Capítulo - CLXX

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Alfonso se levantou e puxou Anahí pelo braço, fazendo com que ela ficasse de frente para ele, então, segurando em seu queixo, levantou sua cabeça, fazendo com que ela o encarasse.

– Vamos lá pequena, você sempre diz que eu não converso, então vamos conversar. Porque é que você está tão brava comigo? – ele perguntou, queria acertar as coisas entre Anahí e ele.

– Não estou brava, Alfonso, só estou cansada. – ela respondera, não queria que ele tentasse conversar com ela agora, ela queria que ele se zangasse, queria que ambos brigassem, já que assim, além de ter um motivo para colocar um ponto final naquela relação, tudo seria mais fácil.

– O que você está fazendo? – ela perguntou assustada quando ele a pegou no colo, andando em direção ao quarto dela.

– Você está precisando relaxar. – ele disse sorrindo, enquanto abria a porta do quarto.

– Alfonso, as crianças estão no quarto ao lado. – ela disse quando ele a colocou na cama e tirou a camiseta que ela vestia.

– Eu sei, só vou te fazer uma massagem. – ele se explicou, rindo da cara de desapontada que Anahí fizera antes dele se posicionar atrás dela.

Alfonso começou afastando o cabelo de Anahí para o lado, e apenas com o simples roçar de seus dedos em sua nuca, o corpo todo dela se arrepiara. Antes de iniciar a massagem nos ombros de Anahí, Alfonso assoprou em sua nuca, fazendo com que ela soltasse um gemido baixo, tentando se conter, e só então suas mãos fortes entraram em contado com a pele dela, a massageando.

Anahí mordia seu lábio inferior, tentando se controlar para não gemer, enquanto Alfonso apertava seus ombros com a força precisa e passava suas mãos quentes em suas costas, quase que em uma carícia erótica, como se estivesse preparando Anahí, fazendo com que seu corpo ficasse totalmente entregue a ele.

Anahí voltou a gemer baixo quando os lábios de Alfonso tocaram em sua pele, logo após ele voltar a puxar seu cabelo, deixando sua nuca e ombros livres.

– Poncho. – Enzo gritou o chamando, fazendo com que Anahí e Alfonso se afastassem no susto. – Eu já coloquei o jogo.

– Isso só serviu para me deixar ainda mais frustrada e furiosa. – ela disse, jogando um travesseiro em Alfonso, assim que ele se levantou da cama, rindo antes de sair do quarto, deixando Anahí esperando por mais.

Alfonso passara um bom tempo com as crianças, o que dificultara mais ainda o plano de Anahí de seguir brava com ele, já que nas vezes em que ela fora até o quarto de Enzo, Alfonso estava sentado no chão, entre Enzo e Clara, brincando com ambos e os ensinando – com muita paciência –, como fazia para passar de fase em determinado jogo.

– Quer que eu vá embora? – Alfonso perguntou assim que entrou na sala, depois de Enzo e Clara terem dormido.

– Você quer ir embora? – ela perguntou desligando a TV, por mais que soubesse que era preciso colocar um ponto final a aquele relacionamento, ela também sabia que não seria fácil fazê-lo tão de repente.

– Eu quero te dar um tempo pra você pensar. – ele disse. – Você ficou o dia todo distante de mim, eu não quero ficar aqui se for pra ser assim.

– Talvez agora você perceba como eu me senti durante essa semana, totalmente deixada de lado. – ela disse se levantando do sofá.

– Pequena, eu não te deixei de lado. – ele se aproximou dela.

– Mas eu me senti deixada de lado. – ela o encarou, se sentindo fraca por não conseguir mandá-lo embora. – Não quero que você vá, mas também não quero que você fique. – ela disse, e ele sorriu torto, do jeito que ela tanto gostava.

– Quer mesmo que eu vá embora? – ele perguntou se aproximando dela.

E depois disso, toda a força que Anahí havia juntado para se manter afastada de Alfonso, se esvaiu, e ela se rendeu a seus encantos, já que não conseguia pensar direito quando ele estava tão próximo dela, a inebriando com seu cheiro, levando seus lábios ate a curva de seu pescoço, onde ele sabia que faria toda sua pele se arrepiar em resposta.

– Você joga sujo Herrera. – ela disse, se odiando por não conseguir se manter afastada dele.

Assim que acordou, quase as 8h30 da manhã – o que era extremamente tarde para Alfonso –, ele esticou seu braço na cama, ainda de olhos fechados, procurando por Anahí, mas não a encontrara, então, depois de esfregar seus olhos tentando se acostumar com a claridade, ele se levantou da cama disposto a procurá-la e fazê-la voltar para cama, pelo menos até o horário dele ir trabalhar – já que a hora de levar as crianças para a escolinha eles já haviam perdido.

Assim que entrou na cozinha, Alfonso encontrou Anahí falando no celular, em um tom mais baixo que o comum, com a mão na frente como se estivesse tomando cuidado para que não a escutassem.

– Eu sei Theo, mas não vai dar... – ela disse, já não aguentava mais Theo insistindo que queria vê-la.

Assim que Alfonso escutou com quem Anahí estava falando, ele preferiu não se aproximar, não queria que ela o visse, então continuou encostado a porta, esperando escutar toda a conversa, antes de tirar alguma conclusão precipitada.

Alfonso sabia que merecia uma explicação, já que se fosse Theo quem tanto ligara para Anahí durante esses dias, ele se sentiria traído por ela ter mantido isso em segredo.

– Theo eu já te expli... – ela não conseguira completar aquela frase, já que quando se virara, vira Alfonso a olhando de uma forma que ela não sabia decifrar.

– Fale pra ele que você liga depois, quando o trouxa do seu namorado não estiver por perto. – disse Alfonso, em um misto de chateação e fúria.

– Alfonso... – ela não sabia como se explicar, então sem dizer mais nada para Theo, desligou seu celular.

– Era ele quem estava te ligando durante esses dias? – ele perguntou, parecia estar mais decepcionado do que bravo.

– Alfonso... – ela não sabia o que falar, não queria continuar mentindo para ele, mas tinha medo de sua reação.

– Me responda alguma coisa! – ele disse mais alto do que pretendia, e ela deu um passo para trás, assustada.

Mentiras (finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora