O lado negro

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Fiquei deitada por cerca de 2 horas me perguntando aquelas coisas aterrorizantes, até que peguei no sono.

[...]

- Ai Deus, que horas são?

Me levantei da cama rapidamente e coloquei o sapato, desci as escadas desesperadamente, e percebi que já havia escurecido lá fora.

Droga! - Dei um grito internamente, mas não consegui disfarçar a decepção comigo mesma - Caramba, Allison. Por que você foi dormir?

Eu tinha perdido o horário para ir à biblioteca, de novo. Como eu ia saber algo sobre qualquer coisa se eu não tinha recursos?

Resolvi perguntar à mamãe sobre isso de uma vez. Fui até a cozinha onde ela estava lavando a louça.

A pergunta foi direta, não quis incomodar mamãe, então simplesmente perguntei:

- A senhora sabe algo sobre um "Krampus"? - Conforme fiz a pergunta me sentei na mesa de jantar.

Mamãe largou a louça que estava na mão e se sentou ao meu lado, ela parecia estar assustada, os olhos pequenos de mamãe se tornaram enormes bolas azuis apavorantes.

- Quem te contou sobre isso? 

Mamãe parecia estar extremamente perturbada

- O que sabe sobre essa coisa?

- Eu vi em um cartaz quando fui buscar meu refrigerante... fiquei interessada, era uma figura macabra desenhada e uma cantiga de Natal.

Mamãe levantou-se da mesa passando a mão no rosto, ela suava gelado.

- Johnny! - Ela gritou meu pai, que estava no andar de cima. - Desça aqui!

Meu pai desceu rápido, ele parecia calmo e descansado, foi bom pra ele chegar mais cedo do trabalho, ele geralmente chegava por volta das 20h.

- Pois não? - Ele se aproximou de mamãe e viu que ela estava com uma expressão de preocupação - O que foi, Lilian?

- Ela sabe. Ela sabe quem é Krampus.

Papai era mais calmo que minha mãe, ele não demonstrava que estava preocupado, mas eu sentia que algo dentro dele também estava gritando de preocupação.

- Não, eu não sei. - Eu estava ficando assustada com a situação, talvez fosse melhor ter ficado calada.

- Querida, tem certeza que não sabe nada sobre Krampus? - Meu pai se aproximou mais de mim, se agachando ao meu lado.

- Tenho sim, papai.

Meu pai se levantou e olhou para minha mãe, que estava incontrolável. Papai chamou mamãe para sala e lá eles conversaram em particular

[...]

Depois de um tempo de conversa, minha mãe parecia mais calma, quis ficar comigo sozinha na cozinha, meu pai voltou para seu quarto.

- Querida, Krampus é uma espécie de "justiceiro" do Natal.

Ela parou a explicação por ali, ela parecia estar pensando em uma forma de não falar tudo de uma vez para não me assustar.

- Continue.

- Krampus é uma antiga lenda de Natal, o problema é que ele não é só uma lenda...

Eu sabia daquela parte, só tinha medo de contar pelo que passei, achava que era cedo.

- Estou ouvindo, continue.

- Dizem que Krampus é um amigo de Noel, um certo "escravo" do "bom velhinho". Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, Noel não pune as crianças más dando carvão, muito menos pune só crianças. Ele manda Krampus dar um jeito na pessoa malvada. O Natal é mais obscuro do que pensa, filha. Existe algo sobrenatural por dentro de toda essa história de bom velhinho da roupa vermelha e presentes para as crianças, só não consigo te dar a resposta certa do por que Noel e Krampus fazem isso.

Aquilo me fez pensar, seria Noel a voz rouca daquela noite? Ele teria impedido a besta? E a expressão de ódio de Krampus foi por algo ruim que eu fiz, mas o que foi?

- Mas como você sabe de toda essa história? - Eu já estava assustada com as revelações.

- Além de sua avó me contar essa tal "lenda" do demônio do Natal... - ela respirou fundo, como se tivesse dificuldade de soltar o que estava preso. - Eu já fui uma das pessoas que viu Krampus, face a face...

Krampus, o demônio do NatalOnde histórias criam vida. Descubra agora