Nova Iorque, 2017
A nova atração do bairro era o jardim do milionário considerado por vários tabloides como um tanto excêntrico. Sua última extravagância era um grande labirinto que ele mandara construir para o próprio divertimento e de quem mais quisesse passear e se perder pelos caminhos verdes e confusos.
Mas a principal atração não era o labirinto em si, mas as obras de arte que foram dispostas dentro dele garantindo ao visitante o vislumbre de belas esculturas. Peças vindas de diversas partes do mundo e várias épocas.
Entre elas estava a estátua, toda esculpida em mármore, de uma bela coruja pousada no galho sobre um pedestal. Alexandra já a admirava e fotografava com o celular por algum tempo.
Na etiqueta de bronze um pouco gasta aos pés da ave se podia ler: Nova Iorque, 1927.
- Consegui essa em um antiquário aqui da cidade - Victor gostava de interagir com os visitantes do seu jardim. Ele sentou no banco de cimento ao lado de Alexandra continuando com as mãos apoiadas sobre a bengala.
- É muito bonita - respondeu a mulher se recuperando do susto. Não esperava conhecê-lo pessoalmente.
- O homem de quem comprei disse que essa estátua tem propriedades mágicas, acredita? - Victor deu uma gargalhada.
- Sinceramente não - Alexandra sorriu tímida. A verdade é que apesar dela já ter passado dos 30 anos não estava totalmente convicta de que a magia não era real.
O ancião olhou para ela por trás dos óculos redondos com um sorriso no rosto marcado pelas rugas antes de levantar. Ele parecia muito satisfeito por estar proporcionando aquele tipo de diversão para as pessoas.
- Aproveite bem o passeio.
- Obrigada!
A mulher o observou se afastar e voltou a admirar a coruja.
De repente o céu que estava azul ficou cinza e uma ventania começou a erguer as folhas soltas pelo labirinto. Alexandra levantou, guardou o celular na bolsa que colocou no ombro antes de começar a correr para encontrar a saída.
O problema é que na hora da pressa ela não conseguia localizar a saída. Passou três vezes pela estátua da coruja antes de decidir subir no banco onde antes estava sentada para tentar ver a saída. Essa atitude ajudou, e depois de ver onde as pessoas se aglomeravam ela seguiu correndo para lá.
As primeiras gotas do temporal começavam a cair quando Alexandra avistou o portal para a rua. A mulher correu o mais rápido que pode e não percebeu outra pessoa surgindo de um corredor adjacente e acabou esbarrando nela caindo com vontade no chão.
- Me desculpa - ela estava sem jeito. - Não vi você se aproximando.
- Tudo bem - a outra mulher não parecia zangada.
As duas se ajudaram a ficar de pé enquanto a chuva se tornava cada vez mais intensa. Elas correram para fora do jardim e saíram em busca de um abrigo.
- Nossa, com o dia lindo que estava não esperava por essa chuva - Alexandra entrou embaixo da cobertura de um ponto de ônibus e a mulher a seguiu em silêncio. Incomodada com isso, ela olhou para ver qual seria o problema e também ficou sem saber o que dizer.
Seus cabelos eram curtos, cacheados e muito loiros e o chapéu em sua cabeça tinha o estilo dos anos 20, usava um casaco rosa cobrindo todo corpo e nos pés sandálias de salto. Alexandra a reconheceu de imediato depois de tantas vezes assistindo o filme de onde aquela mulher havia saído.
- Queenie? - seu coração acelerou. - Queenie Goldstein?
- Você me conhece?
- Sim, quer dizer não exatamente...
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Labirinto do Tempo
FanfictionE se uma visita a um jardim trouxesse até você a personagem de um filme que você ama muito? Pois foi exatamente isso que aconteceu com Alexandra e agora convido vocês a ler essa história e descobrir como foi esse momento mágico! Disclaimer: Os perso...