O diálogo

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- Há quem devo a honra da sua ilustre visita, Walt? - Traguei mais uma vez.

Ela olhou-me e sorriu mutuamente, dizendo:

- Ao deus do Olimpo, certamente. Mentira. O que faz aqui a esse horário?

- Eu estava sem sono e com alguns problemas em mente, e como tinha cigarros resolvi pensar um pouco. O que acha de me acompanhar nessa viagem? Afinal, temos o universo à nosso favor.

Eu a vi sorrindo e vindo até me em passo curtos e lentos, indagando:

- Essa viagem tem um lugar bom para refletir? Você sabe que eu não gosto de lugar raso e com pouca intensidade. Somos o próprio universo, Sr. Alan.

E chegando a mim, abraçou-me e arrancou o maço da minha mão e o tragou. A Jenni também estava fumando com mais frequência ultimamente. Entretanto, o nosso abraço é delicado e profundo demais para compreendê-lo. E nesse laço, ficamos ali por alguns minutos até a minha linda criatura romper o silêncio com uma pergunta:

- Por que sentimos medo de perder quem amamos, Alan? Não consigo entender. Você consegue?

- Eu não consigo entender os sentimentos, na verdade, nenhum ser humano consegue compreendê-los com eficiência. O medo é normal, é sinal que você me ama com profundidade.

Ela apenas sorriu de canto e disse:

- É, deve ser normal. Nos amamos.

Concordei com a cabeça, mas a Jenni esperava alguma pronúncia. E depois de um logo silêncio, retruquei:

- Intensamente nos amamos, Sr. Walt.

E após esse célebre momento, fomos para a sofá. Lá a Jennifer encostou-se em meu ombro e ficou olhando para o céu. E eu? Eu fiquei maravilhado só com a presença daquele ser adorável. E quando a vi dormindo, a beijei na testa. Traguei mais algumas vezes, relembrei alguns momentos felizes e outros danosos e, com calma, agarrando o corpo, levei a minha doce criatura para o quarto novamente. Quando cheguei lá, a coloquei devidamente na cama, e dormi agora mais tranquilo do que antes. E feliz também. Certamente amanhã o dia será lindo, sabe por quê? Porque eu tenho o sonho mais ambicioso, a Jennifer Walt.
- Autor: johnbispo

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