"O que fazer depois de cinco anos?"
Depois de cinco anos em coma, Hasel desperta. Mas nem tudo está como antes, sua história foi apagada, sua existência foi em vão... Ter ficado em coma foi o menor dos problemas, o que fazer quando vinte e dois anos...
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A noite havia sido difícil, sem conseguir dormir, sem conseguir fechar os olhos novamente. Até que por volta de três da manhã, eu finalmente peguei no sono.
Em meio as nove horas da manhã, sou despertada pelo médico, ao me acordar, repetiu algumas perguntas feitas na noite anterior.
-Você se lembra de ontem?
-Sim, eu acordei do coma.
-Qual seu nome?
-Hasel Jordan Quinzel.
-Qual sua idade?
-Vinte e dois anos.
-Muito bem. -Sorriu.- Você não sofreu mais sequelas. -Suspirou aliviado.- Bom dia.
-Bom dia. -Sorri.- Eu... ainda não sei seu nome. -Mordi o lábio inferior.
-Perdão... Fui indelicado. Meu nome é Miguel. -Cumprimentou-me.
-Doutor Miguel? -Franzi o cenho.- Parece ser familiar. -Tentei me lembrar e ele me encarou esperançoso.- Você fez parte da minha vida? -O encarei.
-Digamos que sim... -Sorriu.- Não precisa fazer esforço agora, com o tempo você pode recuperar a memória.
-O engraçado é que... Eu esqueci tudo, menos o que aprendi na escola. -Ri um pouco mais feliz.
-Sério?
-Sim, me lembro das matérias, todos os assuntos, com certeza o destino quer que eu recomece.
-Com certeza ele quer. -Sorriu.- Bom, hoje você tem visitas. -Piscou pra mim.
-Minha família?
-Exato, animada?
-Animada não é bem a palavra... -Suspirei.- Mas talvez isso seja bom.
-Vai ser bom. -Sorriu pra mim, e ficou me encarando.- Você pode recuperar sua memória... -Sorriu.
-Acho difícil eu me lembrar de dezessete anos perdidos, com apenas uma visita. -Mordi o lábio inferior.
-Nunca diga nunca.- Piscou pra mim.
-Essa frase é meio contraditória. -Ri.
-Sim, mas é para você não perder as esperanças.
-Não vou perder. -Sorri.
-Bom, que ótimo. -Sorriu.- Acho que agora... -Foi interrompido ao ouvir a porta ser aberta, revelando a enfermeira.
-Com licença. -Ela pediu.- Trouxe seu café Hasel. -Sorriu e me entregou a bandeja com meu café.
-Obrigada. -Agradeci sorrindo fraco e comecei a comer.
-Você cuida dela Val? -Doutor Miguel perguntou enquanto me encarava.
-Cuido sim. -Sorriu e ele se retirou. -Então... -Se virou a mim.- Como está a bela adormecida?
