Lycée Masséna

32 1 0
                                    

Pierre segura as mãos de Laurine, que está paralisada, olhando para o nada, e com os olhos cheios de lagrimas.

 —Como foi o sonho? —pergunta ele, acariciando suas mãos.

Ela respira fundo e vai soltando o ar pausadamente. Lentamente, e com os olhos fixos na parede, contou tudo o que havia sonhado mais cedo na madrugada daquele dia. O garoto parecia assustado com o que ouvira, tanto, que Laurine pôde sentir suas mãos tremerem segurando as dela.

Quando ela concluiu o sonho, não houve tempo para Pierre pensar em qualquer coisa para dizer, pois a diretora grita no mega-fone chamando atenção de todos.

"Bom dia, alunos!" —salda sorridente.

"Mais uma temporada se inicia, e queremos desejar boas vindas à todos vocês! E dizer que estamos a disposição sempre para qualquer coisa que precisem. Além de instituição de ensino, somos uma família." —diz carinhosamente.

Então o sinal toca de fundo no instante em que ela termina sua frase.

Laurine passa as mãos pelo rosto tentando voltar a si, por dentro, sente seu estômago revirar, a garganta fechar e a respiração lhe faltar. Não demorou muito até que Pierre notasse a agonia da menina.

 —Laurine, você está bem?

A garota engasga com algo, e tosse para expelir, coloca um guardanapo por cima da boca, e ele sai sujo com bolotas de sangue. Tudo acontece muito rápido, tão rápido que a garota não consegue raciocinar nem por um segundo.

 —Ajuda! —grita Pierre, desesperado.

Mas antes que alguém o notasse, Lau parece conseguir voltar a si aos poucos.

 —Pierre, não precisa, já estou bem.

 —Não está não! Isso não é normal, vamos para a enfermaria.

Ele levanta, vai até ela, e a segura no colo, a garota, tonta, deita a cabeça em seu peito, apagando.

 —Socorro!—todo o colégio para, e olha para eles dois.

Laurine está pálida, e piorava em questão de segundos, aquilo parecia ser sobrenatural, ninguém ficava tão mal em tão pouco tempo.

Ele corre segurando a, a diretora, que ainda estava ali, se aproxima do garoto, pedindo que se acalme.

 —Calma, Pierre, o que ela tem?

Pierre assustado, tenta explicá-la.

 —Eu não sei bem, ela cuspiu sangue e desmaiou.

A diretora mexe no rosto de Laurine, chega sua pulsação, e espantada diz:

 —Ela tem que ir pra enfermaria, agora!


Tudo que Laurine consegue ver é o escuro, e sente o cheiro de carne morta, impregnado em suas narinas, como se fosse seu habitual perfume.

Em sua mente, mesmo estando fisicamente desacordada, ela consegue se ver, fora do caos que está passando. Ela se vê, sentada em uma roda de pique nique com desconhecidos, ela sente paz, ali no campo, rindo das piadas que um deles conta alegrando à todos ali, e nem por um segundo ela se pergunta quem são aquelas pessoas. Laurine sente uma brisa sobre o ombro, uma brisa estranha, era fria, e trazia uma sensação ruim. Ela olha para trás e vê a cidadezinha abaixo do campo onde está, pegar fogo as pessoas correm, e homem fardados atiram sem nenhuma piedade, as pessoas que estavam ali, desapareceram. Bombam, tiros, fogo, morte, era tudo que Laurine conseguia ver ali de cima, a destruição daquele vilarejo.


Laurine acorda saltando seu tronco da maca, recuperando todo o folego que havia perdido. Ela se deita novamente, e olhando em volta,percebe a presença de Pierre e da enfermeira, Marie.

 —O que aconteceu?—pergunta sonolenta, como se tivesse acordado de um cochilo.

 —Você desmaiou nos meus braços. —diz sereno, segurando uma de suas mãos a acariciando.

 —Não temos o diagnóstico ainda, mas eu sugiro que vá ao médico e faça exames.Irei entrar em contato com sua família para alertá-los disso. —diz a enfermeira no fundo da sala. -Sugiro que vá pra casa caso não se sinta bem para continuar as aulas.

Laurine sabia que sua mãe não poderia buscá-la, se caso ela quisesse voltar, teria que ir de ônibus.

 —Caso precise, eu posso te levar, mas vai ter que esperar até a última aula.—diz Pierre.

 —Tudo bem, eu não pretendia ir embora agora. —o responde mais lúcida e certa do que está dizendo.


✝✝✝

Laurine passou o resto da manhã ali, na enfermaria, em repouso, mas tudo que conseguia pensar era:

"Por que raios eu estou tendo esses sonhos estranhos?"

 —Você já pode ir, Laurine. Faltam 10 minutos para as aulas se encerrarem. Você pode, tentar espairecer um pouco no jardim do colégio, pegar um ar fresco.—aconselha Marie, de forma carinhosa.



Laurine segue o concelho de Marie, e em poucos minutos, está sentada debaixo de uma árvore, lendo um de seus livros. Não demorou muito até ver Pierre descer as escadarias correndo em sua direção.

 —Você está melhor? —pergunta preocupado, e já bem próximo.

 —Bom, eu acho que sim. —diz sorrindo.

 —Então podemos ir?—pergunta estendendo a mão para ela.

Ela responde concordando com a cabeça e segurando a mão de Pierre.


Eles andavam pelos corredores em direção ao exterior do colégio, quando Laurine sente a mesma brisa que sentira no "sonho" que teve quando desacordada. Ela olhou para o lado, e viu o mural de avisos, onde lá estava um aviso o qual ela nunca havia visto, se aproxima para ler.


 Ela olhou para o lado, e viu o mural de avisos, onde lá estava um aviso o qual ela nunca havia visto, se aproxima para ler

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


De imediato, Lau sente uma sensação estranha, e um imenso interesse de ir á esse passeio.










² Nome do colégio onde a personagem estuda.
³ VENHA DESCOBRIR A HISTÓRIA POR ATRÁS DO MASSACRE
⁴ Interessados entrar em contato com a diretoria ou com o seu professor de história.

Perene Mal (Suspense)Onde histórias criam vida. Descubra agora