Para sempre

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Era o Peter...!

Por segundos senti-me aliviada por ser ele, mas caí na realidade e só consegui sentir raiva.

- Como estás? - pergunta Peter

Não respondo.

Ele olha para mim admirado porque durante estes dias percebeu que eu adoro falar, sempre lhe respondo e pergunto demais.

- Perguntei como estavas ! - diz num tom irritado

- Vai-te embora e nunca mais voltes. - peço num tom seco e com lágrimas nos olhos

Ele olha para mim e nada diz, limita-se a observar-me fixamente com os seus olhos azuis.

- Tu és o culpado de tudo!!! Tu e o teu pai são uns monstros ! - grito para assegurar-me que ele me ouve bem

O olhar dele congela sobre o meu.

Consigo ver as pontas dos seus dedos brancas de tanto apertar o tabuleiro que traz nas mãos.

- Ouviste a nossa conversa, estou certo ?! - tenta perguntar num tom calmo

Limito-me a chorar e Peter quando percebe que não irá obter uma resposta minha vai-se embora deixando-me nos meus pensamentos e, nas saudades terríveis que sinto da minha mãe e preocupação de saber como estaria o meu pai.

....

Passam-se longos minutos que só conseguia chorar e pensar no quão perdida estava.

A única pessoa que eu considera meu amigo aqui acabara de me trair a confiança e mais desamparada não podia estar.

Admito que a esperança de pensar que alguém dia iria sair desde sítio horrendo desvaneceu-se completamente...

Com os olhos em lágrimas e perdida nos meus pensamentos ouço uma grande pancada e um grito masculino vindo do outro lado da porta. A esperança de ser a polícia ou o meu pai para me resgatar percorre-me no interior e fico inconscientemente com um sorriso na cara pela primeira vez que aqui estou presa.

Levantei-me e senti-me fraca por não andar a comer nada do que me davam e, sou obrigada a apoiar-me à parede para não cair no chão frio.

A porta abriu-se...

......

( Deixei de escrever durante um tempo como devem ter percebido mas estou de volta e prometo compensar )

<GAROTA  F.S >Onde histórias criam vida. Descubra agora