quatro

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          Você tinha me beijado. Mas eu não podia, eu sabia sobre você. Eu não podia ser vista como o tipo de garota que você ficava, eu não era, na verdade.- Eu não posso fazer isso, desculpa.- Não esperei você falar e saí correndo.
          Já estava perto do campus quando parei, exausta. Me sentei na calçada e um turbilhão de pensamentos se passaram na minha mente. Eu não podia te querer, você ia me iludir, me fazer me sentir mulher e depois ia me machucar, me ter numa noite e nunca mais me ligar. Eu sabia que era assim com você. Mari me avisou sobre você. Eu não ia continuar com isso. Só que eu te queria. Eu te queria muito. Mas eu não podia me pra você. Eu sabia como ia acabar. Nós sabíamos.
          Cheguei no dormitório cerca de 3h da manhã. Mariana estava dormindo. Me deitei, mas não consegui dormir. Passei muito tempo pensando em você. Mas você não me procurou, não me ligou ou me mandou mensagem. Talvez você tivesse entendido o meu lado. Ou simplesmente percebido que não valia a pena.

X

          Acordei tarde, mas decidi não ir à aila. Mari já tinha saído e não tinha deixado nenhum bilhete, devia realmente estar chateada. Tomei café e voltei a me deitar. No meu celular tinha uma mensagem de voz sua. Eu pensei bem antes de ouvi-la...
          "Oi, boneca... Bom... Me desculpe por ontem, eu agi pelo impulso. Você deve estar com raiva de mim ou algo assim. Mas não te julgo, eu no seu lugar estaria também.  Você não é como as outras, você é especial, mesmo que você não acredite em mim. É isso, me desculpe de novo. Tchau."
          Acho que ouvi a mensagem umas três vezes. Você não teve a coragem ou decência de vir no meu dormitório falar comigo. Eu não merecia isso. Você não me merecia.
         

          Eu ia tirar você da minha mente. Mas eu sabia que seria difícil. Afinal, naquele momento a única coisa que eu conseguia pensar era em você.
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Pra você, de mim.Onde histórias criam vida. Descubra agora