Capítulo 01

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Phoebe Grey

Bip! Bip! Bip!

Ouço o som do maldito espertador me acordar. Ninguém merece acordar cedo, afinal hoje é sábado. Eu bato nele com força até o barulho se cessar. Olho para o relógio:

07h30

Isso quer dizer que em uma hora eu tenho que sair para comprar minha roupa de formatura que será em menos de dez horas e meia, e me esqueci completamente. Afinal hoje será um grande dia, e preciso estar calma, e menos estressada além da minha mãe é claro! Saio da cama no meio de uma espreguiçada e vou em direção ao banheiro, onde decido tomar uma ducha reforçada. Cinco minutos depois saio às pressas do banheiro e vou em direção ao meu closet, onde uma pilha de roupa me aguarda. Se rica às vezes tem sua vantagem. Abro a porta e decido pegar a primeira roupa que me vem pela frente. Visto rápida e desço para a cozinha. Pelo visto ninguém acordou, exceto a Sra. Taylor que está arrumando a mesa pro café.

-Bom dia Sra. Taylor- digo me sentando enquanto arrumo meus cabelos em um rabo de cavalo.

-Bom dia senhorita Phoebe, dormiu bem esta noite?- pergunta botando a cesta de pães em cima da mesa.

-Mais ou menos, estou muito ansiosa pra hoje que mal consigo dormir, você e o Taylor vão me ver na formatura esta noite, não vão?

-Claro! Dependendo da minha folga...

-Espero...-digo enfiando um pedaço de bolo na minha boca- Cadê todo mundo afinal? Taylor, meus pais, o Theo?

-O Taylor agora está trabalhando, seu irmão está no estágio dele na empresa, e seus pais devem vir pra cá daqui a pouco, se não me engano.

-Você quer que eu ajude em alguma coisa?

-Não, não precisa. Já estou terminando aqui.

-Está bem, mas qualquer coisa...

-Não, não...-diz limpando as mãos-E aí como estão as coisas?

-Vão bem, tirando meu pai...

-O que seu pai fez desta vez?

-Digamos que ele ficou com ciúmes porque o Ed, meu colega de turma me chamou pra sair para tomar uma vitamina...

-E o que ele fez?-diz me interrompendo, além de estar curiosa...

-Mandou um dois seguranças que trabalham com ele pra me vigiar, além de um deles jogarem vitamina no pobre coitado do Ed porque ele só tocou a mão no meu ombro-digo frustada, enquanto ela Ri- Não sei qual é o problema dele, eu vou fazer 16 anos! Já sou muito grandinha pra ter duas babás.

-Ele só está preocupado com sua segurança, relaxe

-E por que ele não faz isso com meu irmão também? Por que tem que ser só comigo? Não consigo entender

-Olha Phoebe, isso é normal... é só uma fase. Vai passar eu juro.

-Se é o que você diz...-digo tomando um gole do suco de laranja- Quando é que ele vai parar de me tratar como princesinha do papai?

Ela dá de ombros, mas tenta conter o sorriso. Ouço ruídos vindo atrás de mim, e percebo que são meus pais. Minha mãe está com seu cabelo amarrado e com uma camisa meio amarrotada, enquanto meu pai está com uma camisa regata azul e com uma calça meio acinzentada. E como toda vida, sempre colados um com o outro e de mãos dadas.

-Bom dia Gail- diz meu pai enquanto se senta na cadeira ao meu lado, minha mãe senta perto dele e dá um curto selinho.

-Bom dia Sr.Grey-diz dando um sorriso largo no rosto-dormiram bem esta noite?

-Como sempre-diz a minha mãe cheio de energia, como sempre.

-Bom dia minha princesa- diz meu pai se aproximando de mim dando um beijo na minha testa

-Bom dia pai!-digo dando um sorriso

-Você vai sair pra algum lugar com aquele cretino do seu amigo?- diz franzino a testa

-Pai, eu já disse um milhão de vezes, o Ed não é um cretino. Você nunca vai entender isso?-digo olhando pro prato- Ele é só um amigo.

-Não quero que você saia com esse tal de Ed. Ele é má influência pra você.

-Pai para de ser impulsivo-digo olhando pra ele, seus olhos cinzentos estão enfurecidos de raiva, parece que ele quer me prender no meu quarto e me manter prisioneira, às vezes ele me dá medo.

-Eu sou muito peculiar, impulsivo. Eu gosto de controlar, a mim mesmo e aqueles ao meu redor- diz dando uma garfada na comida que está em seu prato.

-Christian- diz minha mãe cutucando ele, pelo seu olhar ela está com pena de mim-A Phoebe é uma moça, ela não tem mais cinco anos de idade. Devia pegar menos pesado com ela.

-Mas eu não quero que ela saia com ele e pronto!-grita ele.

Nós duas ficamos caladas. E meu rosto fica vermelho. Minha vontade é de jogar este prato na cara dele. Mas isso não é o jeito civilizado de resolver. Quero chorar.

-Se me derem licença eu vou pro meu quarto terminar de me arrumar- falo empurrando a cadeira enquanto eu me concentro pra não chorar na frente dos meus pais. Olho para minha mãe e percebo o seu olhar significativo, isso quer dizer que ela quer conversar comigo depois. Saio da presença dos dois e percebo meu pai vindo em minha direção

-Phoebe, me desculpa eu não...

-Pai- Digo me virando- não tem nada pra dizer, você está certo, não quero falar sobre isso agora.

-Phoebe, me escute- diz ele me puxando pra perto dele enquanto ele me abraça ao mesmo tempo alisando os meus cabelos. Fico parada em seu peito enquanto lágrimas escorrem na sua camisa, fazendo uma grande mancha na sua camisa- Foi mal, não era minha intenção dizer isso...- diz ele se abaixando.

Fecho os olhos para não ver a sua cara.

-Filha, olhe pra mim- Abro os olhos e vejo ele com sua carinha de perdão-Você tem alguma ideia do quão feliz você me faz sentir? - Diz sussurrando pra mim enquanto ele limpa as lágrimas dos meus olhos.

Meu coração aperta, parte dele quer perdoá-lo, dizer a ele que o perdoo, mas outra parte diz que não. Ele precisa entender que uma hora ou outra eu irei crescer e que não serei mais sua filha preciosa que precisa da sua proteção pra qualquer motivo. Mas fazer o que ele fez há dias atrás: botar dois seguranças pra me vigiar e um deles jogar uma bebida no meu amigo isso é demais. Encaro ele por alguns minutos e digo:

-Pai, Sim... Eu sei exatamente. Porque você faz o mesmo a mim e com a mamãe e o Theo, mas o que você fez eu...-Respiro fundo para conter meu frustramento

-É difícil,eu sei-diz ele me abraçando- É complicado, mas vai passar... Se não passar a gente acostuma.

-Pai entenda uma coisa, Eu não acho que você deve fazer promessas que não pode cumprir.

Ele me encara boquiaberto, minha mãe também. Nunca tinha respondido pros meus pais assim desta maneira, mas foi preciso.

-Agora se me der licença eu vou pro meu quarto.

E saio. Como ele é irritante. Não sei como a mamãe aguente ele, sério. Agora só o que eu quero fazer é me enterrar na minha cama sem que ninguém me incomode ou fique enchendo o meu saco.

Memories || #LIVRO 01 E LIVRO 02 DISPONÍVELOnde histórias criam vida. Descubra agora