Capítulo 5

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Filippo Sartori

Eu ainda estava com um sorrisinho no rosto quando chegamos na cantina da Luna. Como um cara educado, abri a porta para Pietra, que estava me fuzilando com o olhar mas não disse nada. Ela nunca diria. 

Avistei Luna e Luca em uma conversa um pouco acalorada no fundo do pequeno restaurante. Ela apontando o dedo na cara dele e Luca com o maxilar travado. Sempre soube que Luna era apaixonada por meu amigo, mas ele nunca tinha a enxergado como mulher. Luca dizia que a via como uma irmã e uma amiga muito querida.Então minha amiga cansou de esperar e saiu, curtiu a vida, foi estudar e quando voltou, já trazia Duda no colo e um breve ex- casamento na bagagem.

 Desde então percebi que Luca agia de forma diferente na presença dela. E com Maria Eduarda, ele é bem pior. É apaixonadopela filha de Luna.Pietra e eu nos aproximamos e Luca nos viu, mudou a postura e abriu um sorriso. Luna agiu da mesma forma e veio ao nosso encontro. Primeiro me abraçou e depois se apresentou.

Ciao, il mio nome è Luna. E tu sei ...? (Olá,me chamo Luna. E você é...?

– Oi Luna, me chamo Pietra. Prazer em conhecê-la.

– O prazer é todo meu. Vem – pegou na mão de Pietra e as duas seguiram juntas – que eu vou arrumar uma mesa excelente para vocês.

Segui-as andando devagar atrás delas, vendo-as tagarelar como se as duas se conhecessem há muito tempo. Sentaram-se a mesa próxima a janela e ouvi Luna dizer que aquela era a mesa onde tinha a melhor vista do pequeno restaurante. Pareciam duas amigas de longa data.Quando cheguei a mesa, elas já estavam sentadas e Luca cumprimentava Pietra com dois beijos no rosto. 

Sentei-me ao lado dela, que estava sorridente com o corpo virado em direção a Luna. Luca sentou-se do meu lado esquerdo, nos cumprimentamos. Encarei meu amigo com uma pergunta silenciosa no olhar: O que está acontecendo entre você e Luna?. E eu sei que ele percebeu porque o maledetto coçou a cabeça e desviou o olhar.

– Então,Filippo, o que pedirá hoje? – Luna perguntou. Percebi que estava evitando olhar para Luca.

– Lasanha.

– Bela pedida – ela respondeu e sorriu ao ver Duda se aproximar com uma boneca nos braços. Dona Agnes estava a uma certa distância observando-a. –, e você Pietra?

Uma Duda muito sorridente abraçou Luca, e ele fez cócegas na barriguinha dela, que se acabava de rir. Aquela gargalhada gostosa de criança, sabe? Tão gostosa que contagiou a todos na mesa.

– Eu vou querer Nhoque – depois de controlar o riso e dar uma rápida olhada no cardápio, Pietra escolheu o que queria.

– Quem é voxê?– Duda apontou para Pietra, curiosa.

– Eu me chamo Pietra e você lindinha?

– Eu sou a Malia Eduadamais voxê podi me chamar de Duda. Gostei de voxê.

Um sorriso lindo e genuíno surgiu no rosto de Pietra e ela conseguiu ficar mais linda do que antes.

– Ah é, Duda? E porque gostou de mim? – Pietra perguntou. 

Duda saiu do colo do Luca, contornou a mesa e estendeu os braços para Pietra, que a pegou e sentou-a em seu colo.

– Eu gostei de voxê, porque voxê ri bunito.

– Você é uma gracinha, Duda.

Pietra beijou Duda na bochecha e ficaram abraçadas, cochichando. Luna se levantou para entregar os pedidos ao garçom quando Luca segurou em seu braço.

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