"O que fazer depois de cinco anos?"
Depois de cinco anos em coma, Hasel desperta. Mas nem tudo está como antes, sua história foi apagada, sua existência foi em vão... Ter ficado em coma foi o menor dos problemas, o que fazer quando vinte e dois anos...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Minhas mãos começaram a suar frio, não sabia se estava feliz ou se estava assustada, senti pontadas contra meu peito, tentei falar, mas apenas gaguejava e por fim, nenhuma palavra saia de minha boca, por fim desisti de tentar dizer alguma coisa, e apenas a encarei.
-Não precisa dizer nada Hasel, eu não devia ter dito assim. -A senhora parecia um tanto decepcionada, enxugou suas lágrimas antes mesmo que caíssem e me encarou sorrindo, então sorri, fechei os olhos e respirei fundo.
-Eu... Não acredito que dormi tanto. -Suspirei.- Me desculpa, eu queria lembrar. -Estava prestes a chorar.
-Sua voz... Continua igual, e mesmo assim parece muito diferente. -Sorriu segurando minhas mãos.- Hasel, não precisa lembrar agora. -Sorriu.- Só... Me perdoa! -E acabou chorando.
-Te perdoar? Por que?
-Por favor, só me perdoa... -Me pediu ainda chorando, e eu segurei seu queixo, o levantando.
-Eu... -E de repente abrem a porta, dirigi meu olhar até lá, e era Valéria, com dois adolescentes ao seu lado.
-Desculpe... Eles insistiram em entrar. -Mordeu o lábio.- Algum problema?
-É... -Respirei rapidamente.- Não, nenhum problema. -Sorri, ela piscou pra mim e fechou a porta, então os dois vieram ao meu encontro, era um garoto e uma garota, pareciam ter entre quinze e dezesseis anos, no máximo.
-Oi... Hasel? -A garota se aproximou um pouco mais.- É você mesmo?
-Acho que sim. -Tentei brincar, mas ela se mantinha séria.
-Quanto tempo... -Seus olhos foram se enchendo de lágrimas.
-Eu sei...
-Você se lembra de mim? -Se sentou a minha frente.- Milena? Mili? Tata? Irmãzinha? -Tentou segurar o choro.
-Você era minha irmã? -Tentei segurar algumas lágrimas, eu estava ficando assustada.
-Sim, sim, sim, eu era, você me chamava de Mili, e sempre saía comigo para o jardim, e juntas nós sentávamos no balanço da árvore e ficávamos horas e horas conversando, você era minha conselheira, por favor, diz que lembra... -Começou a chorar.
-E...eu... -Fui interrompida pelo garoto.
-Calma Mili... -Colocou sua mão sobre o ombro dela.
-Não Antony, me deixa! -Gritou com ele.
-Milena! -A senhora a repreendeu.- Se acalma, a sua irmã precisa de tempo.
-E eu preciso dela de volta! -Gritou chorando.- Você se lembra de mim?
-Me desculpa... Não... -Estava a ponto de chorar, não só por estar triste, mas por estar assustada, e desesperada como ela.
-Por favor, você precisa lembrar, eu preciso da minha irmã, por favor! -Ela começava a gritar enquanto chorava. A esse ponto eu também chorava com ela.