Prólogo.

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Após muito custo, finalmente consegui abrir os olhos, e adaptei a minha visão para um cenário desconfortável, era de paredes brancas, cheiro de medicamentos

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Após muito custo, finalmente consegui abrir os olhos, e adaptei a minha visão para um cenário desconfortável, era de paredes brancas, cheiro de medicamentos... Um hospital! Mas afinal, o que eu estaria fazendo em um hospital? Como fui parar ali?

Depois de alguns minutos, permaneci quieta, pensando no que eu estaria fazendo ali, mas aliás, eu nem me recordava de quem seria "eu". E assim passou-se algum tempo, até que entra no quarto onde eu estava, uma mulher, ao me ver abre um largo sorriso e corre para fora, voltando logo em seguida com um homem, se não me engano esse seria o médico, após algumas etapas de testes, "liga e desliga" aparelhos e perguntas, eles finalmente me explicam o que aconteceu.

-Você não se lembra de nada?

-Não... -Nego falando com um pouco de dificuldade.

-Não se lembra de seu nome? Sua idade? Nada?

-Não, não me lembro de nada. -Suspiro.- O que aconteceu?

-Bom... Vou ir direto ao ponto, você estava em coma. -Fala gentil e calmo.

-O que é isso? -Pergunto tentando lembrar o significado da palavra.

-Significa que você estava inconsciente, praticamente dormindo, por muito tempo.

-Quanto tempo? -Respirei fundo entendendo que provavelmente eu teria "dormido" tempo demais.

-Bom... -Pigarreou e me encarou, vendo que eu praticamente implorava com o olhar para que ele me dissesse.- Cinco anos...

-O que? -Perguntei assustada.

-Sim... Cinco anos. -Suspirou.

-Mas eu... Eu não me lembro de ter dormido, não me lembro de nada, como... por que...quando...quem sou eu? -Milhares de perguntas ecoavam pela minha mente.

-Hey, não precisa ficar assustada... Vamos explicar tudo com calma... -Apenas me aquietei e assenti, tentando manter a paz que aquele médico tentava trazer para a situação.

Depois de algumas explicações, sobre o que é o coma, como ocorre e quais sãos as possíveis "sequelas" que eu poderia ter por agora, e aliás, a que eu tive, foi perda de memória, partimos para um assunto mais delicado sobre a minha situação.

-Bom... E por que eu entrei em coma? -Perguntei de uma vez.

-Só um momento. -Pediu e saiu do quarto, em torno de vinte segundos ele voltou com dois jornais. Em uma matéria estava escrito:

"Adolescente de dezessete anos sofre acidente em festa."

E na outra, respectivamente, a causa do acidente:

"Hasel, garota de dezessete anos sofre acidente em festa, a adolescente caiu do segundo andar de uma casa após uma briga, e após ter tido um traumatismo craniano, ela entra em coma."

-Essa sou eu? -Pergunto tentando conter o choro involuntário que ousava querer sair, enquanto apontava para uma garota deitada em uma cama de hospital.

-Sim... Essa é você... -E o médico então, me deu um espelho, e observei-me, logo em seguida me deu uma foto antiga, de cinco anos atrás, eu parecia não ter mudado tanto, meus cabelos ao contrário da fotografia, estavam longos, continuam loiros, meus olhos permanecem verdes, meu nariz continua pequeno e minha boca ainda está com lábios finos, eu aparentava estar um pouco mais magra, e também um pouco mais acabada, com a pele mais pálida, mas a aparência ainda era a mesma...

-Eu... Eu me chamo Hasel?

-Hasel Jordan Quinzel. -Falou esperançoso de que eu me recordasse de algo.- Se lembra desse nome?

-Desculpe... -Suspirei.- Não me lembro... -Ele abaixou a cabeça decepcionado.

-Bom... E se lembra dessas pessoas? -Me mostrou as fotos de um homem e uma mulher, apenas neguei, em seguida me mostrou um garoto, neguei novamente, e assim foi se repetindo, até que as fotos acabassem.

-Eu... Eu não me lembro...

Ele apenas assentiu chateado, abaixando a cabeça e em seguida segurando uma caixa.

-Aqui nessa caixa, tem fotos suas, você se lembra de algum desses momentos? -Me entregou a caixa, comecei a abrir, haviam milhares de fotos de quando eu era pequena, pelo menos acho que aquela seria eu, de quando era adolescente, em seguida de minha formatura... Haviam muitas fotos, e eu não me lembrei de nenhuma sequer.

-Doutor eu... Eu não lembro... -Falei pela última vez começando a chorar.

-Fica calma, tudo vai se resolver, vamos cuidar de você, vamos cuidar da sua saúde, vai ficar tudo bem. -Segurou minhas mãos, consolando-me.

-Mas... -E então a mesma mulher retorna ao quarto, chamando o médico.

-Doutor, temos um paciente precisando dos seus serviços agora. -Disse suavemente, ele apenas assentiu, despediu-se de mim e foi embora.

-Oi... -A enfermeira sorriu e se sentou ao meu lado.- Tudo bem?

-Queria que estivesse... -Suspirei.

-Nós vamos cuidar de você... -Sorriu.- Fica tranquila... -Colocou uma mexa de meu cabelo atrás da minha orelha, apenas sorri chateada.-Mas agora... Você precisa comer. -Sorriu, e então eu assenti.- Vou trazer sua refeição. -Se retirou do quarto e eu voltei a me deitar, dessa vez encarando o teto.

Ela voltou com a refeição, apenas comi e deitei-me, assim fora o dia todo, deprimida em uma cama de hospital, pensando naquelas fotos, tentando me lembrar de algo...

-Por que eu não consigo lembrar? -Coloquei as mãos no rosto pensando alto e voltei a chorar.

-Porque é preciso ter calma. -O médico aparece.

-Como posso ficar calma? Eu não sei nada sobre mim, exceto que tenho vinte e dois anos, e me chamo Hasel. -Suspirei.

-Amanhã você vai saber mais sobre si mesma... -Sorriu fraco, e o encarei.

-Como assim?

-Amanhã você vai ter sua primeira visita.

-Visita?

-Sim, sua família vai vir te visitar, seus pais, seus irmãos... -Segurou minha mão.

-Eu tenho irmãos?

-Tem sim, e tem dois. -Riu.- Eles sentiram sua falta.

-Eu queria sentir falta deles também.

-Hey, amanhã é um novo dia, agora, você precisa descansar.

-Eu dormi por cinco anos, o que menos quero agora é fechar os olhos de novo.

-Mas é preciso.

-Eu to com medo. -Confesso.

-Medo?

-Sim, medo de dormir e não acordar de novo, medo de fechar os olhos, e entrar em coma mais uma vez, medo de perder mais cinco anos da minha vida. -Comecei a chorar fraco.

-Você não vai entrar em coma de novo, isso eu te prometo. -Sorriu.- Mas eu preciso que você durma...Por favor!

Encarei seus olhos castanhos, e em meio a um suspiro, assinto, ele agradece e se retira, me deixando mais uma vez sozinha com meus devaneios. Eu precisava de ajuda, acima de tudo, eu precisava me lembrar de algo...

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Autora Bianca Ribeiro

Usuário: @Biiaaa_ 


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