A Criatura na escuridão

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25 de Dezembro, 1943

Eu já estava cansada, minha respiração estava fraca e minhas pernas doíam. Passava das 23h30, eram quase 00h00, aquela criatura insistia em continuar me perseguindo por dentro daquela floresta. O barulho de seus passos era inconfundível, aquele barulho de cascos batendo forte no chão parecia soar mais alto a cada instante.

Mas... cascos?

Aquela coisa com certeza não era um animal, passava longe de qualquer ser que eu já havia visto. Nem tampouco era humano, me nego a acreditar que era alguém querendo me pregar uma peça, era assustador e real demais para ser isso.

Conforme eu corria, procurava ser o mais cautelosa possível, encontrar algum lugar naquela floresta onde aquela besta não fosse me encontrar era difícil. Não conseguia ver nenhuma casa ou chalé, estava escuro e as árvores e plantas dificultavam um pouco a minha visão.

Após alguns minutos, finalmente achei uma árvore oca. Naquele instante, parecia ser o lugar mais propício para me esconder, eu não conseguia pensar direito então só me joguei o mais rápido que pude para dentro daquele enorme tronco oco.

A criatura continuava circulando aquele lugar, ela estava me caçando como se eu fosse um pedaço de carne. Seus passos começaram a ficar mais leves, ela parecia estar procurando por mim. Ela foi chegando perto da árvore onde eu me escondia, seus olhos vermelhos rubi brilhavam na escuridão, ela tinha conseguido me encontrar. Era como se ele finalmente achasse seu prêmio, como se estivesse diante da vitória. Comecei a me desesperar, meu fôlego começou a escapar e meu peito batia forte, ele vinha na minha direção lentamente como se quisesse me deixar mais apavorada.

Quando ele estava bem próximo de mim, ele mostrou suas enormes garras, com cerca de 15 cm de comprimento e abriu um "sorriso" com seus dentes afiados e amarelados. Consegui vê-lo mais de perto, ele vestia uma roupa esfarrapada e suja, como se tivesse se arrastado na terra.

Naquele momento ele já estava tão perto que eu podia sentir sua respiração no meu rosto, seu bafo tinha cheiro de carne podre e sangue. Ele chegou a passar as garras afiadas em meu rosto e pronunciar algumas palavras indefiníveis, neste momento senti como se meu corpo estivesse sem sangue, gelado.

Ele levantou sua mão aberta, como se estivesse pronto para me atacar, seu sorriso irônico sumiu em um instante, se tornando uma expressão de ódio. De certa forma, ele parecia estar chateado com algo que eu tinha feito.

A besta estava pronta para cortar minha garganta, mas no último instante, uma voz surge no fundo da floresta. Aquela voz rouca parecia ter uma influência na fera, como se aquele homem comandasse seus atos.

-Já chega, volte. - disse a voz - está na hora de irmos.

A fera abaixou as garras lentamente e foi andando de costas olhando para mim, seus olhos brilhantes não pareciam tão assustadores agora. Em fração de segundos, a fera se virou e foi batendo seus cascos no chão por entre as árvores até chegar naquela sombra que refletia na escuridão da floresta por conta da luz da Lua.

Eu estava segura, aquele monstro tinha ido embora.

Eu estou viva! - pensei - Eu sobrevivi!

Mas, alguma coisa dentro de mim ficou marcada, todos aqueles momentos assustadores ficaram na minha mente. Aquela besta iria voltar, eu sentia.

Krampus, o demônio do NatalOnde histórias criam vida. Descubra agora