Clive, The Black Page (Project Origin)

IV - Questions to Answers

A zona de acesso restrito do bar contava com a presença de apenas três pessoas naquela noite. Uma das quais era um personagem já familiar de anteriormente. Um velho homem de pele negra e ar robusto. Havia algo bastante diferente na sua aparência, as suas roupas velhas e rasgadas, substituídas por um fato não demasiado formal, mas suficientemente distinto para lhe dar um ar completamente diferente do mendigo despojado que Clive encontrara semanas antes na rua.

Os outros dois eram um homem e uma mulher. À entrada estava a mulher a "patrulhar" a segurança da sala enquanto o, aparentemente, seu chefe jogava bilhar a solo. Depois de anunciar a chegada do velho Rat voltou ao seu posto virando costas, mas contorcendo o pescoço e mantendo o olhar no homem.

– Samuel Willis! – expressou o anfitrião da casa exibindo o seu sorriso enorme e brilhante. Avançou de braços abertos na direção de Sam, o taco na sua mão esquerda, o fato a brilhar à luz branda da sala privada, com o belo laço azul-escuro no colarinho da camisa. Por debaixo do fato era notável um homem de porte forte, alto e musculado. Não era um "gorila", mas talvez fosse homem para fazer frente a um. O seu cabelo preto e acinzentado, marcado pelo avanço da idade e a sua barba forte e minuciosamente aparada. Estendeu a mão direito ao velho Sam, que prontamente a apertou e exibiu o seu sorriso também, embora fosse, de longe, um sorriso mais inibido.

O quarentão acenou com a cabeça à sua guarda-costas e só então esta virou a cara para onde era suposto.

– Não te deixes aborrecer pela Sasha. Devo muito àquela mulher e apesar de tudo o que posso fazer ela nunca vai ser demasiado desconfiada quando se trata de se pôr à minha frente para me defender. – começou, tentando acalmar as hostes.

– Não há qualquer problema com a Aleksandra. Depois de tudo o que tenho feito não me parece que ainda assim alguma vez confie totalmente em mim. – respondeu Sam.

– Acredita amigo, não serás o único homem, aliás, provavelmente não haverá um homem que eu tenha em consideração que a Sasha não pondere que possa ter planeado algo contra mim. – deu uma pequena gargalhada. O seu braço por detrás do pescoço do afro-americano, a tocar-lhe o ombro oposto. – Sam. – continuou parando e colocando-se à frente dele, olhando-o diretamente nos olhos. Sabes que não tenho um dedo para te apontar. Neste momento és o meu homem da linha da frente.

Samuel parecia estar sempre inquieto apesar do reconforto nas palavras do seu anfitrião.

– Mas diz-me porque viste ao meu encontro esta noite. Progressos no desenvolvimento do rapaz? – continuou conduzindo-o a seu lado pela sala.

– Ah...

– Não espera. Senta-te. – apontou-lhe um lugar confortável onde se poderia sentar. Vou preparar-te uma bebida.

Samuel Willis ou Pierce (afinal que apelido seria o seu?) obedeceu e sentou-se de imediato. Era um cadeirão confortável perto da mesa de bilhar. O quarentão virou costas por uns instantes e dirigiu-se ao pequeno bar interior, onde começou a preparar bebida para dois copos.

– Gin? – perguntou detrás do balcão.

– Qualquer coisa estará bem por mim, Aiden. – respondeu o velho.

Enquanto preparava meticulosamente as bebidas para os dois, Aiden conversava com o Sam. Assuntos isolados, sem importância aparente. Perguntou a Sasha se queria beber também, mas a mulher limitou-se a olhar na sua direção e como que respondeu com o olhar.

– Nunca sabe tirar um tempo para se divertir. – disse bufando num tom meio que insatisfeito. Voltou à sua postura de barman e terminou as bebidas com toques essenciais de decoração.