Prólogo

22 2 0
                                    

Antes dos Philoponus ou, em língua atual, as tribos indígenas passarem a barreira de cristal que divide os dois mundos, nunca antes nenhuma raça do mundo paralelo tinha vivido na Terra, e assim se iria manter se Raoni, chefe de uma das várias tribos existentes, não estivesse determinado a mudar o futuro dos humanos.
Todas as suas tentativas levadas a cabo haviam falhado até então, mas "O grande Guerreiro", apelidado assim pela sua mãe, após ter nascido com uma marca no pescoço de uma lança, não desistiu, mesmo sacrificando grande parte da sua tribo, que quando tentavam passar a fronteira eram reduzidos a cinzas. Determinado, mas não confiante no que ia fazer, pediu ajuda ao Xamã para que este realizasse um feitiço negro, algo a cem por cento proibido no mundo paralelo e como sempre, seria algo que o iria ajudar, mas mais cedo ou mais tarde acabaria por querer a sua recompensa. Assim foi, o Xamã fez o pedido ao Deus das Trevas e este, aparecendo nas chamas, concedeu-o deixando apenas uma pequena professia: "Quatro irmãos nascerão, todos num berço de ouro, cada um controlará um elemento. O mais velho controlará a Água, o que se segue o Fogo, o terceiro será dono da Terra e o quarto dono do Ar. Mas quando o último completar dezasseis anos todos eles alcançarão a plenitude dos seus poderes e todos deverão servir-me como seu lord supremo."
Raoni concordou, afinal não via mal nenhum nisso. Dessa forma ele e a sua tribo passaram a barreira.
Anos mais tarde, depois de conhecer a beleza que a Terra possuía contou à sua esposa, Thaynara o que fizera e esta, uma mulher sensata explicou o que poderia acontecer se o Deus das Trevas tivesse em seu poder estas quatro crianças, desejando sacrificar-se para as poder salvar. Raoni não a autorizou, então numa noite de lua cheia, Thaynara percorreu a primeira floresta que a tribo conhecera e, em cima de uma cerejeira cortada, também conhecida nas redondezas pela árvore da vida, proferiu as palavras da luz, pedindo ao Deus dos Céus que, uma vez que não iria conseguir proteger os irmãos, que nascesse um Quinto irmão, com o poder da Luz, com o poder de unido aos seus irmãos confrontar o Deus das Trevas e derrotá-lo, e dizendo estas últimas palavras cravou a sua adaga no coração, derramando o sangue mais puro alguma vez existente entre os dois mundos pelas raízes da cerejeira.

A Filha Da LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora