espalhados pelo mesmo, a grande cama king size no meio do quarto, o sofá e a lareira ao lado esquerdo, perto de uma porta de correr, que se fundia com a parede, e ao lado de enormes prateleiras com coleções de miniaturas de aviões, que combinavam com os dois quadros de monomotores que haviam no quarto, já do lado direito, havia uma escrivaninha com alguns porta-retratos, acima mais prateleiras, mas essas continham dezenas de livros enormes, ali também havia outra porta de correr, ao lado de um escudo do Manchester United, que era uma das poucas coisas coloridas daquele ambiente.

Anahí foi em direção a escrivaninha, estava curiosa para ver as fotos que haviam ali, queria ver como Alfonso era quando mais novo, ver quem seria importante pra ele a ponto de ter uma foto sua em seu antigo quarto.

Ela observou atentamente cada um dos retratos de cima da escrivaninha, naquelas fotos havia um Alfonso sorrindo, relaxado, mais parecido com o Alfonso de hoje, não com o homem serio que ele sempre aparentava ser. Não conseguindo controlar sua curiosidade, Anahí pegou um dos retratos onde ele estava ao lado de uma linda menina, que lhe olhava sorrindo apaixonada; e não foi preciso perguntar quem era aquela mulher, já que a semelhança com Clara era grande, ambas eram loiras, de olhos claros, pele clara e poucas sardas no rosto, e embora Anahí odiasse confessar, ela era muito mais bonita do que Anahí imaginara.

– Ela é linda. – disse, ao sentir o olhar de Alfonso lhe queimar, como se ele esperasse para saber qual seria sua reação.

– Eu não sabia que depois de tanto tempo, eles continuariam mantendo as coisas do mesmo jeito. Eu sinto muito. – disse, pegando todos os retratos em que ele estava com a Angelique, e jogando os mesmos no cesto de lixo que ficava ao lado da escrivaninha.

– Não faça isso. – ela disse, voltando a colocar os porta-retratos na escrivaninha. – Vocês tiveram uma historia juntos...

– Tivemos, mas acabou, não tem porque essas fotos continuarem aqui. – disse, pegando o porta-retratos que Anahí acabara de colocar na escrivaninha, e também jogando o mesmo no cesto de lixo.

– E se Clara quiser uma foto da mãe dela, ou uma foto de vocês juntos, pra se lembrar de quando eram uma família? – perguntou, esfregando suas mãos e seus ombros, como se estivesse se abraçando, sentindo frio por causa de suas roupas molhadas.

– Eu digo que não tenho. – ele disse, e Anahí sabia que não adiantaria conversar com ele sobre aquilo. – Agora vamos tomar um banho quente, antes que você se resfrie. – ele puxou Anahí pela mão, a levando até o enorme banheiro de sua suíte.

Anahí ficara ainda mais impressionada ao entrar no enorme banheiro de mármore escuro. Ela ainda analisava cada detalhe daquele ambiente, quando Alfonso começou a despi-la, começando pela blusa que ela usava e que por estar molhada, estava colada ao seu corpo.

– O que foi pequena? – ele perguntou, e em seguida começou a beijar o pescoço dela. – Você parece tão distraída.

– Nada, eu só estava pensando. – respondeu, inclinando sua cabeça para o lado, deixando seu pescoço livre para que Alfonso pudesse continuar com seus beijos.

– Pensando em que? – ele a pegou no colo e a colocou sentada na enorme pia de mármore, para em seguida começar a tirar os sapatos que ela usava.

– Em nós, no que somos, sei que você disse que quando voltarmos iremos conversar, mas depois de hoje, depois de você ter dito que me ama, acho que poderíamos conversar sobre isso antes.

– Você quer conversar sobre isso agora? – perguntou fazendo uma careta, antes de puxá-la colando seu corpo ao dele.

– Quero. – ela respondeu quando ele voltou a beijar seu pescoço.

– Tem certeza? – suas mãos apertavam com a força exata a cintura de Anahí, e ele continuou a beijá-la.

– Não faça isso. – ela pediu, embora soubesse que não queria que Alfonso parasse. – Precisamos conversar.

– Conversaremos depois. – ele disse, abrindo o fecho do sutiã que ela usava.

– Poncho... – ela gemeu ao sentir a mão dele em seus seios. – Não fuja da nossa conversa.

– Eu não vou fugir pequena, prometo que conversaremos depois, mas agora eu preciso terminar o que começamos. – disse, colando mais ainda seu corpo ao dela, para que ela sentisse a ereção dele que já começava a se formar sob sua calça.

Alfonso colocou Anahí no chão e terminou de despi-la, em seguida, se afastou um pouco dela, a observando, ela adorava olhá-la, não havia nada em Anahí que ele não gostasse, ela parecia ter sido feita sob medida para ele.

– Adoro ficar olhando para você, ainda mais quando você está assim, sem roupa nenhuma. – disse, a fazendo corar.

Alfonso começou a se despir, ficando apenas de cueca, e pode perceber os olhares de Anahí sobre ele, sua respiração ficara pesada e ele podia perceber o quanto ela estava ansiosa pelo que viria.

Assim que ligou a torneira da enorme banheira de hidromassagem ­– onde deveriam caber no mínimo quatro pessoas –, Alfonso pegou um dos frascos que estavam ao lado da banheira e despejou um pouco de seu conteúdo na água, o que fez subir de imediato um maravilhoso cheiro doce e sensual; Alfonso olhou em volta do banheiro como se estivesse procurando alguma coisa.

– Acho que a dona Ruth esperava mesmo que eu fosse ficar aqui, está tudo arrumado do jeito que costumava ser. – comentou, após ver algumas toalhas brancas e dois roupões pendurados perto do box, sua mãe com certeza mandara que arrumassem seu quarto, na esperança de que ele ficasse ali.

Mentiras (finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora