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A semana passou e eu não te vi mais. Era sexta, tinha acabado de sair da minha última aula e fui encontrar Mariana e o namorado Carlos pro almoço. Um garoto alto passou por mim e me deu um panfleto, ia ter uma festa na casa de Carina Thomas, uma das alunas de direito, com certeza Mariana ia querer ir, consequentemente, eu iria ter que ir.
Cheguei na mesa que eles haviam pegado, antes mesmo de dizer olá, Mari começou.- Você recebeu o panfleto da festa, não é? Só avisando, nós vamos! Temos que comemorar sua chegada na faculdade. E outra, há tempos que não saio, me sinto uma tigresa em uma jaula!- Eu ri, Carlos a acompanhou.- Dizem que essas festas são legais e essa tal de Carina é muito rica, deve ser um festão, precisamos ir mesmo, Júlia.- Carlos disse com um olhar fraterno, eu gostava dele, era um bom namorado para Mariana.- Tudo bem, nós vamos.- Eu disse.
Eu sabia que você iria, você não era do tipo que negava festas, mulheres e bebidas de graça, nunca foi. Mas eu estava um pouco ansiosa em te ver.
Quando voltamos para o dormitório, Mari disse que ia para o dormitório de Carlos. Como estava sozinha, decidi arrumar algumas coisas e checar minhas redes sociais. Você era rápido, já tinha me solicitado em várias redes. Travei uma guerra interior para decidir se te aceitava ou não, por fim, aceitei, não vi problemas. Dormi pela tarde e de noite, Mari chegou e assistimos filmes.

X

Era sábado de manhã, você não tinha dado as caras a semana toda. Fui ao mercado comprar algumas coisas que estavam faltando e lá estava você, segurando alguns pacotes de macarrão e latas de cerveja, com uma bermuda branca, camisa preta, chinelos e boné. Dava pra ver que você não fez esforço pra se vestir, mas estava lindo. Eu não sabia se devia te cumprimentar, então passei direto, coloquei tudo o que precisava na cesta e quando me virei, você estava bem atrás de mim.- Oi boneca, parece que a gente só se vê no mercado, não é?!- Olhei pra cima para te enxergar, corei.- É, realmente.- Dei um sorriso.- Você vai na festa hoje, não vai? Tenho que ir, mas espero te encontrar lá.- Você nem esperou eu responder, deu um beijo na minha bochecha e foi embora. Paguei minhas compras e voltei para o dormitório. Eu nem estava com muita vontade de ir nessa festa, mas quando você falou que queria me encontrar lá, eu quis muito ir.

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Já eram 20h quando comecei a me arrumar, a festa era as 22h. Tomei banho, hidratei minha pele e cabelos. Vesti um roupão e fui para o quarto. Naquele momento, eu simplesmente não achei nenhuma roupa boa o suficiente pra você, quer dizer, para ir à festa. Como se pudesse ler meus pensamentos, Mari apareceu no quarto com um vestido colado preto e disse.- Você vai com este, vai ficar lindo em você. Você tem um corpo muito bonito, precisa mostrar essas curvas e esses peitos.- Eu ri da forma que ela falou, pra agradeci um milhão de vezes mentalmente por tê-la na minha vida.- Obrigada... Mari, você faz a minha make? Porque você sabe, não entendo muito...- CLARO!! Eu esperei tanto por esse dia, você vai ficar uma deusa!
Eu estava pronta, vestido preto, saltos da mesma cor, cabelos ondulados, maquiagem que destacou meus olhos verdes e batom vermelho. Nunca tinha me sentido tão bonita. E eu tinha certeza que você ia gostar.
Carlos passou pra nos pegar as 22h, quando chegamos, a casa já estava lotada. Entramos, quando pisei, em meio a multidão, a primeira pessoa que vi foi você, no meio dos seus amigos, estava com uma calça jeans preta, uma camisa branca estampada, casaco e boné. Você me olhou no mesmo momento que eu. Você sorriu, um dos sorrisos mais bonitos que eu já tinha visto. Então, sem avisar, você veio em minha direção. Eu estava mais nervosa a cada passo seu mais próximo.
-Boneca, como você está linda, você é com certeza a garota mais bonita dessa festa.- Corei.- Obrigada, Lucas, você também está muito bonito.- Olhei pros lados procurando Mari e Carlos, mas eles haviam sumido. Eu estava sozinha com você, mesmo estando no meio de muita gente, era só eu e você.
Você me chamou para dançar, então nós dançamos. Eu pensei que você fosse tentar algo, mas para minha surpresa, você não o fez. Quando já era de madrugada, eu não sabia onde estava Mari e Carlos, estava cansada, você se ofereceu para me levar em casa, e de bom grado, eu aceitei.
Quando chegamos na frente do meu prédio, antes que pudesse me despedir, você disse.- Júlia, você deve saber os boatos sobre mim, sobre a minha fama. Eu sei que a gente só se viu três vezes, mas eu quero mesmo te levar pra sair, você aceita?- Eu não podia aceitar, eu não podia ser mais uma na sua lista, eu sabia que era errado.
-Sim.

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Desde o começo, você fez eu fazer coisas que não imaginava fazer, a primeira foi aceitar sair com você. Mas, Lucas, você foi o meu melhor primeiro encontro.

Pra você, de mim.Onde histórias criam vida. Descubra agora