O laboratório

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Emma não acreditou no que Gretchen havia acabado de fazer. Havia percebido que aquilo foi intencional, para provocá-la, seus santos não bateram desde a primeira vez que se viram.
Regina afastou-se de Gretchen.
- Você fez isso de propósito! – disse Emma ficando cara a cara com Gretchen.
- Você é louca? Eu apenas caí! – disse Gretchen.
- Eu não sou burra! – disse Emma.
- Emma... – chamou Regina.
- Está enxergando coisas que não existem. – disse Gretchen.
- Se isso foi intencional, que não se repita! – disse Regina.
- Você está duvidando de mim? – perguntou Gretchen.
- Eu não coloquei duvidas em minhas palavras, eu não sei o que aconteceu, apenas disse que  se foi intencional que não se repetisse! – disse Regina.
- Treta! – disse Kristin.
- Estou achando que a sua atual crush está ‘crushando’ a sua antiga crush. – disse August.
- As minhas duas crush’s, você quer dizer, não é? – perguntou Kristin sussurrando.
- Safada... – sussurrou August.
- Não se atreva a tentar se meter com Regina, ou você terá que lidar comigo! – disse Emma.
- Não se esqueçam que estão em um ambiente de trabalho! – disse Regina.
- Regina, preciso falar com você! – disse Killian.
- É muito importante? – perguntou Regina.
- Sim, dessa vez é!  - disse Killian.
- Então venha! – disse Regina entrando em sua sala.
- Eu acho que sei qual a empresa envolvida no caso. – disse Killian.
- Qual? – perguntou Regina.
- Genese’s. – disse Killian.
- Genese’s é uma clínica de fertilidade... – disse Regina.
- É o que questionei, mas ao que parece estão trabalhando com membros mecânicos. – disse Killian.
- Como soube?  - perguntou Regina.
- Vi um cara num bar e estava com uma mão mecânica perfeita  e falou do tal sensor que foi encontrado no corpo. – disse Killian.
- Você perguntou? – perguntou Regina.
- Sim, disse que queria uma igual, perguntei o preço e ele disse que foi um dos primeiros a testá-la e que não pagou. – disse Killian.
- Estranho. – disse Regina.
- Ele me deu esse número e quando liguei falaram que só passam esse tipo de informação pessoalmente. – disse Killian.
- Pegou o endereço? – perguntou Regina.
- Sim. – disse Killian.
- Ótimo! – disse Regina.
- Regina, estou interessado na mão! – disse Killian.
- Imaginei que estaria, mas precisamos saber a procedência disto... – disse Regina.
- Posso ir verificar. – disse Killian.
- Você está muito interessado, pode acabar sendo levado pelo impulso. Não acha  estranho  moradores de rua sumirem, depois  aparecer aquele corpo com implantes que são provavelmente dessa empresa? – perguntou Regina.
- É verdade, mas como faremos? – perguntou Killian.
- Quero que vá acompanhado por August. – disse Regina.
- Hoje  ainda? – perguntou Killian.
- Marcou algum horário pelo telefone? – perguntou Regina.
- Não. – respondeu Killian.
- Ótimo. Poderão ir agora, usem as escutas para se comunicarem comigo. Qualquer emergência me chamem! – disse Regina.
- Certo, chefe. – disse Killian.
- Chame o August. – ordenou Regina.
Emma foi atrás de Gretchen próximo ao banheiro para falarem a sós, a puxou pelo braço.
- Me solte! – disse Gretchen.
- Olha, eu não estou brincando, a próxima vez que eu perceber que você está dando em cima da minha mulher eu acabo com você! – disse Emma.
- Nossa, a loirinha  azeda,  está mostrando as garras agora. E não sabia que  Regina é a sua propriedade... – disse Gretchen.
- Minha propriedade é claro que não é, mas temos um compromisso e não quero ninguém se metendo. – disse Emma.
- Isso quem vai decidir é a Regina. – disse Gretchen.
- Não me faça perder a paciência com você! – disse Emma.
- Você não me assusta! – disse Gretchen encarando Emma.
- Não brinque comigo! – disse Emma virando as costas.
- Me chamou, chefe? – perguntou August entrando na sala de Regina.
- Quero que vá com Killian a Genese’s. Não o deixe fazer nenhuma besteira! – disse Regina.
- Sim senhora, chefe! – disse August.
- Me comunique qualquer imprevisto. – disse Regina.
- Pode deixar! – disse August dando uma piscadela.
Zelena e Ruby estavam sentindo-se estranhas depois do que ocorreu no clube de swing. Não parecia mais a mesma coisa, Ruby estava distante. O que parecia dar certo com Hades, não deu certo com Ruby.
- O que achou da noite que tivemos com Monique e Gus? – perguntou Zelena.
- Legal... – disse Ruby.
- Só isso? – perguntou Zelena.
- Sim, por quê? – perguntou Ruby.
- Está fria comigo... – disse Zelena.
- Impressão sua... – disse Ruby.
- Tem certeza? – perguntou Zelena.
- Claro... quando vamos repetir? – perguntou Ruby.
- É sério isso? – perguntou Zelena.
- Sério...você não gosta? – perguntou Ruby.
- Claro... – respondeu Zelena.
- Eu curti também! – disse Ruby.
- Só não quero que as coisas fiquem estranhas entre a gente. – disse Zelena.
- Está tudo igual. – disse Ruby.
- Ok! Confiarei em você. – disse Zelena.
- Obrigada! – disse Ruby.
- Só não se esqueça de que é uma decisão que tomaremos juntas e que se uma das duas quebrar essa regra é traição. – disse Zelena.
- Não me esquecerei. – disse Ruby.
Emma entrou bufando na sala de Regina.
- Por que está assim? – perguntou Regina.
- Você ainda  pergunta? Não suporto aquela mulher! – disse Emma.
- Ela sempre pareceu ser uma pessoa amável. – disse Regina.
- Uma duas caras isso sim! – disse Emma.
- Não podemos julgá-la assim. – disse Regina.
- Se ela se comporta assim na minha frente, imagine o que não fez na minha ausência! – disse Emma.
- Ela não fez nada, eu já te disse! – disse Regina.
- Nada além de te beijar... – disse Emma.
- Mas isso foi no último dia da prisão. – disse Regina.
- Não importa, ela sabia que você era e é comprometida, não tinha nada que te beijar e sim respeitar o seu relacionamento! – disse Emma.
- Emma, isso é passado! – disse Regina.
- Mas ela está tentando repetir isso! – disse Emma.
- Mas não vai conseguir nada, eu pedi para não acontecer de novo. – disse Regina.
- Eu confio em você, não confio nela! – disse Emma.
- Obrigada! – disse Regina.
Regina retirou o seu notebook da mala.
- Emma, deixa eu te mostrar uma coisa... – disse Regina.
- O quê? – perguntou Emma.
Regina entrou em um navegador anônimo, o Thor, e usou máscara de IP.
- Tá acessando a deep web? – perguntou Emma.
- Isso, olha essas pesquisas... – disse Regina mostrando alguns links.
- Por que não acessou do computador do FBI? – perguntou Emma.
- Aqui as telas são monitoradas, mesmo eu sendo delegada, tem algumas páginas que são proibidas até para nós, então por precaução estou usando o meu notebook. – disse Regina.
- Nossa, o que é isso? – perguntou Emma espantada.
- Pesquisas financiadas por militares em sigilo. – disse Regina.
- Mas isso é absurdo, olha o que estão fazendo com essas pessoas... – disse Emma vendo o vídeo.
- Isso é antigo, talvez estejamos lidando com algo do tipo. – disse  Regina.
- Isso é mais sério e complicado do que eu imaginava... – disse Emma.
- Killian me contou sobre uma empresa chamada Genese’s, acredito que eles estão envolvidos com o desaparecimento dos moradores de rua, August e ele acabaram de sair  em uma missão secreta. – disse Regina.
- Mas isso parece estar fácil demais... – disse Emma.
- O problema não é descobrir onde, é saber com quem estamos lidando... – disse Regina.
- Você está quente! – disse Emma tocando em Regina.
- Acho que estou febril. – disse Regina
- Vou desligar esse ar condicionado. – disse Emma.
- Obrigada. – disse Regina.
- Acho que eu tenho um termômetro em minha gaveta. – disse Emma.
Regina aguardou a volta de Emma.
- 38 graus... – disse Emma olhando para o termômetro.
- Essa gripe me pegou mesmo... – disse Regina.
- Vou pedir um remédio de febre para você. – disse Emma.
Cruella não saía da tela de seu computador. Havia contado tudo que realmente fazia a Úrsula, contou que a seita na realidade era invenção dela. Úrsula concordou com tudo.
- Aqui no Brasil é muito fácil ganhar dinheiro. – disse Cruella.
- O que está planejando? – perguntou Úrsula.
- Cupons de desconto... – disse Cruella.
- Como  assim? – perguntou Úrsula.
- Dei uma estudada sobre hackers, fiz muitos links de cupons de descontos de várias lojas, Americanas, Casas Bahia, Magazine Luiza, entre outras... aqui o cliente clica no link e é direcionado para uma Landing page, aqui vai solicitar o CPF da vítima, ao digitar, irá aparecer um questionário, enquanto a pessoa estiver  navegando neste link, consigo coletar os dados bancários e ter acesso às transações bancárias deles.  – explicou Cruella.
- Você não tem jeito mesmo, nunca para! – disse Úrsula.
- Claro que o negócio dos órgãos dá muito mais dinheiro, mas não posso me arriscar tanto assim, imagine  se começa  aparecer corpos  e a Interpol bate na nossa porta... – disse Cruella.
- Mas não sabem onde moramos... – disse Úrsula.
- Mas vão começar a investigar, é melhor mudar a técnica. – disse Cruella.
- Eu gosto da Cruella assassina. – disse Úrsula.
- Eu também prefiro essa versão de mim... – disse Cruella.
- É mais excitante! – disse Úrsula.
- Adora um perigo, não é?  - perguntou Cruella.
- Amo! – disse Úrsula.
- Mas é melhor partimos  para negócios mais sutis. – disse Cruella.
- Não pode é ficar parada... – disse Úrsula.
- É, pelo menos por  enquanto! – disse Cruella.
- Mas não podem te rastrear? – perguntou Úrsula.
- Tomei  as minhas precauções... – disse Cruella.
August e Killian estavam na Genese’s. Era um endereço bem discreto.
- Olá, liguei ontem aqui sobre uma mão mecânica... – disse Killian a recepcionista.
- E você, também interessado em algum membro mecânico? – perguntou a recepcionista a August olhando para uma parte nada discreta do corpo dele.
- Não, estou de acompanhante. – disse August.
- Não pode entrar, a menos que sejam um casal. – disse a recepcionista provocando August.
- Pois somos um casal. – disse August.
- Você não parece gay! – disse a recepcionista.
- Mas ele parece! – disse August.
Killian não pode reagir, apenas forçou um sorriso.
- Então, como vamos dar um jeito nessa mão? – perguntou Killian tirando a prótese.
- Um momento... – disse a recepcionista.
Ligou para alguém do lado de dentro e em seguida apareceu um homem, postura ereta, semblante sério e pediu para que eles o acompanhasse. Sentaram-se em um consultório. August observou cada canto do lugar. Percebeu uma porta com acesso restrito.
- Como perdeu essa mão ? – perguntou o médico.
- Em uma briga... – disse Killian.
- Deixe-me ver.... – pediu o médico.
- Quanto custa? – perguntou Killian.
- Depende... – disse o médico.
- Onde fica o banheiro? – perguntou August com a intenção de explorar o local.
- No final do corredor, à direita. – disse o médico.
- Obrigado. – disse August levantando-se.
- Então, depende de quê?  - perguntou Killian.
- Com o sensor saí por 25% do preço total, sem o sensor é o valor integral. – disse o médico.
- Que sensor? – perguntou Killian.
- Este... – disse o médico mostrando um pequeno objeto.
- Parece um chip. – disse Killian.
- É mais ou menos isso. – disse o médico.
- Mas por que o preço caí usando esse sensor?  - perguntou Killian.
- O sensor é um certificado de garantia de funcionamento, sabemos onde a pessoa está e conseguimos fazer o monitoramento do aparelho para que o indivíduo não tenha nenhuma rejeição. – disse o médico.
- Mas isso é apenas uma mão mecânica, não há porque ter rejeição, ou há? – perguntou Killian.
- Na verdade sim, não é uma mão mecânica simples, esse sensor controla o seu fluxo sanguíneo, na verdade ele ativa, quando você está usando-a, seu sangue circula por ela, por esse motivo ela parece ser quente quando está no corpo de alguém. – disse o médico.
- Então será uma cirurgia? – perguntou Killian.
- Mais ou menos isso. Mas é por esse motivo que ela funciona tão bem e parece muito com uma real, na verdade é melhor do que uma mão real. Poderemos  colocar um tom de pele parecida com a sua. – disse o médico.
- Posso pensar? – perguntou Killian.
- O que tem pra pensar, jovem? Vai melhorar a sua vida! – disse o médico.
- Em relação ao dinheiro... – disse Killian.
- Sem sensor, 100 mil dólares, com sensor, 25 mil... – disse o médico.
- Ainda é um valor alto. – disse Killian.
- Nós financiamos... – disse o médico.
Emma convenceu Regina de levá-la para casa. Não estava em condições de ficar na delegacia do jeito que estava.
- Tome um banho quente, e coma algo. – disse Emma.
- Estou sem fome! – disse Regina.
- Mas se não comer ficará fraca. – disse Emma.
- Acho que nada desce... – disse Regina.
- Tome um banho que farei uma sopa para você. – disse Emma.
- Tá bom... – disse Regina.
Emma preparou a sopa da melhor forma que pôde, não era muito acostumada a cozinhar já que Mary e David adoravam um fogão. Regina tomou banho e deitou-se um pouco.
- Está pronta, amor! – disse Emma.
- Eu já vou. – disse Regina.
- Ainda está com frio? – perguntou Emma.
- Já passou depois do remédio que me deu. – disse Regina.
- Venha! – chamou Emma levando Regina pelas mãos.
- Não estou sentindo o cheiro de nada. – disse Regina.
- Está quente. – disse Emma.
- Está com uma cara ótima! – disse Regina olhando para o prato.
- Comerei também. – disse Emma.
- Ainda estou sem fome... – disse Regina.
- Vou colocar na sua boca... – disse Emma.
Regina começou  a rir.
- Do que está rindo? – perguntou Emma.
- Nada, pensei besteira... – disse Regina.
- Nem doente você tem jeito... – disse Emma.
- Minha mente é fértil. – disse Regina.
- Eu sei, quando você melhorar poderemos voltar as atividades normais. – disse Emma.
- Quero logo! – disse Regina.
- Come pelo menos um pouco... – disse Emma.
Regina experimentou e gostou da sopa.
- Está muito boa. – disse Regina.
- Fiz com amor... – disse Emma.
- Obrigada por cuidar de mim! – disse Regina.
August escondeu-se atrás de um vaso de plantas ao lado da sala restrita, uma funcionária saiu de lá e a porta era de fechamento automático. Correu e colocou o pé para que a porta não travasse. Entrou no local e verificou muitos membros mecânicos, órgãos mecânicos e avistou uma sala refrigerada. Arriscou-se a  entrar. O cheiro não estava nada agradável.
- Céus! – disse August.
Haviam dois corpos totalmente dilacerados, apodrecendo em uma gaveta. Virou-se e viu vísceras. Seu estômago revirou e vomitou ali mesmo. Colocou toda a comida do dia para fora. Limpou-se e tentou sair. A porta estava travada e precisava de uma senha para sair dali.
- Droga! – disse August.
Escutou alguém aproximando-se.


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